terça-feira, 23 de março de 2010

Mão de Vumi e Mão de Lefé!


Muitas pessoas perguntam o que significa Mão de Lefé e Mão de Vumi.
São rituais de extrema importância executados na Umbanda, visando a Libertação dos médiuns que tiveram problemas como Morte do Pai ou Mãe de Santo ou desligamento do terreiro que freqüentavam.
Um Mestre de Iniciação deve ter o conhecimento para tirar a Mão de Vumi (pai de santo morto) e Mão de Lefé (pai de santo vivo).

Quando um médium freqüenta um terreiro de Umbanda e por infelicidade o responsável falece, há vários rituais a serem executados como Mão de Vumi que retira as vibrações daquele que foi seu Iniciador e transfere para o indicado que será o precursor do terreiro.
Mas se o médium teve problemas com o terreiro ou responsável e resolve freqüentar outro lugar, ele terá que fazer o Ritual de Mão de Lefé, que é a retirada das vibrações/ligações do antigo terreiro bem como do responsável dos rituais antigos que foram executados.

Resumindo é um Ritual Profundo de Libertação e todo médium de Fato e de Direito deve agilizar o mais rápido possível para que as Energias Astrais fluam na mais perfeita harmonia.
Há casos de Terreiros que quando ocorre morte dos responsáveis bem como o fechamento definitivo da Casa de Oração, alguns médiuns, por consideração ou homenagem ao Pai ou Mãe de Santo não realiza tal Ritual, mas podem acontecer alguns problemas e é aconselhável reafirmar a responsabilidade da Coroa ao próprio Astral pessoal.

Mas o que mais se faz atualmente é o Ritual de Mão de Lefé, pois os erros, abusos da Lei de Salva, atrocidades, irresponsabilidades, anomalias e covardias dos “psedos” Pais e Mães de Santo” são de longe os grandes disparates da atualidade. Na maioria das vezes as famosas “pragas” e “vibrações” pelo rompimento são itens destacáveis originados desses seres.

Retirado da Comunidade Mestre Yapacani

segunda-feira, 8 de março de 2010

Depois da Tempestade




Convido você, meu irmão, que está lendo este artigo a parar e pensar num momento de grande conquista e realização.
Pronto!
Agora pense nos momentos que antecederam essa conquista?
Pronto novamente!
Se você pensar bem, quando você tem uma grande conquista, ela sempre vem precedida de um grande momento caótico.
Lembra-se? Que sempre antes das suas grandes conquistas o momento não estava nada bom?
Você achava que não conseguiria, mas no final conseguiu. Mesmo com todo o caos, com toda apreensão e com toda desconfiança de todos, no fim tudo deu certo.
Assim foi, assim é e assim será sempre.
Se o ditado diz que “depois da tempestade sempre vem a bonança”, porque não dizer que “antes da bonança sempre vem uma tempestade”.
Esta é nossa vida. Para conseguirmos coisas boas devemos passar por privações e provações. Para que as conquistas sejam valorizadas precisamos enfrentar os momentos caóticos. Para alcançar a calmaria do oceano precisamos ultrapassar a tormenta da arrebentação.
Não acredite que você é o único a passar por momentos ruins. Na realidade todos estamos sujeitos a isto. Todos temos momentos ruins. Só depende de você saber aonde este momento vai te levar.
Para que haja paz é preciso vencer a guerra. Só que está guerra é particular, travada por você contra você mesmo, e deve servir como propulsor para suas conquistas.
Então, lembre-se de outro ditado popular: “Não há mal que sempre dure e nem bem que sempre perdure”, seja forte, tenha fé e acredite que é nesses momentos de caos que crescemos espiritualmente.

Jairo Pereira Jr.
Professor de Economia e Matemática
36 anos, casado, 2 filhos e Umbandista

domingo, 7 de março de 2010

Carta aberta à Comunidade Umbandista



Prezados Irmãos de Fé e na Fé, salve!

