domingo, 28 de fevereiro de 2010

EXÚ - O Agente da Justiça Kármica


Estamos habituados a assistir a visão distorcida de muitos sobre o Exú Guardião, não só pelas práticas inadequadas de preceitos, como também pela realização de cultos e oferendas, como se os mesmos se comprazessem destes ritos. A ignorância de muitos ou mesmo o dolo de alguns, geram dúvidas, incertezas ou mesmo medo.
É,... se houvesse uma tentativa mínima para compreender a sua função, dentro do equilíbrio da Lei Divina, a grande maioria teria uma enorme surpresa. Para os que compreendem com maior profundidade as entrelinhas das Tradições, poderão observar que nos processos reencarnatórios, os Exús cumprem o papel fundamental para sua ocorrência, ou seja, se estamos encarnados, é por decorrência das suas especialidades.
Além deste aspecto, os Exús (de Lei ou Guardiães) cumprem a sua missão através da execução da Justiça. Eles estão acima dos princípios do Bem ou do Mal, pois em nosso Universo, o Mal, por enquanto, é o predominante. Se pararmos um pouco para refletir, veremos que o ser encarnado, procura extrojetar a sua consciência em outras pessoas ou objetos, quer dizer, realiza o "espelho" de sua consciência.

O maniqueísmo (bem x mal) é apenas o estado das consciências dos seres espirituais encarnados ou não, propiciado pela egrégora do inconsciente coletivo, que vem sendo construída a partir da terceira raça, a Atlantiana, que fixa conceitos e imagens, que deturpam e distorcem a verdadeira função de Exú. Nos cinco continentes, práticas deletérias de feitiçarias e bruxarias vêm impregnando determinados conceitos, criando imagens disformes e esdrúxulas, projetando e estimulando o mal, que está na própria consciência das pessoas. E, em muitas regiões, esse mal está totenizado, ou seja, extrojetado em estranhas estatuetas com cornos na fronte, pés de animais, ossos,...

Entretanto, cabe um alerta importante, o inconsciente coletivo, pela própria desarmonia dos pensamentos, plasma o mal que cada um de nós carrega e, para fugir da responsabilidade individual, cada um transfere psiquícamente para outra pessoa ou objetos, os "demônios" que seriam nós mesmos, nossas consciências ou nós mesmos desencarnados.
Não se deve esquecer, que somos responsáveis por essas "criações" e que por tanto serem idealizadas, elas ocorrem do outro lado da vida e vice-versa. E, animados em uma corrente mental pesada e negativa, essas formas anômalas acontecem, fazendo com que você desça mais na escala de densidade vibracional. E, as humanas criaturas por sua vez, que se sintonizam mentalmente a isso, embora tenham, um corpo físico às vezes aparentemente normais, quando se desdobram do corpo astral, ficam da mesma forma animalizados. Assim, para os que vêm Exú como parte disso, como dizem por aqui, "podem tirar o cavalinho da chuva".

A nossa inteligência não pode concordar, que os seres que nos assistem, permitam praticar o bem e o mal em um mesmo local. Seria no mínimo idiota e os mesmos seriam volúveis a tal ponto de ajudar com uma mão e agredir com a outra. Não se esqueça, que Exú é Serventia dos Orixás e os mesmos seguem as orientações emanadas por Criança, Caboclo e Pai Velho.
Para finalizar, se você vier pedir a um Exú de Lei para prejudicar alguém, pode estar certo que você será o primeiro a levar a execução da Justiça. Mas, se a entidade travestida ou disfarçada de Exú aceitar o seu pedido,... bom, vamos nos encontrar no outro lado... Você será apenas cobrado!

Elegbá babá Esuriá
Mo-Ju-Ibá

Afinal, que és tu, Exu?


Eu mesmo vos respondo...

Iah, ah, ah, ah....

Não sou a Luz...

Pois a Luz cristalina, refulgente, só a de Zambi, Olorum, Incriado, Deus, seja lá que nome vocês dão...

Não sou a luz...Mas sou centelha que refulge. Logo sou espírito em evolução. Esta não é uma
peculiaridade nossa, só dos Exus, mas de todos os espíritos no infinito cosmo espiritual. Afirmo que não existe espírito evoluído,
como se fosse um produto acabado. Todos os espíritos, independente da forma, estão em eterna evolução, partindo do pressuposto que só existe um ser plenamente perfeito, um modelo de absoluta perfeição, o próprio Absoluto, Deus.

Assim, perante os "olhos" de Olurum, sou igual aos pretos velhos, caboclos, baianos, boiadeiros, ciganos, orientais...
As distinções preconceituosas ficam por conta de vocês.

Não sou a luz, mas tenho minha própria luminosidade, qual labareda de uma chama maior, assim como todos vós. Basta tirar as nódoas escuras do candeeiro que vos nublam o discernimento que podereis enxergá-la, lá dentro de vós, o que chameis de espírito.
Há algo que me distingue dos demais espíritos. É o fato de eu não estar na luz. Meu habitat é a escuridão. Os locais trevosos onde há sofrimento, escravidão, dominação coletiva, magismo negativo, castelos de poder alimentados pelo mediunismo na Terra que busca a satisfação imediata dos homens, doa a quem doer.

O que eu faço lá?

Eu, um Exu, entre tantos outros, levo a luz às trevas, qual cavaleiro com candeeiro em punho.

Dentro da lei universal de equilíbrio, eu abro e fecho, subo e desço, atuo na horizontal e na vertical, no leste o no oeste, atrás
e na frente, encima e embaixo, impondo sempre o equilíbrio às criaturas humanizadas neste planeta, encarnados e desencarnados aos milhões.

O Cosmo é movimento, nada está parado, nada é estático.

Eu sou movimento. Não sou as ondas do mar, mas eu as faço movimentar-se...Não sou as estrelas na abóbada celeste, mas meu movimento faz a sua luz chegar até as retinas humanas...Não sou o ar que perpassa as folhas, mas as suas moléculas e partículas atômicas são mantidas em coesão e movimentadas pela minha força....

Iah, ah, ah...

Este equilíbrio não se prende as vontades humanas e aos vossos julgamentos de pecado, certo ou errado, moral ou imoral. Eu atuo no contínuo temporal do espírito e naquilo que é necessário para a evolução, retificando o carma quando justo. Se tiverdes programado nesta encarnação serdes ricos, o será com axé de Exu. Se for o contrário, se em vida passada abusou da riqueza, explorou mão de obra, matou mineiros e estivadores de canaviais, estuprou escravas, é para o equilíbrio de vosso espírito serdes mendigo infértil. Nascerás em favela sentindo nas entranhas o efeito de retorno, com axé de vosso Exu que vos ama, assim como um elástico que é puxado esticando e depois volta à posição de repouso inicial, estarei atuando para que seja cumprida a Lei de Harmonia Universal, mesmo que "julgueis" isto uma crueldade.
Eu, Exu, vos compreendo.

Vós ainda não me compreendeis.

Eu sou livre, livre e feliz.

Vós sois preso, preso e infeliz no ciclo das reencarnações sucessivas.

Eu dou risada.

Iah, ah, ah, ah !!!!

Sabe por quê?

Porque eu sei que no dia que o Sol não mais existir, vosso planeta for mais um amontoado de rocha inerte vagando no cosmo, estaremos vivos, vivos, muito vivos, evoluindo, evoluindo, sempre evoluindo.

Assim como vim para a Terra como caravaneiro da Divina Luz há milhares de anos atrás, assim iremos todos para outro orbe quando este planeta "morrer".

Quando este dia chegar, vós estareis um pouco menos iludidos com as pueris verdades emanadas dos homens e seus frágeis julgamentos religiosos.

Eu, Exu, vou trabalhar arduamente para quando este dia chegar, vós estejais menos iludidos e quem sabe livre da prisão do escafandro de carne, assim como eu sou livre, livre, livre e feliz.

Iah, ah, ah, ah, ah.


QUEM ÉS, EXU?

Pai Norberto Peixoto

A VERDADEIRA ENCRUZILHADA:


Pois bem, os locais corretos para se preceituar os Guardiões é simples:

1º) Identifique o ponto de força da Natureza que o Guardião irá utilizar.



2º) Providencie os materiais necessários para a oferenda, todos de energia positiva (nunca utilizar carnes, sangue, ossos ou qualquer tipo de material de baixa vibratória).



3º) Chegando ao ponto de força da Natureza, firme uma vela na cor da vibratória do Orixá correspondente; de joelhos, peça licença para o trabalho que irá realizar. Se afaste dessa vela por 77 (setenta e sete passos); aí esta o ponto de força onde os Guardiões do Orixá específico manipulam suas energias. Exemplo: O trabalho a ser realizado necessitará a presença e a força do Guardião conhecido como – Veludo. Esse Guardião vibra as forças da Mãe Oxum. Com isso, já definiremos que teremos que realizar a nossa oferenda no ponto de força – Cachoeira. Lá chegando, firme uma vela cor-de-rosa para a Mãe Oxum, e de joelhos faça suas preces, pedindo o que necessita. Logo após, afaste-se 77 (setenta e sete) passos para qualquer lado. Nesse exato local, vibrará a energia poderosa dos Guardiões da Mãe Oxum. Assim o é para todos os Guardiões dos Orixás. Uma campina, um riacho, onde elementos da natureza se cruzam, não precisa ser uma encruzilhada do mundo físico, como ruas, cemit´rios.



Esta é a verdadeira “encruzilhada” dos Guardiões, pois é situada na Natureza. A real encruzilhada dos Guardiões não está no campo físico, mas sim no campo astral, na combinação dos elementos naturais, que são os já conhecidos Ar – Fogo – Água – Terra – Vegetal – Mineral – Animal – Etérico Humano e Magnético Telúrico, formando o ciclo da vida, havendo os segredos invioláveis deste mistério que é conhecido apenas pelos Guias Espirituais da Umbanda e a quem eles abrem o mistério.
Esta encruzilhada, a verdadeira Encruzilhada ou Roda Cabalística obedece aos pontos cardeais e as entradas e saídas de força que agregam e desagregam os elementos e mantém a transformação da vida.



Estas transformações são possibilitadas pelas chamadas Linhas de Força, que são a consubstanciação da Energia dos Orixás, pois cada um dos Poderes Reinantes do Divino Criador (Orixás) é senhor de uma Energia:
• Pai Oxalá – senhor da energia etérica.



• Mãe Yemanjá – senhora da energia das águas salgadas



• Mãe Oxum – senhora das energias das águas doces.



• Pai Oxumarê – senhor das energias dos ciclos da vida



• Pai Ogum – senhor das energias dos metais



• Mãe Yansã – senhora das energias do ar



• Pai Xangô – senhor das energias do minerais



• Mãe Obá – senhora das energias das águas revoltas.