O jornal O Globo "brindou" os leitores da edição do primeiro dia de 2005, logo após a internacional festa de Reveillon de Copacabana – cuja origem remonta o início da década de 60 como uma festa para homenagear Yemanjá –, com a matéria "Umbanda e candomblé estão encolhendo no país".
A matéria, assinada pelos repórteres Chico Otávio e Toni Marques, aponta como uma das causas do "encolhimento" das religiões conhecidas como afro-brasileiras a expansão das seitas "neopentecostais", que impõem como meta a se cumprir pelos pastores-executivos, fechar o maior número de terreiros existentes na área em que se instala um novo templo.
E se não bastasse os "antipatizantes" da Umbanda, a matéria aponta outras causas para a redução do número de adeptos de nossa religião: a falta de organização e a desunião dos dirigentes de culto. "As federações e Umbanda e Candomblé, que supostamente uniriam os terreiros, não funcionam, pois não há autoridade acima do pai ou mãe-de-santo. Além disso, os terreiros competem entre si, e os laços de solidariedade entre os diferentes grupos são frágeis e circunstanciais".
Os católicos e evangélicos estudam e citam a bíblia com freqüência, os muçulmanos conhecem o antes e o depois de Maomé, o budista estuda a vida de Sindartha. E nós? A grande maioria limita-se a ser Umbandistas três horas por semana durante a gira, achando-se assim detentores de todo o conhecimento. A maioria sai do terreiro e deixa a Umbanda lá, em "stand by", até a próxima gira. Se interpelados, a explicações sobre a Umbanda, sobre seu contexto, dificilmente conseguirá ir além de um "risco no verniz".
Nós, da Umbanda do Cruzeiro do Sul e templos filiados, estamos empenhando em fazer circular as informações acima e propor um momento de reflexão sobre o conteúdo ideológico das mesmas ao maior número de pessoas possível. Assim, julgamos que se faz necessário deixar de lado vaidades, orgulhos e interesses pessoais e focarmos nossos esforços ao desenvolvimento do Movimento Umbandista.
Já é hora de deixarmos de lado questões menores como, por exemplo, discussões sobre Umbanda "branca", Umbanda "pura", Umbanda "africanizada", Umbanda "ocidentalizada", Umbanda "orientalizada", Umbanda "cósmica", Umbanda "de mesa", Umbanda "evangélica", Umbanda "esotérica" ou "exotérica" ou se "embranqueceram" a Umbanda. Portanto, independentemente de nomenclaturas, símbolos, referências arquétipas, espaços, instalações, cores, o mais importante é a visão macro da religião, é o que a norteia, é, enfim, a missão que desenvolve. Como cada um interpreta, entende ou pratica a Umbanda, é uma questão de foro íntimo e diz respeito somente ao microcosmo de cada terreiro ou mesmo ao próprio indivíduo. Não importa se acreditamos que tal Entidade é de uma falange ou Vibração Ancestral e não de outra. O que importa é que tal Entidade Espiritual está desenvolvendo e praticando a sua Missão.
Não podemos continuar olhando para o umbigo como se fosse o centro do Universo. Não podemos continuar acreditando que somente em nosso terreiro se manifestam os verdadeiros mensageiros d'Aruanda e que "nossos" guias são mais fortes do que o do vizinho. Não é esse o ensinamento que "Crianças", "Caboclos", "Pais-Velhos" e "Exús" trazem. Até quando nos manteremos surdos aos ensinamentos dos Guias que se dignam em "baixar" em nossas carcaças?
Assim, nos colocamos abertos para participar de toda e qualquer ação que venha promover a união do Movimento Umbandista. Bem como, colocamos à disposição o site que mantemos há dez anos (www.nativa.etc.br) para a divulgação dessas mesmas ações.




Postado pelo Mestre Thashamara

sexta-feira, 5 de março de 2010

O ALERTA de Matta e Silva em 1956


Há quase cinqüenta anos Matta e Silva nos fez um Alerta.
Este alerta foi dito em alto e bom som no seu livro Umbanda de Todos Nós.
Alerta feito por quem conhecia muito bem a Umbanda , e tinha como única expressão o amor a causa.

APARELHOS UMBANDISTAS... ALERTA!
Aparelhos Umbandistas que o forem de fato e em verdade desta UMBANDA DE TODOS NÓS!
Companheiros nesta silenciosa batalha de todas as noites, imperativo de uma missão, legado de nossos próprios Karmas.
FILHOS DE ORIXÁS , de Fé, alma e coração - ALERTA!

ALERTA contra esta onda pululante de "mentores" que, jamais ouvindo as vozes dos verdadeiros Guias e Protetores vivem amoldando, diariamente, dentro de suas conveniências pessoais, uma "Umbanda à revelia ", convictos de que podem arvorar-se em dirigentes do Meio, não obstante serem sabedores da existência, em seu seio, de veículos reais, que sabem traduzir em Verdade, as expressões desta mesma Lei!

ALERTA contra esta proliferação de "Babás" e "babalaôs" que, por esquinas e vielas, transformam a nossa Umbanda em cigana corriqueira, enfeitada de colares de louça e vidro, e , ao som de tambores e instrumentos bárbaros, vão predispondo mentes instintivas e excitações, geradoras de certas sensações, que o fetichismo embala das selvas africanas aos salões da nossa metrópole.

ALERTA contra essas ridículas histórias da carochinha, assimiladas e "digeridas" em inúmeros "terreiros" que se dizem de Umbanda, as quais podemos "enfeixar" num simples exemplo na crença comum (entre eles), de que Xangô "não se dá" com Ogum, porque este em priscas eras, traiu aquele, raptando sua mulher , e, por conseqüência, vê-se os que se dizem "cavalos" de Xangô, não recebê-lo, quando "Ogum está no reino", e vice-versa... Até nos setores que se consideram mais elevados, esta vã superstição ainda tem guarida...

ALERTA contra este surto de idolatria-fetichista, incentivada pelas incontáveis estátuas de bruxos e bruxas, e, particularmente de umas, que asseveram serem dos Exus tais e tais, de chifres e espetos em forma de tridentes que pretendem assemelhar a mitológica figura do DIABO , mas TODAS, fruto do tino comercial dos "sabidos", IDEALIZADAS NAS FÁBRICAS DO GÊNERO, já compondo ou "firmando" Congás, cultuadas entre "comes e bebes" em perfeita analogia com os antigos adoradores do "bezerro de ouro", que tanto provocou as iras de Moisés.

ALERTA irmãos sensatos na Fé pela razão! ALERTA contra esta infindável barafunda oriunda da apelidada "linha de santé" , quando identificam, a esmo, Santos e Santas dentro da Umbanda, ao ponto de cada Tenda criar uma "similitude" própria...

E não é só isso: quem se dispuser a dar um "giro na umbanda" que certos terreiros apresentam (não nessa minoria de Tendas mais conhecidas, já constituídas em baluartes da Religião) , ficará simplesmente desolado.
Terá oportunidade de ver indivíduos fantasiados com cocares de penas de espanador, tacapes, arcos e flechas, externarem maneiras esquisitas, em nome do Guia A ou B , consultando, dando passes e quantas mais, santo Deus, que não podemos dizer aqui...

Verificará ainda o animismo e a auto-sugestão suprirem uma mediunidade inexistente, quando certos gritinhos identificarem elementos do sexo feminino, que , em "transe", dizem personificar "Oguns, Xangôs e Oxossis..."
Continuando, verá outros caracterizados de "Kimbanda Kia Kusaka", tal a profusão de amuletos, colares e patuás que ostentam. Todos eles, se interrogados sobre Umbanda, largam a mesma cantilena dos outros, arrematando sempre com a já famosa frase: "Umbanda tem milonga ou milonga de umbanda quem diz é congá"... e, na seqüência deste arremate, tomam ares misteriosos, "insondáveis" e fecham com a "chave de mestre" , dizendo: "tem milonga, si sinhô...mas congá num dis..."
Aparelhos-Chefes! Presidentes de Tendas! Por que ficarmos indiferentes diante deste "estado de coisas?"