• Ibeji – senhor das energias da espiritualidade



• Oxossi – senhor das energias da fauna



• Ossain – senhora das energias da flora



• Omulú/Obaluaiê – senhor das energias da terra



• Nanã Buruquê – senhora das energias das águas paradas



• Yewá – senhora das energias das fontes



• Logunedé – senhor das energias das beiras dos rios junto das matas



• Kitembo – senhor das energias do tempo cronológico



• Exu – senhor das energias magnética telúrica



• Pomba Gira – senhora das energias do fogo
Estas Energias são transformadas pelos Guardiões em Forças Elementais propriamente ditas, chamadas de Forças Sutis e são coordenadas pelos Guardiões de Lei responsáveis pela Coroa da Encruzilhada, que são os que estão assentados a trabalho das Irradiações Divinas, Os Sagrados Orixás.



Lembramos que os Guardiões nos dão nomes simbólicos, não sendo os seus verdadeiros, embora eles tenham relação sonométrica com suas designações originais que são poderosos mantras e por isso não devem ser revelados sem a devida oportunidade e a qualquer pessoa. Mas mesmo estes nomes possuem a vibração correta dentro da magia de som para que suas invocações sejam atendidas.



Declinamos nos nomes simbólicos dos Maiorais, devido a grande confusão reinante quanto à denominação de cada um. Cada escritor ou mesmo sacerdote umbandista, cria a sua hierarquia, o que causa uma grande confusão entre os estudiosos. Por isso, vamos ligar os Guardiões somente à linhagem de trabalho pertinente a cada Orixá.



Seja qual for o Guardião pertencente à Linha Espiritual regida por qualquer Orixá, vai responder, com os atributos e atribuições do Maioral que rege essa Linha de trabalho.
Cada um dos Maiorais se agrupam conforme as forças (Orixás) que manipulam. E estas forças (Orixás) estão relacionadas aos pontos cardeais.



Esta é, então, a Verdadeira Encruzilhada de Guardião, sendo que suas oferendas e preceitos devem sempre seguir a orientação dos pontos cardeais, pois isto é importantíssimo na magia de imantação e desagregação.



Novamente nos explicaremos melhor, para orientar os menos atentos, pois sabemos que tal assunto é novo para a maioria dos irmãos de fé sendo assim, não é fácil de ser digerido.



A Encruzilhada de Guardião é a síntese magística da Umbanda e da Quimbanda. É interessante observar-se as entradas e saídas da encruzilhada, pois são elas as responsáveis diretas pela manutenção da vida e pela limpeza astral do planeta. Sabendo utilizar-se delas, é possível manter-se a saúde e a harmonia, além da paz interior.

Diremos que basta observar que o Norte e o Sul são entradas, o Leste e o Oeste são saídas. No centro da roda está o chamado “centro indiferenciado”, que é de onde saem energias positivas e para onde são levadas todas as energias negativas ou estáticas de nosso planeta. Por isso, revelaremos apenas que se um indivíduo quiser revitalizar-se quando realizar algum preceito que não utilize, repetimos, NUNCA o elemento sangüíneo, deve-se voltar aos cardeais LESTE/OESTE e para se descarregar deve-se voltar aos cardeais NORTE/SUL pedindo o Agô (licença) e as forças necessárias aos senhores da Encruzilhada para imantar-se ou descarregar-se, dentro da Lei e da Justiça.



A Magia não se divide em negra ou branca, e também não existe magia da Umbanda, egípcia, cigana, etc. A magia é planetária e responde a uma só lei. Ela está condicionada a vontade ao saber e a moral do operador, pois os conceitos de bem ou de mal são condições ligadas à inteligência do espírito de acordo com o grau evolutivo ou com a abertura de seu consciencional, pois a Lei Cármica pode ser acionada de acordo com os atos conscientes ou inconscientes de quem manipulam as forças ocultas da matéria.
Isso é comprovado no fato de que muitas vezes o desconhecimento da existência de um carma coletivo, grupal e individual resulta na realização de atos que entram em choque com estas três leis reguladoras. Exemplificando: pode-se achar que está se fazendo um bem individual a uma pessoa, mas ao mesmo tempo pode-se prejudicar uma coletividade, pois através da magia é possível evitar-se que algo aconteça a alguém, mas e se esse alguém tiver em seu carma a suposta dívida que se desejou sanar?



Nesse caso a balança da Lei será pesada e contada, sendo que, cedo ou tarde, a Lei de Causa e Efeito aliada a seus choques de retorno será acionada.



Coloboração de Aurélia Janunci

Texto também encontrado na REVISTA UMBANDA- Editora Escala.

A VERDADEIRA ENCRUZILHADA DOS GUARDIÕES



Oferenda:Objeto ou coisa qualquer que se oferece: presente; dádiva – Diz-se na Umbanda, que oferenda é um presente para captar apenas vibrações, ou melhor, para harmonizar vibrações.Despacho:Ato ou efeito de despachar (dispensar os serviços de; mandar embora; despedir).


Muitos acreditam ser a encruzilhada de Guardiões estas de rua ou de cemitério. Mas a verdadeira “Encruza” está no campo astral e não no campo físico (pedimos aos leitores estudarem o assunto: Linhas Ley; aí, encontrarão muitas respostas para a questão “encruzilhada”).



Os Guardiões somente realizam “despachos” em encruzilhadas de rua e de cemitério, desde que sejam para fins específicos, quando à necessidade de manipular energias humanas que se entrecruzam. Fora disso, as encruzilhadas de rua e de cemitério não são os pontos de força dos Guardiões.



Aquilo que rege o Macrocosmo também rege o Microcosmo, pois existe apenas uma Lei que comanda os mundos, adaptada conforme a forma de vida que esteja debaixo de sua ação e reação. As leis que ordenam e coordenam os astros, a natureza e os elementos são as mesmas leis que coordenam a biologia e a física do ser humano, exatamente por ser este influenciado pelo meio e pelas regras matemáticas dos astros e das potestades.



E a Lei que dá formação e ajuste à matéria e que faculta, inclusive, o próprio modo de ser da movimentação Cármica, a Lei Mater aplicada a movimentação dos elementos, é sintetizada na Encruzilhada dos Guardiões, ou na Roda Cabalística da Encruzilhada.
Sabemos que muitos irmãos realizam seus trabalhos ritualísticos nas chamadas encruzilhadas de rua ou cemitério. Achamos por bem alertar que encruzilhadas de rua e de cemitério são locais onde existem determinadas portas dimensionais que se ligam diretamente às covas mais profundas do Baixo Astral. São as chamadas “Portas Cruzadas” e os trabalhos feitos nestes locais, tem aceite somente por entidades que nada tem a ver com os verdadeiros Guardiões, ou são efetuados por

ordens dos Guardiões de Lei, quando da manipulação energética necessária.



Nas encruzilhadas de rua e de cemitério habitam os seres mais estranhos e terríveis, verdadeiros monstros, que alteraram a forma de seu corpo astral (Zoantropia), devido a sua própria conduta mental e emocional. Adulteraram completamente seus sentidos e seus objetivos na caminhada evolutiva, sendo seres viciados, dementados e na sua maioria perversos, coléricos e vingativos. Estes são os famigerados quiumbas, seres que habitam a contraparte astral de locais como prostíbulos, matadouros, casas de jogos, cemitérios, bares e mesmo churrascarias,

pois são loucos por sangue, morte, bebida e vícios, os mais variados.



E são eles que recebem nas encruzilhadas de rua e de cemitério as oferendas feitas com sangue, animais mortos, ossos e todos os tipos de materiais de baixa vibratória.



Estes seres se agregam na aura dos infelizes que realizam tais práticas, como se realmente os vampirizassem, fomentando-os a realizarem sempre tais oferendas sangrentas no intuito de alimentá-los vibratoriamente. Muitos destes são acompanhados por outros seres que são chamados de “larvas astrais”. Estas são formas pensamentos viciadas, que possuem a forma de baratas ou de algo semelhante a lagostas, polvos, lombrigas, etc. Tais coisas se agregam à vítima e funcionam como um sensor que a liga ao quiumba, mesmo à distância.
Estas larvas trazem realmente muitas doenças, tanto mentais como físicas fazendo com que a vítima se sinta, na maior parte das vezes desanimada e sem força de vontade, só se recuperando quando estão em qualquer prática viciosa.



Esses quiumbas são combatidos pelos Guardiões de Lei da Umbanda, que exercem verdadeiro policiamento nas zonas onde existem o tóxico, o álcool, a prostituição e coisas piores. Os Guardiões os policiam para não utilizarem a contraparte etérica de elementos como o sangue, ossos, etc., por exemplo, para fins de contundência.



Na verdade, estes quiumbas são igualmente nossos irmãos, estando apenas caídos na rota evolutiva, desviados que foram por outros seres sumamente poderosos, embora intencionalmente voltados para o mal; os magos negros.



Quando os Guardiões aprisionam estes quiumbas, os levam a determinados postos corretivos no astral, onde ficarão recebendo um tratamento que lhes facultará a retomada de sua linha evolutiva afim e o possível reencarne. Dissemos possível pelo fato de muitos deles não terem condições vibratórias de reencarnarem, pois que seus corpos astrais se encontram em terrível desajuste e mesmo suas mentes estão em tal estado de revolta e ódio que seria prejudicial a si e as outras pessoas o passe reencarnatório.



Mas perguntará o leitor: já não encarnam tantos assassinos, facínoras e corruptos? Como estes conseguem o tal passe? E responderemos que estes se encontram nesta condição por já estarem extremamente melhorados e que as coisas no submundo astral são bem piores.



Determinados assassinos que reencarnam (ou mais exatamente são como que “jogados” na roda da encarnação para reajustar-se com seus afins. Só o mal corrige o mal) já foram e vieram muitas e muitas vezes, sendo que o seu livre arbítrio se torna cada vez menor enquanto não corrigirem as suas ações.
Para muitos o passe da reencarnação é vedado e são estes – os mais perigosos – aprisionados em sua consciência como se fossem certas formas ovóides, em estágio estacionário. Mas este é um aspecto dos mais terríveis e perturbadores e que deixaremos de citá-lo de forma mais aprofundada para não causar traumas ao inconsciente de muitos...



É bom frisarmos que a Umbanda não doutrina o maniqueísmo, ou a dicotomia BEM/MAL como se Deus fosse um déspota que se deleitasse em ver seus filhos sofrendo num inferno eterno. A única coisa eterna é o bem, o Amor Cósmico; sendo o mal uma distorção destas realidades e um artifício utilizado pelo Criador, a fim de sabermos diferenciar o bem do mal. O inferno está na consciência de cada um, sendo esta direcionada e escalonada de acordo com as atitudes que se realizem durante as encarnações. Pois a verdade é uma só: podemos enganar aos outros, mas jamais enganaremos a nós mesmos, que somos testemunhas de nossos próprios atos, ninguém escapa do passado e os erros são contados e pesados não somente pelos Tribunais Cármicos, mas muito principalmente pela nossa própria consciência, pois quem já sentiu dentro de si uma fagulha que seja da Verdade e do Amor das Almas, sabe o quanto pesa as atitudes passadas e os atos infelizes realizados contra a natureza e os semelhantes.



E o que acontece com aqueles que não se questionam sobre seus atos?

Estes, quando seu Carma se torna impraticável, repleto de ações negativas são direcionados a seus afins, para determinados planetas menos evoluídos ou mais primitivos que o nosso. Como? Se em nosso mundo que é uma casa abençoada necessitamos ainda pagarmos para nos alimentar, (o que já é resultado de excessivas ganâncias do passado...) embora não paguemos pela luz, ou pelo ar, existem mundos onde estas coisas são pagas, pois que estes seres formaram tal condição negativa sobre si que seus próprios atos os forçaram a construir uAchamos importante, para esclarecer os irmãos umbandistas, repetir que fazer entregas em encruzilhadas de rua ou de cemitério é atividade perigosíssima, principalmente quando estas entregas levam elementos animais ou mesmo materiais densamente negativos. Repetimos que a Umbanda não usa matar animais em hipótese alguma, seja para louvar Orixás ou para resolver qualquer desmando com o baixo astral. A Umbanda também não usa colocar sangue na cabeça de seus iniciados.



Acreditamos – pois temos certeza – de que o sangue atrai esta classe de espíritos do quais falamos. Os irmãos dos Cultos de Nação muitas vezes questionam a nós Umbandistas sobre o uso do sangue, alegando que este é Axé e que a sua utilização revitaliza todo o sistema magístico de um ritual; mas isto não faz parte da ritualística/doutrina da Umbanda Sagrada. Cada coisa no seu lugar, e cada liturgia na sua religião.



Nós também cremos que o sangue é Axé, mas este só realiza sua função de Princípio e Poder de Realização quando no animal vivo. Matar um animal ou vários e entregá-los no seio da Natureza é uma violação e uma afronta a esta mesma natureza, pois as vibrações expressas em oferendas deste tipo agridem aos espíritos elementares que atuam nas matas e nas cachoeiras, espíritos estes que estão aprendendo e se adaptando às realidades que os aguardam e são agredidos com estas vibrações negativas.
ma sociedade afim a suas experiências passadas.



Trecho extraído do livro: “A Magia das Oferendas na Umbanda” autoria: Pai Juruá

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Queda e Fracassos de Médiuns...





Mas situemos desde já, dentre os diversos meios pelos quais os médiuns têm
fracassado, os três aspectos principais ou os três pontos-vitais que os precipitam
nos abismos de uma queda mediúnica etc. Ei-los:

I – A vaidade excessiva, que causa o empolgamento e lança o médium nos
maiores desatinos, abrindo os seus canais-medianímicos a toda sorte de influências
negativas.
II – A ambição pelo dinheiro fácil, exaltada pelo interesse que ele identifica nos
“filhos-de-fé” em lhe agradar, em lhe presentear, para pedir favores, trabalhos,
pontos, afirmações etc., que envolvem elementos materiais.
III – A predisposição sensual incontida, que lhe obscurece a razão, dada a
facilidade que encontra no meio do elemento feminino que gira em torno de si por
interesses vários e que comumente se deixa fascinar pelo “cartaz” de médiumchefe...
de “chefe-de-terreiro”, babá etc.
Como a coisa começa a balançar a moral-mediúnica desses aparelhos?
O 1º CASO – O da vaidade excessiva: uma criatura, homem ou mulher, tem o
dom mediúnico. Naturalmente que o trouxe de berço, isto é, desde que se
preparava para encarnar. Em certa altura de sua vida, manifesta-se a sua
mediunidade. Eis que surge o protetor – caboclo ou preto-velho.
Como no médium de fato e da Corrente Astral de Umbanda a entidade também
é de fato, é claro que ela faz coisas extraordinárias. Cura. Ajuda. Aconselha. Tem
conhecimentos irrefutáveis etc...
São tantos os casos positivos do protetor através da mediunidade do médium,
que logo se forma em torno dele uma corrente de admiração, e de fanatismo
também.
A maioria dos elementos que o cercam, diante das coisas que vêem, são levados
a agradar, a bajular, e com essas coisas, inconscientemente, vão-lhe incentivando a
vaidade latente. Isso de forma contínua. A maioria desses médiuns não estudam,
porque também não receberam ou não se interessam por uma preparação
mediúnica adequada. O protetor faz o que pode e deve (respeitando o livre-arbítrio), isso é, ensina,
doutrina, alerta pelos canais mediúnicos: na manifestação, nas intuições, nos avisos
etc.
Mas acontece sempre que o médium, devido a fortes predisposições à vaidade,
começa por não dar muita atenção aos conselhos, às advertências que o seu
protetor vem fazendo... chega a ponto de se julgar o tal, quase um “pequenodeus”.
Ele pensa que a força é dele... que o protetor é dele – é propriedade sua...
O médium vai crescendo em gestos, em palavras, pois que todos se acostumam a
acatá-lo em respeitoso silêncio, quando não, pelo medo ou por interesse próprio...
Vai crescendo a sua vaidade e logo começa a fazer exibições mediúnicas...
Ele começa a praticar uma coisa que será fatalmente a sua cova... Passa a
“trabalhar” sem estar corretamente mediunizado (ou seja, pede apenas a irradiação
do “guia” de sua preferência sobre ele). A sua entidade protetora pode usar certos
meios para manifestar o seu desagrado, mas respeita também o seu livre-arbítrio, é
claro... pois até as Hierarquias Superiores respeitam esta faculdade.
Então, começam os desatinos, as bobagens e as confusões e a respectiva falta de
penetração nos casos e coisas. Começa a criar casos, a ter preferências e outras
coisas mais. Não obstante as reiteradas advertências do protetor, ele continua... Eis
que surgem os “transtornos”. Os seus canais-mediunicos, dada a faixa-mental que
ele criou com os efeitos de sua excessiva vaidade, abre portas aos kiumbas, que
entram na dita faixa...
Daí tem início uma série de absurdos, de envolvimento negativos etc. O
ambiente do terreiro sai da tônica de outrora. Tudo se altera. Nessa altura o
médium percebe apavorado que o seu protetor mesmo – aquilo que era bom, foi
embora... deixou de sentir a positividade de suas fluidos benéficos...
No principio ele tem um tremendo abalo...depois...ah! depois, ele vai se
acostumando com os fluidos dos kiumbas etc., e mantém a sua excessiva vaidade
de qualquer forma... não quer perder o “cartaz”...
Porém, as curas, a antiga eficiência, não há mais... muitos percebem e dão o
fora... compreendendo que o “seu fulano não é mais o mesmo” e alguns até
passam a olhá-lo com desprezo... e se afastam ironizando dele, muito embora, no
passado, tenham se beneficiado com sua mediunidade.
O pobre médium que fracassou pela excessiva vaidade no íntimo é um sofredor,
muitos se desesperam com o viver da arte de representar os caboclos, os pretos-velhos etc... Enfim, ser um “artista do mediunismo” também cansa, porque a
“descrença” é o “golpe de misericórdia” em suas almas.

O 2o CASO – O da ambição pelo dinheiro fácil. Aqui é preciso que se note a
diferença entre o médium de fato que cai pela ambição desenfreada do vil metal e
do “caso” em que se incluem centenas e centenas de espertalhões, desses vândalos
que usam o nome da Umbanda e de suas entidades a fim de explorarem a
ingenuidade da massa, de todas as maneiras. Esses são bem reconhecidos... Seus
“terreiros” são enfeitados, há muita bebida, os “comes e bebes” são constantes, há
muita roupagem vistosa, enfim, esses “terreiros” se caracterizam pelos cocares de
penas multicores, pelos tais capacetes de Ogum, pelas espadas, pelas capas de
cores, pelos festejos que fazem sob qualquer pretexto, onde os médiuns exibem
tudo isso e mais os pescoços sobrecarregados de colares de louça e vidro como se
fossem “condecorações”... Tudo nesses ambientes é movimento, encenação,
panorama...
São verdadeiras arapucas, onde tudo é duvidoso. Por ali se paga tudo. Desde
uma consulta até um dos tais “despachos”, até as famigeradas “camarinhas” com
seus obis e orobôs para “firmar o santo na cabeça”... do paspalhão que acredita
nisso. Esses antros de exploração, que chafurdam o bom nome da Umbanda na
lama da sujeira moral e espiritual, são fáceis de ser reconhecidos. De vez em
quando os jornais dão notícias deles...
Mas voltemos ao caso do médium de fato, que fracassou pelo dinheiro...
É sabido que a Corrente Astral de Umbanda manipula constantemente a Magia
positiva (chamada de magia-branca) sempre para o bem de seus filhos-de-fé ou
para qualquer um necessitado, venha de onde vier...
A magia, dentro de certas necessidades ou casos, requer determinados
elementos materiais. São velas, flores, ervas, plantas, raízes, panos, pembas e até o
fumo e certas bebidas... O fato é o seguinte: quando há mesmo necessidade disso,
a entidade pede e a pessoa TRAZ, ou providencia, satisfazendo a Lei de Salva (O
que uma entidade pede, independente de seu médium, dentro da Lei de Salva, numa
operação mágica, é uma coisa. E o uso legal da Lei de Salva por um médium-magista, é
outra coisa. Em nossa obra a caminho do prelo “Umbanda e o poder da mediunidade”
está esclarecida, de vez, essa questão).
A coisa quando é manipulada pelas entidades – os caboclos, os pretos-velhos –
costuma sempre dar certo. O resultado é satisfatório... De sorte que quase todo
mundo que “gira” pelos terreiros, pelas Tendas, sabe disso. Daí é que entra na
observação do médium a facilidade, a presteza com que as pessoas se dispõem a
fazer um “trabalhinho” para o seu bem, para abrir ou melhorar seus caminhos,
etc....
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De princípio ele obedece tão-somente às ordens do seu protetor, quanto a esses
aspectos. Depois, através de presentes, de agrados diversos dos beneficiados, ele
começa a pensar seriamente na facilidade do dinheiro...
Então lança mão de uma chave: a questão da salva...em dinheiro para seu anjode-
guarda, para o cambono etc.
Aí, já começou a imperar nele a ambição pelo ganho fácil, por via desses
trabalhos... Então, começa a exceder a regra da salva (dentro da magia) e sobre a
qual ele já foi bem esclarecido, porque essa salva existe, na Umbanda em relação
com a Quimbanda. E como é isto? Diremos: o médium recebe ordens para fazer
determinado trabalho, reconhecidamente necessário, quer seja para um
“desmancho” de baixa-magia, quer seja para um encaminhamento ou
desembaraço qualquer de ordem material ou de um proveito qualquer, tudo
dentro da linha justa, isto é, que jamais implique no prejuízo de alguém... Quer
seja uma descarga, um “desmancho” ou proveito qualquer, se for manipulado
dentro da movimentação de certas forças mágicas e que impliquem em elementos
de oferenda para certas falanges de elementares, à pessoa para quem é feito esse
trabalho se pede a dita salva. Essa salva pode constar de certo número de velas ou
de azeite para iluminação ou para posterior uso do médium ou de uma
compensação financeira relativa, da qual parte deve ser dada de esmola pelo dito
médium, na intenção de sua guarda. Essa é uma lei da magia que existe, nós não a
inventamos, nem ninguém, e sobre a qual não podemos nos estender em detalhes
maiores.
Todavia, devemos esclarecer que essa lei de compensação da Magia, ou para os
trabalhos de cunho nitidamente mágico é indispensável. E uma espécie de fator
de equilíbrio entre a ação, a reação e o desgaste relativo ao operador (Então
repisemos: é claro que estamos fazendo referência aqui aos médiuns-magistas, isto é
aqueles que sabem e podem movimentar elementos de ligação mágica, para fins
adequados... Não estamos incluindo nisso essa “corja” de espertos, de exploradores que
interpenetram o citado meio umbandista, justamente para fazer meio de vida, criando a
indústria de umbanda. Porque essa “máquina” está montada e é impressionante
verificar como funciona.
E a propósito: Aqui cabe a todos os umbandistas dignos que felizmente existem aos
milhares, fazer a seguinte pergunta: que fazem essas tais “uniões, federações, primados,
confederações, colegiados e congressos” que, nunca jamais em tempo algum ousaram
levantar suas vozes em defesa da dignidade dessa mesma Umbanda, desses mesmos
caboclos e pretos-velhos, desses mesmos “orixás” que dizem representar...)
Na Umbanda, já o dissemos: essa lei (ou esse fator) se denomina Salva, e é tão
antiga que podemos identificar seu emprego entre os primitivos e verdadeiros
Magos e Sacerdotes Egípcios, com a denominação de Lei de AMSRA.