Por que silenciarmos, se esta atitude pode dar margem a que qualifiquem todos os umbandistas como de uma só "panelinha"?

Por que estarmos passando ,em nós mesmos, um suposto atestado de incapacidade, quando deixamos de defender os legítimos Princípios da Lei de Umbanda, pela separação do "joio do trigo", dentro de um mal interpretado espírito de tolerância?

Sim, somos e devemos ser TOLERANTES com TODAS as formas de expressão religiosa: - RESPEITAMOS as concepções de cada um em seus respectivos planos, mas , daí a colocarmos dentro DELES, levados por uma tolerância prejudicial, o bom nome da Umbanda que praticamos, é simplesmente tornarmos real este "atestado de incapacidade", se não houver coragem e idealismo para separarmos "os alhos dos bugalhos "....

Prezados amigos! Matta e Silva , trabalhou na Umbanda por mais de 50 anos, nasceu em Pernambuco , em 28 de Julho de 1917 e desencarnou em 17 de abril de 1988.
Visitou mais de 600 Terreiros , escreveu vários artigos sobre Umbanda nos principais jornais de sua época, participou de programas de televisão na antiga Tupi (1967) e escreveu 7 livros.
Foi por seu intermédio que Pai Guiné iniciou a Umbanda Esotérica, hoje em dia chamada de AUMBANDAM.
Matta e Silva , este grande conhecedor da Umbanda , fez este alerta em 1956, temos a certeza que se estivesse entre nós nos dias de hoje , ele estaria estarrecido com o que encontramos "nesta nova era" utilizando o nome de Umbanda.

quinta-feira, 4 de março de 2010

A ANCESTRALIDADE NA UMBANDA


Há os que não crêem na influência ancestral nas várias manifestações humanas, sejam elas sociais, culturais ou religiosas...

Mas é inevitável, e ainda mais no caso específico da Umbanda, religião nascida e fundamentada em solo brasileiro, pátria da miscigenação de raças em sua formação, que isso aconteça. Portanto é impossível negar a influência indígena, tanto quanto a dos negros africanos e do branco europeu. E mais ainda, pois, se observarmos a Umbanda do PONTO DE VISTA DA ESPIRITUALIDADE, veremos que ela possui uma história milenar, pois está REFERENCIADA EM DIVERSAS CULTURAS RELIGIOSAS, TAMBÉM MILENARES. Assim, encontraremos na Umbanda influências das mais diversas, pois na Espiritualidade NÃO EXISTE PRECONCEITO DE RAÇA, COR, CULTURA OU CREDO. Para os abnegados Espíritos que militam na seara umbandista, as palavras de ordem são “HUMILDADE E CARIDADE”,não importa sob qual roupagem fluídica se apresentem.

É certo que herdamos, na constituição da Religião de Umbanda (e assim já foi no momento de sua fundação, pois manifestou-se a princípio um “Caboclo”, e, no dia seguinte, na DATA INAUGURAL, o “Preto-Velho” Pai Antonio), elementos dos cultos aqui desenvolvidos pelos nativos indígenas e também dos negros que aqui aportaram como escravos, trazendo de suas longínquas terras africanas conhecimentos culturais e religiosos de diversas nações. Essa influência ancestral é chamada de “ATAVISMO”, que é o conjunto de valores morais, físicos e culturais que cada nação possui, e que fora, herdados de gerações anteriores.