Disso também nos falam os Rosacruzes em seus ensinamentos ou instruções
internas (esotéricas).
Agora, compete ao magista, seja ele de que corrente for, não abusar, não
exceder, não ambicionar, não derivar para o puro lado da exploração...
Ora, o médium-magista então, ambiciosamente, começa a abusar disso. Começa
por se exceder na lei de salva, pedindo mais dinheiro. Passa a cobrar grosso em
tudo e por tudo. Inventa “trabalhos” de toda espécie, assim como “desmanchos” e
afirmações para isso e aquilo...

E os aflitos, os supersticiosos, os impressionáveis, os filhos-de-terreiro, dão e
sempre com prazer, visto esperarem sempre uma melhoria ou uma vantagem
qualquer por via disso (aliás a tendência da maioria das pessoas que freqüentam
“giras”, é pagar, gostam de o fazer).
Assim – ele, o médium – de tanto fazer trabalhos materializados, sempre por
conta própria, mas tudo relacionado com os “exus” (que é o espantalho para essa
maioria de ignorantes, de simples, de ingênuos etc.) e que envolvem materiais
grosseiros, acaba chafurdado na vibração pesada dos espíritos atrasados, que
passam a rondá-lo ou a viver em torno dele, ansiosos por esses tipos de
oferendas...

A sua entidade protetora, como sempre, já lhes deu vários alertas que ele não
levou na devida consideração, pois o dinheiro está entrando que é uma beleza...
E nessa situação o aparelho já está “cego e surdo” a qualquer advertência e o seu
caboclo ou o seu preto-velho, que, para ele, já são incomodativos, visto temer que
se manifestem mesmo de fato nele e levantem toda essa sujeira, desmoralizando-o
(como tem acontecido), se afastam e deixam-no envolvido com o baixo-astral, com
quem já esta conluiado... pois ele, o médium, tem o sagrado direito de usar o seu
livre-arbítrio como bem queira... já o dissemos.
Porém, chega dia em que esse infeliz aparelho necessita de uma firme proteção
para um caso duro e apela para a presença do verdadeiro guia e NADA... Abalado,
dentro de um tremendo choque, aterrado mesmo, ele verifica que os fluidos são de
exu e de outros, bastante esquisitos e que lhe causam mal-estar e que não tinha
percebido antes, claramente.
Alguns ainda param, fazem preceitos, para o anjo da guarda, enfim, pintam o
sete, para ver se o protetor volta... porém, NADA...

Então, comumente se deixam enterrar mais ainda nesses aspectos, porque afinal
de contas o dinheiro é coisa boa e traz muito consolo por outros lados.
Todavia, apesar da fartura do dinheiro fácil reconhecem depois de certo tempo
que é um dinheiro maldito... passam a viver com a consciência pesada, irritados e
sempre angustiados. O fim de todos eles tem sido muito triste... ou surgem
doenças insidiosas, ou os vícios para martirizá-los por toda a vida ou acabam seus
dias na miséria material, pois a moral já é uma cruz que ele carrega desde o
princípio de seu fracasso mediúnico...

3o CASO – A queda pelo fator Sexo. Esse é um dos aspectos
mais escabrosos, um dos mais escusos e uma dos mais difíceis de ser perdoados
pela entidade protetora...
É um caso que está intimamente ligado ao 1o, ou seja, o da vaidade excessiva.
Um se completa, quase sempre, com o outro, e às vezes os três juntos.
Temos em nossos 26 anos de Umbanda, assistido, constatado, identificado,
positivamente, a situação ou as condições de vários médiuns que caíram
desastrosamente por causa do elemento sexo...
É que esse é um dos fracassos mais duros de ser suportado, não resta a menor
dúvida, porque mais do que nos outros, a MORAL do médium fica na LAMA em
que ele se SUJOU. Por mais que eles digam e se desculpem de toda forma,
ninguém se esquece, ninguém consegue apagar da lembrança a causa do seu
fracasso....
É uma MANCHA, que, mesmo que ele tenha se regenerado completamente ,
mesmo assim, não se apaga...
Já dissemos como é que o médium de fato é logo envolvido pelas criaturas, com
admiração, bajulações e fanatismo. Ele sente um constante endeusamento em torno
de si e quase que sem sentir vai caindo na faixa da vaidade.
Particularmente (convém repetir) se sente muito visado pelo elemento feminino,
que tem a propensão para se deixar fascinar pela mediunidade, mormente quando
a vê num homem bem apessoado.
Bem, todo médium que trabalha na faixa da luz, no combate a todas as mazelas,
especialmente contra o baixo-astral – convém sempre que o lembremos – é avisado
constantemente pelas entidades protetoras de que sua regra de todo instante é o
“orai e vigiai”...
Agora devemos reafirmar duas coisas. 1a – Que nem todos os médiuns, por que
são da Corrente de Umbanda e por força dessa circunstância tem de lidar com os
efeitos do baixo-astral, tendem fatalmente a serem atacados, a serem envolvidos,
enfim, a fracassar... Não! Nos da corrente dita como kardecista, essas situações
também acontecem ... “aqui como lá, maus fados há”...
Conhecemos também vários médiuns de fato que tem a proteção do seu
“caboclo, de seu preto-velho”, desde o princípio, há 15, 20 e mais anos. Nunca se
desviaram da linha-justa e nunca sofreram nada a não ser as naturais injunções ou
provações de seus próprios karmas...
A 2a reafirmação é a seguinte: que no caso de todos os médiuns fracassados, os
seus protetores muito lutaram para evitar as suas quedas; fizeram o possível e o
“impossível”. Muitos desses “caboclos, desses pretos-velhos”, chegam até a
disciplinar, a castigar mesmo o aparelho, antes do abandono final. Por vezes,
jogado numa cama, com pertinaz moléstia, por meses e até por um, dois e mais
anos.

Trecho do livro SEGREDOS DA MAGIA DE UMBANDA E QUIMBANDA

W.W. DA MATTA E SILVA (Mestre Yapacany)

Ascensão e Queda de um Médium


Texto proferido por Pai Ronaldo Linares em 1969 no programa “Umbanda em Marcha” na extinta Rádio Cacique de São Caetano do Sul, este texto também faz parte da apostila do, 25 Barco de Babalawô, "Curso de Sacerdócio", da Federação Umbandista do Grande ABC. Publicado no Jornal de Umbanda Sagrada em Setembro de 2006.

Dizem que os fatos na história es¬tão sempre se repetindo. Também na Umbanda observamos fatos, como a história do “Pai X”, que segundo con¬tam, em sua juventude era do¬tado de privilegiada inspiração cós¬mica. Apesar de pouca instrução, pos¬suía grande imaginação; falava co¬mo filósofo, podendo até prever acon¬tecimentos futuros. Tinha gran¬de respeito às religiões e bastante inclinação para estudos místicos e religiosos.

Filiou-se, posteriormente, a al¬gumas escolas e freqüentou várias re¬ligiões. Cursou algumas escolas de origem oriental, onde adquiriu algu¬mas noções de misticismo. Ingressou no espiritismo e, por algum tempo, estudou com entusiasmo as ins¬tru¬ções kardecistas. Mais tarde, in¬gres¬sou na Umbanda, onde dizia ter se encontrado, pela ritualística, pela ma¬gia e encan¬tamento. Revelou-se bom médium, realizando inclusive, curas com sucesso.

Mais tarde, com a graduação de Ba¬ba¬lorixá, ou Sacerdote de Um¬ban¬da, abriu um Templo e teve seus pró¬prios discípulos. Ensinou de início algo que admitia, não era dele. Tornou-se conhecido e, passou a gostar da notoriedade e popularidade. Poste¬riormente passou a declarar que os ensinamentos eram seus, assim como todas as coisas que estava fazendo e dizendo. Pensava com exclusi¬vismo, considerava-se autônomo e único orientador espiritual capacita¬do, esquecendo-se das Leis, que exprimem o pensamento de Deus, dos Orixás. Violou a Lei do Amor Fra¬ter¬no, inver¬ten¬do a direção da verda¬deira Lei da Espiritualidade na ilusão de crescer e subir. Muitos manuscritos de natureza altamente espiritual afir¬mam que não há pecado maior na ma¬téria, do que a vaidade, filha dileta do egoísmo.

Com esta atitude, “Pai X” foi de¬caindo. Também na saúde, um exem¬plo típico de alguém que foi rejeitado pelo cósmico, em virtude da violação da Leis do Universo. Na ilusão de cres¬cer e subir, ficou aprisionado em seu próprio desespero. Tornou-se uma ví¬tima das suas obsessões e desen¬carnou após muitos anos de terrível sofrimento íntimo. A vaidade, a tenta¬ção de pro¬curar poder e a ânsia pela popularidade em ver-se chamado de mestre supremo, o levou à queda es¬pi¬ritual, material e física. ‘POIS QUEM SE FAZ DEUS, POR DEUS É PUNIDO’.
Será que o que aconteceu com o Pai “X” vem acontecendo em nossos di¬as? É necessário que se encare a dou¬trina como algo muito sério, prin¬ci¬palmente o médium deve se cons-cien¬tizar de que é apenas um ins¬trumento para servir as Leis do Uni¬verso e Es¬pirituais.

“NÓS VIVEMOS PARA SER¬VIR, NÃO PARA SERMOS SERVIDOS.”