Desde tempos muito antigos somos orientados e auxiliados pela Espiritualidade Superior. Diferentes espécies que surgiram antes do homo sapiens (o ser humano atual) deram sua contribuição biológica até o aparecimento do humano como único membro dessa ancestralidade. Com o advento daagricultura e a estruturação tribal e cultural (religião, hierarquia e clãs), o ser humano passou a concentrar melhor sua ligação com o invisível desconhecido. As ervas naturais utilizadas como remédios e as previsões do Xamã foram as técnicas iniciais para trazer os “mortos” ao mundo dos vivos. Muitos ao partir, continuaram a cuidar dos animais e plantas, outros dos minerais e das águas, como guardiães da ordem e do equilíbrio. Freqüentemente eram trazidos pelo pajés – os rituais e o xamanismo politeístas das etnias africanas e ameríndias – e encontraram seu paralelo na busca da resposta: ERA PRECISO ENCONTRAR NO PRINCÍPIO IMATERIAL A JUNÇÃO CERTA NA CONDUTA INDIVIDUAL E COLETIVA. A divindade estava materializada através do sol e da lua, expoentes máximos de beleza e mistério. É a partir dessa fase que a vida humana passa a ter contornos diferenciados na sua relação existencial, modificando a forma de pensar com experiências curiosas, resultando em linguagens e gravuras tribais.

Todo esse desenvolvimento ancestral do homem se manifesta hoje na Religião de Umbanda por meio dessa influência chamada de “atavismo”. Segundo Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço que pesquisou a relação entre a Teologia e a Psicologia, chegando a fazer algumas experiências espiritualistas, O ATAVISMO É GERADO PELO MECANISMO CHAMADO DE “INCONSCIENTE COLETIVO”, QUE É FORMADO POR ARQUÉTIPOS, MANIFESTAÇÕES COMUNS A CADA CULTURA. Segundo seus estudos sobre os arquétipos, EXISTE UAM FORMA DE COLOCARMOS DEUS DENTRO DE NOSSAS VIDAS, MAS ISSO VAI DEPENDER DAS CIRCUNSTÂNCIAS EXISTENCIAIS, CULTURAIS E PESSOAIS DE CADA UM. Dentro desse sistema, conhecimentos, costumes e valores de uma sociedade ou civilização vão passando de geração em geração.

Baseados na Lei da Reencarnação, sabemos que o Espírito NÃO HERDA DE SEUS PAIS CARNAIS VALORES MORAIS OU INTELECTUAIS; O INCONSCIENTE COLETIVO É UM GRANDE MECANISMO NESSA TRANSFERÊNCIA DE VALORES)

A Umbanda, assim como qualquer outra religião, teve que encontrar elementos favoráveis para que nascesse e se desenvolvesse em solo brasileiro. Se por um lado a mistura de raças fez com que o país não tivesse uma homogeneidade cultural, por outro facilitou a manifestação de idéias religiosas de diversas tendências. Sem dúvida, NOSSA PRIMEIRA RAIZ é a indígena, mas antes da nossa formação como hoje conhecemos, o Índio e o Negro JÁ POSSUÍAM uma forte cultura e patrimônio religioso.

Essa é uma das principais razões pela qual a Umbanda FUNDOU-SE em terras brasileiras, pois esse atavismo, que nos liga ao passado do Negro e do Índio por meio dos Caboclos e dos Pretos-Velhos, FACILITOU para que a mesma tivesse sua base em torno desse cenário multicultural e religioso, desenvolvendo-se junto ao povo, com um trabalho totalmente voltado para a CARIDADE.

Pesquisa e Texto: Virgínia Rodrigues – Transcrito do Site Revista Espiritual de Umbanda, 11ª edição.