NOTA DA REDAÇÃO: Os textos desta página de autoria de Pai Ronaldo Linares foram extraídos da apostila do 25º Barco de Babalawô da FUGABC.

Postado na Comunidade Umbanda Sem Medo.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O poder dos médiuns




Como a ciência justifica as manifestações de contato com espíritos e por que algumas pessoas desenvolvem o dom
Suzane Frutuoso fotos Murillo Constantino

O espiritismo é seguido por 30 milhões de pessoas no mundo. O Brasil é a maior nação espírita do planeta. São 20 milhões de adeptos e simpatizantes, segundo a Federação Espírita Brasileira – no último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2,3 milhões declararam seguir os preceitos do francês Allan Kardec, o fundador da doutrina. A mediunidade, popularizada pelas psicografias de Chico Xavier, em Uberaba (MG), ganhou visibilidade nos últimos anos na mesma proporção em que cresceu o espiritismo. Mas nada se compara ao poder da mídia atual, que permite debater os ensinamentos da religião por meio de livros, programas de tevê e rádio. Os romances com temática espiritualista de Zíbia Gasparetto, por exemplo, são presença constante nas listas de mais vendidos.

Embora não haja estatísticas de quantos entre os praticantes são médiuns, o que se observa é uma quantidade maior de pessoas que afirmam possuir o dom. O interesse pela religião fundamentada por Kardec (por isso também chamada de kardecismo) é confirmado pelo recorde de público do filme Bezerra de Menezes – o diário de um espírito, do cineasta Glauber Filho: 250 mil espectadores, desde o lançamento nos cinemas, em 29 de agosto. Um número alto para uma produção nacional. O longa, com o ator Carlos Vereza (também praticante do espiritismo) no papel-título, conta a história do cearense que ficou conhecido como “médico dos pobres”, se tornou ícone da doutrina e orienta médiuns em centenas de centros a se dedicar ao bem e à caridade.


PSICOGRAFIA
Instrumento por meio dos livros
A psicóloga Marilusa Vasconcelos, 65 anos, de São Paulo, é conhecida no espiritismo pela sua vasta literatura psicografada. Em 40 anos de dedicação à mediunidade, publicou 61 livros. Seu orientador é o espírito do poeta Tomás Antonio Gonzaga, que participou da Inconfidência Mineira. A dedicação à psicografia levou Marilusa a fundar em 1985 a Editora Espírita Radhu, sigla para renúncia, abnegação, desprendimento e humildade, a base dos ensinamentos na doutrina. Ela reúne outros dons, como ouvir, falar e enxergar espíritos e ser instrumento deles na pintura mediúnica. “Os vários tipos surgiram desde a infância”, conta Marilusa, que nasceu numa família espírita. “O controle da mediunidade é indispensável. O médium não é joguete do espírito. Eles interagem, num acordo mútuo de tarefa.”

Os espíritas dizem que todas as pessoas têm algum grau de mediunidade. Qualquer um seria capaz de emitir pensamentos em forma de ondas eletromagnéticas que chegariam a outros planos. O que torna algumas pessoas especiais, segundo os praticantes, a ponto de se transformarem em canais de comunicação com os mortos, é uma missão – designada antes mesmo de nascerem, determinada por ações em vidas anteriores e que tem na caridade o objetivo final. “É uma tarefa em favor da evolução de si mesmo e da ajuda ao próximo”, diz Julia Nesu, diretora do departamento de doutrina da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo. Fenômenos relacionados a pessoas que falavam com mortos e envolvendo objetos que se mexiam são relatados desde o século XVII, tanto na Europa quanto nas Américas, mas hoje cientistas tentam compreender o fenômeno. Algumas linhas de pesquisa mostram que o cérebro dos médiuns é diferente dos demais.

São cinco os meios de expressão da mediunidade. A psicografia, que consagrou Chico Xavier, é a mais conhecida. Nela, o médium escreve mensagens e histórias que recebe de espíritos. Estaria sob o controle deles o que as mãos transcrevem. A vidência permite enxergar os mortos que não conseguiram se desvencilhar da Terra ao não aceitarem a morte ou que aparecem para enviar recados a entes queridos. Na psicofonia, o sensitivo é capaz de ouvir e reproduzir o que os espíritos dizem e pedem. A psicopictografia, ou pintura mediúnica, permite ao médium ser instrumento de artistas desencarnados (termo usado pela doutrina para designar mortos). A mediunidade da cura é responsável pelas chamadas cirurgias espirituais. Não é incomum um mesmo indivíduo reunir mais de um tipo de dom.


VIDÊNCIA
Ver e auxiliar aqueles que estão em outro plano
Aos cinco anos, o chefe de faturamento hospitalar Ivanildo Protázio, de São Paulo, 49 anos, pegava no sono com o carinho nos cabelos que uma senhora lhe fazia todas as noites. Descobriu tempos depois que era a avó, morta anos antes. Aos 19 anos, os espíritos já se materializavam para ele. “Nunca tive medo. Sempre me pareceu natural.” A mãe, que trabalhava na Federação Espírita, o encaminhou para as aulas em que aprenderia a lidar com o dom. Hoje, Protázio é professor de educação mediúnica. Essa é uma parte da sua missão. A outra é orientar os espíritos que lhe pedem auxílio para entender o que aconteceu com eles. A oração é o remédio. “Os espíritos superiores me ensinaram a importância da caridade para nossa própria evolução.”

A reportagem de ISTOÉ presenciou uma manifestação mediúnica em Indaiatuba, interior de São Paulo. O tom de voz baixo e os gestos delicados de Solange Giro, 46 anos, sugeriam que ela carrega certa timidez ao expor a própria vida numa conversa com um estranho. Cerca de duas horas depois, porém, é difícil acreditar no que os olhos vêem. Diante de uma tela em branco, sobre uma mesa improvisada com dezenas de tubos de tinta, a mulher começa a pintar um quadro na seqüência de outro. O tempo gasto em cada um não passa de nove minutos. As obras são coloridas e harmoniosas. “Nunca fiz aula de artes. Mal conseguia ajudar meus filhos com os desenhos da escola”, diz, minutos antes da apresentação. A discreta Solange dá lugar a uma pessoa que fala alto, canta e encara os interlocutores nos olhos, com ar desafiador. A assinatura nas telas não leva seu nome, mas de artistas famosos – e já mortos –, como Monet, Mondrian e Tarsila do Amaral. Seria uma interpretação digna de uma atriz? Talvez. O que difere o momento de uma encenação é subjetivo e dá margem a dezenas de explicações – convincentes ou não. Talvez seja possível encontrar respostas no que a artista diz a cada uma das pessoas da platéia presenteadas com um dos dez quadros produzidos na noite. Enquanto entregava a obra, ela desferia características e situações de vida de cada um absolutamente desconhecidas dela. O mentor que a guia é o médico holandês Ernst, que viveu no século XVII. A sensitiva garante que era ele, não ela, quem estava presente na pintura dos quadros.

Nem sempre é fácil aceitar a mediunidade, que pode causar medo quando começa a se manifestar. “Ainda hoje não gosto quando vejo o possível desencarne de alguém. Nestas horas, preferia não saber”, conta a psicóloga Marilusa Moreira Vasconcelos, 65 anos, de São Paulo, que psicografa. O médium de cura Wagner Fiengo, analista fiscal paulistano, 37 anos, chegou a se afastar da doutrina. “Aos 13 anos não entendia por que presenciava aquilo.” Para manter a sanidade e o equilíbrio, as pessoas que possuem dons e querem fazer parte da religião espírita precisam se dedicar à educação mediúnica. O curso leva cinco anos. Inclui os ensinamentos que Allan Kardec compilou no Livro dos espíritos – a obra que deu base ao entendimento da doutrina – e no Livro dos médiuns – que explica quais são os tipos de mediunidade, como eles se manifestam e os cuidados a serem tomados. Entre eles, o combate a falhas de comportamento, como vaidade, orgulho e egoísmo. O espiritismo prega que as imperfeições da personalidade atraem espíritos com a mesma vibração. “O pensamento é tudo. Aqueles que pensam positivo atrairão o que é semelhante. O mesmo acontece com o pensamento negativo e os vícios. Quem gosta de beber, por exemplo, chama a companhia de espíritos alcoólatras”, afirma o professor de educação mediúnica Ivanildo Protázio, 49 anos, de São Paulo, que tem o dom da vidência.

Imaginar que convivemos no cotidiano com pessoas que estão mortas vai além da compreensão sobre a vida – pelo menos para quem não acredita em reencarnação. Mas até na ciência já existem aqueles que conseguem casar racionalidade com dons espirituais. Esses especialistas afirmam que a mediunidade é um fenômeno natural, não sobrenatural. E que o mérito de Allan Kardec foi explicar de maneira didática o que sempre esteve presente – e registrado – desde a criação do mundo em todas as religiões. O que seria, dizem os defensores da doutrina, a anunciação do Anjo Gabriel a Maria, mãe de Jesus, se não um espírito se comunicando com uma sensitiva?

Apesar desse contato constante, os mortos, ou desencarnados, como preferem os espíritas, não aparecem em “carne e osso”. A ligação com o mundo dos vivos seria possível graças ao perispírito, explica Geraldo Campetti, diretor da Federação Espírita Brasileira. “Ele é o intermediário entre o corpo e o espírito. A polpa da fruta que fica entre a casca e o caroço.” O perispírito seria formado por substâncias químicas ainda desconhecidas pelos pesquisadores terrenos, garantem os adeptos do espiritismo. “É a condensação do que Kardec batizou como fluido cósmico universal”, afirma o neurocirurgião Nubor Orlando Facure, diretor do Instituto do Cérebro de Campinas. Nas quatro décadas em que estuda a manifestação da mediunidade no cérebro, Facure mapeou áreas cerebrais que seriam ativadas pelo fluido.



CURA
Cirurgias sem dor nem sangue
O primeiro espírito a se materializar para o analista fiscal Wagner Fiengo, 37 anos, de São Paulo, foi de um primo. Ele tinha dez anos, teve medo e se afastou. Mas, na juventude, um tio, seguidor da doutrina, avisou que era hora de ele se preparar para a missão que lhe fora reservada. Por meio da psicografia, seu guia espiritual, o médico Ângelo, informou que teriam um compromisso: curar pessoas. Ele não foi adiante. Uma pancreatite surgiu sem que os médicos diagnosticassem os motivos. Há quatro anos, seu guia explicou que as doenças eram ajustes a erros que Fiengo havia cometido numa vida passada. A missão era a forma de equilibrar a saúde e a alma. Em 2004, iniciou as cirurgias espirituais. Ele diz que não é uma substituição ao tratamento convencional. “É um auxílio na cura de fatores emocionais e físicos.”

Comprovar cientificamente a mediunidade também é objetivo do psiquiatra Sérgio Felipe Oliveira, professor de medicina e espiritualidade da Faculdade de Medicina da USP e membro da Associação Médica-Espírita de São Paulo. Com exames de tomografia, ele analisou a glândula pineal (uma parte do cérebro do tamanho de um feijão) de cerca de mil pessoas. “Os testes mostraram que aqueles com facilidade para manifestar a psicografia e a psicofonia apresentam uma quantidade maior do mineral cristal de apatita na pineal”, afirma Oliveira. Ele também atende, no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, casos de pacientes de doenças como dores crônicas e epilepsia que receberam todos os tipos de tratamento, não tiveram melhora e relatam experiências ligadas à mediunidade. “Somamos aos cuidados convencionais, como o remédio e a psicoterapia, a espiritualidade, que vai desde criar o hábito de orar até a meditação. E os resultados têm sido positivos.” Uma pesquisa de especialistas da USP e da Universidade Federal de Juiz de Fora, publicada em maio no periódico The Journal of Nervous and Mental Disease, comparou médiuns brasileiros com pacientes americanos de transtorno de múltiplas personalidades (caracterizado por alucinações e comportamento duplo). Eles concluíram que os médiuns apresentam prevalências inferiores de distúrbios mentais, do uso de antipsicóticos e melhor interação social.

A maior parte dos cientistas acredita que a mediunidade nada mais é do que a manifestação de circuitos cerebrais. Alguns já seriam explicáveis, como os estados de transe. Pesquisas da Universidade de Montreal, no Canadá, e da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, comprovaram que, durante a oração de freiras e monges católicos, a área do cérebro relacionada à orientação corporal é quase toda desativada, o que justificaria a sensação de desligamento do corpo. Os testes usaram imagens de ressonâncias magnéticas e tomografias feitas no momento do transe.

A teoria seria aplicável ao transe mediúnico, quando o médium diz incorporar o espírito e não se lembra do que aconteceu. Pesquisadores da Universidade de Southampton, na Inglaterra, estudaram pessoas que estiveram entre a vida e a morte e relataram se ver fora do próprio corpo durante uma operação ou entrando em contato com pessoas mortas. Os estudiosos concluíram se tratar de um fenômeno fisiológico produzido pela privação de oxigênio no cérebro. Trabalhando sob stress, o órgão seria também inundado de substâncias alucinógenas. As imagens criadas pela mente seriam apenas a retomada de percepções do cotidiano guardadas no inconsciente.

PSICOPICTOGRAFIA
Milhares de quadros pintados
Criada numa família católica, Solange Giro, 46 anos, de Parapuã, interior de São Paulo, teve o primeiro contato com o espiritismo aos 20 anos, ao conhecer o marido. Ele, que perdera uma noiva, buscava o entendimento da morte. Já casada e com dois filhos, passou a sofrer de depressão. Encontrou alívio na desobsessão (trabalho que libertaria a pessoa de um espírito que a domina). A mediunidade dava os primeiros sinais. Logo passou a ouvir e ver espíritos. O dom da psicografia veio em seguida. Era um treino para ser iniciada na pintura mediúnica. “Pintei cinco mil quadros no primeiro ano. Estão guardados. Não tive autorização para mostrálos”, conta Solange, que diz nunca ter estudado artes. Nos últimos 13 anos, ela recebeu aval de seu mentor para vender os quadros. O dinheiro é revertido para a caridade.

O psiquiatra Sérgio Felipe Oliveira rebate a incredulidade. “Se uma pessoa está em cirurgia numa sala e consegue descrever em detalhes o que ocorreu em um ambiente do outro lado da parede, é possível ser apenas uma sensação?” Essa é uma pergunta que nenhuma das frentes de pesquisa se arrisca – ou consegue – a responder com exatidão. Da mesma maneira que todos os presentes à sessão de pintura em Indaiatuba saíram atônicos, sem conseguir explicar como alguém que conheceram numa noite foi capaz de decifrar suas angústias mais inconfessáveis.

Retirado da Revista ISTOÉ

Nome Esotérico





Todas as Tradições Iniciatórias ensinam que existe um "Nome Supremo" que é a "Chave de Todo o Conhecimento". Ensinam que cada Ser, animado ou inanimado, possue seu "Nome Verdadeiro" no qual se acha contida sua essência, sua colocação e função na Harmonia Universal. Comecemos então pelo nome...


Na Tradição Iniciatória Egípcia, o Deus Rá assim se enuncia:


-"Eu sou aquele que tem muitos nomes e muitas formas. Meu Pai e Minha Mãe me revelaram meu verdadeiro Nome; este permanece escondido em meu corpo, desde que nasci, para que nenhum poder mágico seja dado a quem pretender lançar-me um sortilégio."


E era por isso que os Egípcios possuíam dois nomes: o "Pequeno Nome", destinado ao público; o "Grande Nome" que era dissimulado. Para os Egípcios a "Palavra" ou o "Nome" era um vasto conjunto combinatório e um complexo material que lhes permitia agir sobre a Realidade, através de Símbolos Mágicos, com uma precisão que podemos avaliar em se sabendo que no texto inscrito na Pirâmide de Unas, 5ª Dinastia Egípcia, cerca de 2.600 anos A. C., distingüem-se Sete Princípios Básicos que formam o Ser Humano :


Ka = o Duplo suportado pela Múmia;
Khu = a Luminosidade da Essência do Fogo;
Niwu = o Sopro exalado no último suspiro;
Ba = A Alma Ave capaz de elevar-se ao "Além" no Poente;
Khaibit = A Sombra Negra que podia sair do túmulo;
Sa = o Fluído Vital Sagrado;
Nome = o Som, cujo poder mantinha reunidas todas estas formas.


Do mesmo modo e baseado no mesmo princípio esotérico, a Magia Egípcia afirmava que o "Feixe das Almas múltiplas" que formam o "Ser Humano", podia ser desassociado sob a entoação mágica negativa de seu "Nome Secreto".
No sarcófago de Hr'Hatep, lê-se: -"Meu Nome partiu, deixei este mundo!" - É por isso que o Nome Iniciatório não deve ser pronunciado em vão, pois tal ato torna seu portador vulnerável à ação de seus inimigos.
Na Bíblia, interpreta-se que Deus deu "Nome" à toda sua Criação e, no episódio da Torre de Babel, Ele "desce" à Terra para confundir a linguagem dos Homens para que não se tornem iguais a Ele. Para os Gnósticos, o conhecimento correto do "Nome" dado por Deus à sua Criação é tão importante que muito poucas pessoas estão em condições de possuir este conhecimento. Na Cabala, o Deus de Israel criou o Universo através de 10 números e 22 letras e a virtude mágica da ordem Divina: -"Faça-se Luz", emana das próprias letras que a compõem. Entre povos, que insistimos de chamar de "primitivos" , existem os mesmos conceitos sobre o "Nome." Sir James Frazer, em seu célebre livro "O Ramo Dourado", observou que, entre diversos povos antigos, existe a profunda crença de que: -"O Nome pode servir de intermediário, tal qual o cabelo, as unhas, os excrementos ou qualquer outro fluído do corpo, para fazer com que a Magia atue sobre esta pessoa."
Deste modo, a maioria dos conhecimentos mágicos se baseia no fato da "Palavra" ser considerada como uma "Força" atuante, não existindo distância alguma entre o "Objeto" e a "Palavra" que o exprime, entre o "Indivíduo" e seu "Nome".
Assim, as "Palavras" são dotadas de uma "Força" real e concreta, bastando pronunciá-las para que sua ação se exerça. Mas, isto só é real numa "Linguagem Revelada" na qual os "Nomes" não são meros símbolos das coisas, mas sim a expressão da realidade de suas estruturas reais.
Portanto, tenha em mente, que o seu nome de "batismo", dado por seus pais, não foi exatamente uma escolha ao acaso deles. Você, antes de reencarnar, influenciou seus pensamentos para que o seu nome traduzisse e trouxesse as energias afins à sua missão terrena.
Infelizmente nossas linguagens modernas não são mais que desbotadas reminiscências das linguagens sagradas de outrora, tais como o Wattan, o Zend, o Sânscrito e o próprio Hebraico, apesar de que, ainda hoje, estes dois últimos sobrevivem, com o Hebraico sendo usado na Kaba-lah e o Sânscrito usado no Tantrismo.
Um outro destes Alfabetos Sagrados - o Wattan - sobrevive na Magia Talismânica do Esoterismo de Umbanda - o Aumbhandan, na qual também a "personalidade esotérica" de uma pessoa também deve ser acobertada por dois nomes:


1.. O "Nome Iniciatório" ou "Grande Nome" que, absolutamente acobertado de revelações indiscretas, protegerá o "magista" em seus "trabalhos de magia", isto é, se ele houver passado do Plano Exotérico (aberto/público) para o Plano Esotérico (velado/fechado), através de uma autêntica Iniciação em sua Faixa Religiosa, seja ela qual for. Portanto, só pode ser passado da Mestre para Discípulos;
2.. O "Nome Esotérico" ou "Pequeno Nome" que, embora restrito, pode ser público. Ainda que de formação esotérica, este "Pequeno Nome" deve ser enunciado pessoalmente em suas Orações particulares e ou Oferendas Propiciatórias e, até, pode tornar-se público como titulação (Iniciando, Iniciado, Médium, Swami, Professor, Mestre, Tatá, Vodunsi, Lama, Baba, Xaman) visando proteger sua personalidade normal exotérica em seus "trabalhos" e relacionamentos espirituais, esotéricos ou religiosos. Este "Nome Esotérico" deve ser "levantado", decodificado, analisado e, novamente, codificado misticamente à partir de seu próprio nome completo de batismo, em sua Figuração Mantrânica, Figuração Simbólica e na Figuração Essencial, usando para tal feito o mais antigo dos Alfabetos Sagrados - o Alfabeto Wattan - tão antigo que o seu maior estudioso, o sábio francês Saint-Yves D'Alveydre, analisando-o e decodificando-o em sua monumental obra científica "L'Archéomètre", denominou-o por Alfabeto Adâmico, tão perto o situou da Aurora da Humanidade.
Com votos de profunda paz nos seus pensamentos, irradiante alegria nos seus sentimentos e harmonia nas suas ações, com prosperidade, força e minha benção.


THASHAMARA
O ETERNO APRENDIZ

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Como Tirar Proveito dos Inimigos


Uma velha fábula indiana conta que, há milhares de anos, vivia em um templo abandonado uma grande cobra venenosa. Seu nome era Naga. Em geral, Naga tinha bons sentimentos, mas despertava terror nos habitantes da aldeia próxima porque – quando incomodada – atacava as pessoas.

Certo dia, um sábio desconhecido apareceu misteriosamente no local. Sentou-se junto ao templo e chamou Naga para uma conversa. Disse-lhe que a vida é, na verdade, uma grande escola espiritual, e que aprendemos o tempo todo, mesmo quando não temos consciência disso. “Mas o aprendizado é muito mais rápido ― e muito mais difícil ― quando fazemos um esforço consciente por iniciativa própria”, acrescentou.

A consciência de Naga se expandiu. O animal viu a luz da sabedoria, e disse que desejava trilhar o caminho do esforço consciente. O instrutor mencionou então duas condições básicas para esse tipo de aprendizado.

“O primeiro passo é o autocontrole”, disse ele. “O processo sagrado começa à medida que o aprendiz deixa de obedecer aos instintos animais”. E acrescentou, antes de prosseguir viagem: “Ao mesmo tempo, há uma outra condição. É preciso ser fraterno e pacífico em relação a todos os seres”.

Impressionada pela força das palavras do mestre, a cobra Naga deixou de lado as preocupações mundanas. Praticou meditação, aproximou-se da sua alma imortal e experimentou a paz do universo infinito. Ela também tomou uma decisão: “De agora em diante, vou controlar os meus instintos e não morderei mais ninguém”.

A lei da evolução estabelece que todo conhecimento deve ser testado na prática, e o caso de Naga não foi uma exceção. Seu novo comportamento chamou atenção das crianças da aldeia. Por que razão ela ficava o dia todo imóvel, em jejum, recitando mantras e meditando sob o calor do sol? Quando todos compreenderam que o animal não atacava, começaram os risos, o desprezo e as agressões à base de paus e pedras. Com o tempo, Naga emagreceu. Adoeceu. Sua pele começou a cair. Mas ela perseverava.

Um ano depois, o animal está sem forças e à beira da morte, quando o mestre desconhecido aparece outra vez e senta-se para conversar. A cobra conta ao sábio tudo o que aconteceu e fala – feliz – da sua lealdade ao caminho espiritual. Surpreso, o mestre explica que tamanha dor não era necessária:

“Amiga, eu disse para você não atacar. Não disse que não ameaçasse morder. Não disse que não preparasse o bote. Não deixe de impor respeito: não faça mal a ninguém, mas – quando necessário – defenda-se sem violência.”

Qual foi, então, o erro de Naga? Ela idealizou o caminho da sabedoria de maneira ingênua e ignorou o fato de que conflitos e contradições fazem parte da vida. Os exemplos são muitos. A cada momento temos de tomar decisões, e antes de cada decisão há uma certa luta entre diferentes tendências em nosso interior. As pessoas vivem conflitos psicológicos dentro de si, e se isso é verdade, é também natural que haja discordâncias nas relações humanas e sociais.

Contraste é vida, e vida é movimento. A uniformidade imobilista não é saudável. Quando as pessoas têm medo das discordâncias naturais, elas passam a reprimir as suas diferenças de opinião na esperança de preservar a paz. Assim, a sinceridade é substituída pela cortesia. Gradualmente, a confiança mútua desaparece, abrindo espaço para a má-vontade, os sentimentos hipócritas e a deslealdade.
Por isso a sinceridade é sempre melhor que a harmonia forçada. Naturalmente, é agradável estar rodeado de pessoas que concordam conosco em todos os aspectos. Mas, se fosse possível viver desse modo o tempo todo, nossa evolução correria grave risco de ser interrompida. Assim como as pedras dos rios ficam redondas após longos anos de atrito, também os seres humanos necessitam de suas dificuldades e contradições para aperfeiçoar-se.

É certo que devemos evitar as desarmonias, mas em muitos casos elas são inevitáveis, e então o melhor que podemos fazer é aprender com elas. Para o pensador grego Plutarco (46. d.C.- 120 d.C.) os inimigos são comparáveis às dificuldades naturais que a vida coloca diante de nós. Um velejador experiente não se desespera com o vento contrário, mas sabe usá-lo para avançar no rumo certo. Do mesmo modo, devemos aproveitar as inimizades e outros desafios para aumentar nosso autoconhecimento.

“O fogo queima quem o toca, mas também fornece luz e calor e serve a uma infinidade de usos para aqueles que sabem utilizá-lo”, explica Plutarco. A situação é idêntica com os adversários ou invejosos: “O que é mais prejudicial na inimizade pode tornar-se o mais proveitoso”, diz ele. “É que teu inimigo, continuamente atento, espia tuas ações na expectativa da menor falha, e fica à espreita em torno da tua vida”.

Na tarefa de identificar nossos erros, os inimigos são mais úteis que os amigos. Os adversários aumentam o perigo e, com isso, não nos deixam adormecer na rotina. Para Plutarco, necessitamos amigos sinceros e inimigos ardentes: “uns nos afastam do mal por suas advertências, os outros, por sua censura”. Porém, os amigos geralmente evitam falar com franqueza. Além disso, o amor pode ser cego em relação a aquilo que ele ama. Mas o rancor consegue revelar as manias e os fracassos de qualquer um.[ 1 ] Quando o invejoso mente em suas críticas, podemos lembrar que, seja como for, nós ainda estamos longe da perfeição.

Devemos aproveitar a oportunidade de uma crítica contra nós para exercer vigilância e aumentar nossa força interior. A confiança no bem e a autoconfiança nos darão tranqüilidade para observar os erros do ponto de vista do nosso potencial divino. E, sobretudo, para valorizar nossos acertos.

Segundo Plutarco, a melhor maneira de defender-nos dos inimigos é aumentar nossas virtudes. O taoísmo e a filosofia esotérica ensinam a mesma coisa. O escritor Carlos Castaneda (1925-1998) reforça esse ponto ao explicar que “o guerreiro deve ser impecável”.

Como se pode, então, tirar proveito das injustiças que sofremos? Castaneda aprendeu com seu mestre Don Juan a técnica do pequeno tirano. O método funciona melhor quando há alguém que não só está situado em uma posição de poder ou de superioridade em relação a nós, mas tem, também, a séria intenção de causar-nos profundo mal-estar.

É claro que nenhum tirano externo tem real importância em si mesmo. Nosso único verdadeiro inimigo é nossa própria ignorância diante da vida. Os adversários mais desagradáveis do mundo exterior são apenas projeções e materializações daquelas lições que ainda não aprendemos e, por isso, são todos de pequeno porte. No sistema de ensino de Castaneda, há, portanto, três tipos básicos de pequenos tiranos:

1)Tirano Insignificante. Tem o poder de matar suas vítimas quando quiser. Hoje é difícil de encontrar, mas era relativamente freqüente durante a época colonial, quando os feiticeiros da América Central criaram essa técnica.

2)Pequeno Tirano Insignificante. Persegue e inflige danos sem chegar a causar a morte das suas vítimas.
3)Pequeno Tirano Muito Insignificante. Ocasiona incômodos e exasperação sem fim. [ 2 ]


A função do pequeno tirano é testar a força e a coerência do aprendiz.

A vida é como uma grande respiração, e, em todos os seus aspectos, a cada expansão corresponde uma retração igual e contrária.

Assim, na mesma medida em que o guerreiro expande no plano subjetivo a sua visão de mundo e se une ao infinito, ele tem de fazer com que, no plano objetivo, as suas ações práticas sejam cada vez mais compactas, mais controladas e mais intensas. Esse paradoxo é inevitável. Se não fizer isso, seu avanço será falso.

Há pequenos tiranos insignificantes e muito insignificantes que usam de brutalidade e violência. Outros atormentam criando preocupação, tristeza ou fúria. Em todos os casos, eles são usados pelo guerreiro da sabedoria para identificar e eliminar sua própria vaidade, seu orgulho e sua preocupação consigo mesmo. O aprendiz deve adquirir um controle estratégico da sua própria conduta, com o objetivo de eliminar o desperdício de energia vital e de obter um acesso cada vez maior à energia do universo infinito. Os jogos do pequeno tirano insignificante só causam sofrimento enquanto houver ignorância, medo e falta de atenção no guerreiro.

A estratégia do aprendizado pode ser resumida em seis pontos:

1.Controle. Enquanto o pequeno tirano atormenta o guerreiro, esse aprende a desmontar os seus esquemas de justificação da preguiça, vê destruída a sua ingenuidade infantil, e desperta para níveis superiores de alerta e atenção. Ele aprende a controlar os impulsos inferiores. Se não fizer isso, será derrotado.

2.Disciplina. Como qualquer ser humano, o guerreiro sofre, mas ele sofre sem sentimento de auto-piedade. Ele levanta informações objetivas sobre a situação em que está, identifica os perigos reais e define possíveis alternativas, sem perder tempo ou energia com emoções desnecessárias.

3.Paciência. O guerreiro não combate prematuramente. Ele aguarda com serenidade e antecipa com prazer a sua futura libertação. “O guerreiro sabe que espera, e sabe o que espera”, explica Victor Sánchez.

4.Sentido de Oportunidade. No momento certo, o guerreiro aplica toda a energia acumulada em relação aos três pontos anteriores. Sánchez afirma : “É como abrir as comportas de uma represa”.

5. Vontade. Não é a vontade comum, mas um elemento imponderável, reservado para uma situação extrema. Esse é o único ponto da estratégia que pertence ao desconhecido. Não é apenas um resultado da acumulação dos itens anteriores.

6.O Tirano Insignificante. É o elemento externo que, ameaçando o guerreiro, dinamiza e acelera o seu processo de crescimento interior. [ 3 ]

É muito provável que não haja ninguém situado em uma posição de poder que esteja pensando em atormentar-nos ou em destruir nosso bem-estar. Raramente alguém tem o privilégio espiritual de viver esse desafio.

Ainda assim podemos usar essa técnica de Castaneda. Basta adaptar a estratégia acima substituindo o pequeno tirano pelo conjunto de obstáculos que nos rodeiam e dificultam a obtenção da nossa meta, a sabedoria. Se não há um tirano, pode haver uma situação limitadora, uma pequena tirania exercida pela nossa própria ignorância, e que limita nosso processo de aprendizagem. E a estratégia permanecerá válida.

Os três primeiros pontos – controle, disciplina e paciência – são estimulados pelo sexto elemento, o tirano, ou a “situação limitadora”.

O quarto ponto – a escolha do momento de ação – serve para preparar o salto transformador e o instante criativo que fará toda a diferença. O quinto ponto, a vontade, significa que, tendo aumentado sua eficiência e sendo impecável nessa situação concreta, o guerreiro reúne uma energia ilimitada, a ser usada no momento certo.

Desse modo, cada pessoa de má vontade ou que boicota nossos esforços tem algo a nos ensinar. Se formos aprendizes conscientes da arte de viver, estaremos sendo beneficiados pelas suas ações agressivas, ainda que isso possa ser frustrante para o agressor.

Normalmente, o pequeno tirano é um pobre desorientado. Ele não só ignora que sua má-vontade contra nós na verdade nos beneficia, mas sequer suspeita o quanto é gravemente prejudicial para ele próprio querer prejudicar alguém.

Para o aprendiz da sabedoria, há três coisas de suprema importância.

A primeira é não aceitar o papel de pequeno tirano nem perder tempo ou energia com pensamentos e ações destrutivos em relação a outrem. A segunda é não cair na posição de vítima paralisada ou inconsciente, e não alimentar auto-piedade. A terceira é saber atuar como um colaborador da sabedoria universal em todas as situações da vida.


A Arte de Aprender com as Dificuldades

Carlos Cardoso Aveline

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Os Elementais


Entre esses espíritos de atuação dentro do campo vibratório dos Orixás de comando, encontramos aqueles que trabalham mais perto de nossa realidade, relacionando-se de forma estreita com os elementos: são os ELEMENTAIS. São os grandes artífices e alquimistas que nos oferecem as pedras, as folhas, as flores, a água, as forças da natureza. Eles estão, muito perto de nós, atuando também nos trabalhos dos Guias e da própria Umbanda como um todo.

Os Elementais se apresentam com forma semelhante à humana. De acordo com a variação de consciência e emoção produzem mudanças em sua coloração e até mesmo em sua forma. Usam seu corpo astral e quando necessário, até materializam seu veículo etéreo. A forma astral, de acordo com revelação e depoimento de videntes, consiste numa aura esférica multicolorida energética. O veículo etérico dessas entidades é que lhes permite um senso de individualidade. Nas épocas de crescimento, germinação e desenvolvimento dos vegetais, a vitalidade e atividade desses seres aumenta pelo contato maior com o mundo físico, tornando-os mais visíveis aos médiuns videntes, quando não se materializam temporariamente, dançando e brincando como seres humanos.






No elemento Terra:

•Nas florestas, por exemplo temos as Dríades, ligadas ao campo vibratório de Oxossi, possuem cabelos compridos e luminosos, são de rara beleza e trabalham diretamente nas árvores.
•Os Gnomos das árvores trabalham dentro do duplo etérico das mesmas.
•As Fadas manipulam a clorofila das plantas, estabelecendo a multiplicidade dos matizes e fragrância das flores, formando as pétalas e brotos. Estão associadas à vida das células da relva e outras plantas.
•Os Duendes que cuidam da sua fecundidade, das pedras e metais preciosos e semi-preciosos
relaciona-se ao trabalho,a criatividade,a perseveranca e aos
materiais.





No elemento Água:

•Encontramos as Sereias que ficam perto dos Oceanos, rios e lagos, de forma graciosa e energética.
•Nas cachoeiras estão as Ondinas, que muito ajudam nos trabalhos de purificação realizados pela Umbanda nas cachoeiras atuam na sabedoria,nas atividades espiri
tuais e mediunicas.








No Elemento Ar:

•Os Silfos que estão sob a regência de Oxalá. Como as Fadas, se apresentam com asas, movimentando-se com extrema rapidez, ageis e inquietos,dominam as areas de saude,da cura e do equilibrio fisico e mental.









No Elemento Fogo:

•As Salamandras são elementais do FOGO. Se apresentam como correntes de energia ígnea, que se precipitam, sem se afigurarem como seres humanos. Atuam nas energias ígneas solar e do fogo em geral que trabalham nas areas relacionadas ao amor,
amor,ao sexo,a amizade,a agresivdade e a proteção,

"Quaresma é uma data de Umbanda?"


Vou tentar ser suscinto na minha visão,embora não é fácil por se tratar de um tema que envolve outra esfera religiosa e demandaria de tempo e espaço para conseguir ser claro.
A quaresma propriamente dita equivale ao tempo em que as pessoas com doenças contagiosas ficavam em isolamento. Todavia , segundo a igreja católica, o tempo de Quaresma define o período que Moisés esteve no monte aguardando as tábuas da lei e os dias que Jesus passou no deserto, orando e jejuando. Mas o interessante é que tanto a quaresma como a data do carnaval (já notaram que cada ano é em uma data??) é regida pela Páscoa que é uma data móvel também , mas que determina o carnaval aqui no Brasil. Para descobrir a data em que a Páscoa será celebrada , é preciso localizar o primeiro domingo depois da primeira lua cheia da primavera de Roma (hemisfério norte ) usando os critérios gregorianos. Para fazer o mesmo cálculo aqui no Brasil é só localizar a primeira lua cheia de outono e marcar o primeiro domingo depois dela.
Veja que a data do carnaval vem sendo determinada pelo Vaticano faz muito tempo e poucos se deram a curiosidade de saber por quê o carnaval muda tanto de dia e até de mês ao longo dos anos.
Como vemos, sua origem é totalmente católica. Dentro dos cultos das diversas tribos africanas, acentuadamente aquelas que não sofreram influências de religiões cristãs (católica e protestante) , não ocorre nenhuma mudança nos rituais dentro do período que abrangeria o carnaval e a Páscoa. Notadamente aparecem variações de rituais nos período de 29 de outubro a 4 de novembro onde podemos associar aos eguns.
Muitos templos apenas deixam de funcionar no período restrito ao carnaval , porém trabalham-se normalmente os outros dias. Na minha concepção ( que não quer dizer que seja a correta) todos os dias são abençoados pelo Pai Maior .Quem cria entraves , datas ruins e negativas ou dias de agouro somos nós mesmos envoltos numa linha de consciência que foge da realidade espiritual. Agora nem todos os kiumbas e pessoas encarnadas fazendo um milhão de absurdos podem sequer medir forças com a Espiritualidade Maior e modificar o Amor e a Luz Divina que banha a Terra. Pois já diz uma bela oração que " uma faísca do Vosso Amor pode abrasar a Terra".
Mas se outros Templos seguem de forma diferente e são Templos respeitáveis, honestos e seguidores dos mais altos preceitos espirituais , merecem o respeito e a aceitação de suas regras e ritos por nossa parte .
Ser diferente não implica em ser errado!


Postado pelo Mestre Thashamara

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Oferendas


As oferendas estão ligadas às forças sutis da Natureza, aos espíritos elementares e que habitam, quando Superiores, uma mata limpa, uma praia limpa, uma montanha, uma cachoeira etc. Esses elementos estagiam nos 3 Reinos da Natureza (mineral, vegetal e animal). São seres espirituais que ainda não encarnaram nenhuma vez, encontrando-se em estágios variados de qualificação e credenciamento para encarne. São o mais simples dentro da evolução planetária.

Esses Elementares colaboram com a Natureza enquanto evoluem, subordinando-se portanto a certa classe de Espíritos Superiores, situados ao nível de um Orixá. Assim, quando fazemos oferendas a um Orixá ou Entidade afim a este orixá, estamos oferecendo a estes Elementares, que, devido aos elementos radicais usados na oferenda, são atraídos por ela. Como os Elementares detêm altos teores energéticos vitais, em virtude de estagiarem na Natureza e por não terem a mancha do sangue e da carne, vitalizam profundamente o indivíduo que fez a oferenda.

Essas oferendas devem conter os elementos água, fogo, terra e ar.

água – sucos, sumo de ervas, chás, cerveja, guaraná etc

terra – frutos, raízes, fumo, ervas etc

fogo + ar= chamas produzidas pelas velas, incensos, defumações, evaporações, cigarros, charutos etc.

Uma coisa é importante ressaltar: Nenhuma oferenda deve agredir a Natureza, sob qualquer aspecto (daí, também, a Umbanda não trabalhar com sacrifícios). Portanto, não devemos deixar garrafas, lixo, material que a Natureza não absorva etc

A verdadeira oferenda é uma restituição de energias, o que equilibra o indivíduo e lhe ativa várias funções.

Ao contrário do que muitos pensam, as oferendas não são Obrigações. Nenhum Orixá ou Espírito Superior obriga alguém a oferecer algo.

Também não podemos confundir as oferendas com o ritual de amacy. Amacy é um ritual feito para os médiuns, que só deve ser executado por um Iniciado, com alguns conhecimentos fundamentais e específicos.

Mais um ponto importante: A oferendas não são para os Espíritos COMEREM, mas para que absorvam teores energéticos de suas emanações.

As oferendas em Umbanda nunca devem ser feitas depois das 18 horas, conforme me ensinaram.

O intuito da oferenda também faz diferença – se for para pedidos materiais, deve-se utilizar número par de velas, flores etc; Caso seja pedido espiritual ou de ordem mediúnica, o número deve ser ímpar.

FONTES:

[1] Texto retirado do Livro: [red]Mistério e Práticas na Lei de Umbanda – W.W. da Matta e Silva – Mestre Yapacani – Editora Ícone – 1999[2] Vivência do Terreiro

A CURA DA OBSESSÃO


Cura-se a obsessão, nos centros kardecistas, branda e lentamente,
mediante a doutrinação do obsessor, e, como este freqüentemente tem
numerosos companheiros, o doutrinador tem de multiplicar os seus
esforços.

O obsessor, quando se atirou a pratica do mal, usou do livre arbítrio
concedido por Deus a todas as criaturas, e o kardecista, no seu
rigorismo doutrinário, procura demonstrar-lhe o erro, encaminhando-o
para a felicidade. E, nesse elevado empenho, discute, ensina, pede, até
convencê-lo.

O obsessor sempre resiste e cede demoradamente. Por isso e para
restaurar as forças físicas do obsedado, o kardecista, paralelamente à
doutrinação, faz um tratamento de passes. Assim, cura o paciente e ao
mesmo tempo regenera o agente do malefício.

Na Linha Branca de Umbanda, o processo é mais rápido. O kardecista é
um mestre; o filho de Umbanda é um delegado judiciário. Entende que
pode usar do seu livre arbítrio para impedir a prática do mal.
O espírito, o protetor, é, na Linha Branca de Umbanda, quem se
incumbe da cura. Inicialmente, verifica o estado fisiológico do enfermo,
para regular o tratamento, dando-lhe maior ou menor intensidade. Em
seguida, aconselha os banhos de descarga, para limpeza dos fluidos
mais pesados, e o defumador para afastar elementos de atividade
menos apreciável. Investiga, depois, a causa da obsessão e se a
encontra na magia, realiza imediatamente o trabalho propiciatório de
anulação, e igual ao que determinou a moléstia. Freqüentemente, basta
esse trabalho para libertar o obsedado, que fica, por alguns dias, em
estado de prostração.

Se a causa da doença (permitam-me o vocábulo) era antiga e o doente
não se refez logo, e nos casos que não são ligados a magia, o protetor
afasta o obsessor, manda doutriná-lo, e se o rebelde não se submete é
levado para regiões, ou estações do espaço, de onde não pode
continuar a sua atuação maléfica.

Não raro, quando o obsedado não assiste à sessão em seu benefício, o
protetor, atraindo-o durante o sono, por um processo magnético, traz o
seu espírito à reunião, e incita-o a reagir contra os estranhos que
desejam dominá-lo, mostra-lhe que não está louco e que deve provar,
com a sua conduta, a sua integridade mental.
À medida que os obsessores são afastados, para que o organismos do
paciente não se ressinta da falta dos fluidos que lhe são retirados,
fazem-se lhe passes, e, finda a sua incumbência, com a restituição
daquele a si mesmo, pede-lhe o protetor que procure qualquer médico
da Terra ou do espaço, para seguir um tratamento reconstituinte, se a
obsessão o depauperou.


O ESPIRITISMO, A MAGIA E AS
SETE LINHAS DE UMBANDA


LEAL DE SOUZA