O Umbandista e o Sexo


O sexo é algo natural e próprio das criaturas da Terra. A partir de uma visão preconceituosa (bíblica ou não) criou-se todo um tabu em torno dele. Deixou de ser algo natural, simples e inerente aos animais, e passou a ser classificado como pecado, abominação ou caminho da perdição.
Moisés e outros legisladores bíblicos utilizaram a proibição com o simples propósito de acabar com os abusos e os excessos praticados pelos hebreus que haviam saído do Egito cheios de vícios e maus costumes. Mais tarde, as igrejas cristãs utilizaram tais proibições como meio de coibir os fiéis e transformá-los em "doces ovelhinhas" do rebanho.
O sexo não é uma coisa tão horrível e tão nojenta como se pintam por aí. O acasalamento entre animais irracionais é tão comum e realizado de forma tão bonita - vejam todo o ritual de danças e sedução que os bichos fazem para encantar os parceiros!
Desde que seja feito com decência e ordem, e principalmente com o sentimento de amor ao próximo, o sexo e as relações amorosas entre irmãos da mesma casa umbandista não prejudicam em nada às atuações dos Espíritos e dos Guias mentores da Umbanda. Desde que não se cometam excessos e abusos, é aconselhável que pessoas que participam da mesma fé, do mesmo sentimento, da mesma corrente espiritual e dos mesmos trabalhos em favor dos necessitados unam-se também em amor para o bem comum. Como dizia São Paulo: "Não é bom que o homem fique sozinho (solteiro). É melhor casar-se, do que abrasar-se."
Há que se respeitar, no entanto, as leis humanas instituídas. As leis de determinado país ou região precisam ser obedecidas pois nisso está sabedoria e ordem. Certas atitudes são contrárias às leis e aos bons costumes, portanto devem ser evitadas, como a pedofilia, o adultério, a prostituição, o incesto, etc.
É inconcebível que o membro de uma corrente espiritual umbandista aproveite-se da falta de experiência ou imaturidade de um (a) menor para seviciá-lo (a) a fim de praticar sexo. É contra a lei instituída e contra os bons costumes.
Não é bonito um membro casado da corrente manter relações com qualquer outra pessoa da corrente (ou não) que não seja o (a) cônjuge. Também é infração da lei e causa muitas dores indesejáveis e conseqüências funestas.
Aproveitar-se do corpo para obter dinheiro ou qualquer outro bem material também é inaceitável. Ainda mais quando os pactuantes da ação fazem parte do mesmo agrupamento religioso. Neste tipo de prática existem aqueles que se aproveitam do sexo para ganhar favores espirituais da mãe, ou do pai de santo, e até mesmo dos filhos e consulentes. Torna-se um ato de prostituição, digamos, espiritual...
O incesto também não pode ser cultivado num ambiente religioso. Além da lei humana que a proíbe - no caso do Brasil, por exemplo - existe a grande questão que envolve esse tipo de prática: o estupro. Se se permite que um pai, ou mãe, tenha relações sexuais com um(a) filho(a) de sangue isso gera a liberdade e a possibilidade de começar o ato na tenra idade. Do incesto para o estupro, há a distância de um passo.
Todas as coisas que são naturais são permitidas, desde que feitas com sabedoria, decência e ordem.
Falta sabedoria quando um pai de santo casado pratique o sexo com qualquer pessoa da corrente ou não;
Falta decência quando um membro da corrente engana o(a) parceiro(a) e faz sexo com outra pessoa da corrente ou não;
Falta ordem quando uma criança é desrespeitada em seus direitos e é obrigada a suportar o bafejar e as secreções de qualquer adulto em um ato sexual.
Sexo não é A porta do inferno. Mas, pode se tornar UMA ponte para muitos infernos.



Julio Cezar Gomes Pinto

Visite o Site da Casa de Caridade:
http://geocities.yahoo.com.br/monazitica

Trabalhos Encomendados e Promessa de Solução


"O que pensar desses anúncios vinculados em jornais ou panfletos distribuídos nas ruas que prometem a solução de nossos problemas amorosos, financeiros e de saúde? Eles funcionam mesmo? Trazem a solução tão desejada?


O primeiro (aspecto a ser analisado) refere-se ao desespero da pessoa que necessita ou deseja a solução. O segundo é ver envolvido o nome da Umbanda nessa questão.


Analisando o primeiro aspecto, podemos desmembrá-lo também em duas vertentes. A primeira diz respeito a compreensão da pessoa que por acreditar que seu problema não seja de seu merecimento ou “culpa”, busca no externo a solução do mesmo. Pessoas que buscam esse tipo de “atendimento” não têm menor noção de espiritualidade, de merecimento, e não estão nem um pouco preocupadas com as conseqüências que este tipo de envolvimento pode trazer, pois as desconhecem. Por acreditarem que o seu problema é conseqüência de ações de terceiros, desafiam o próprio Deus, dizendo-se não merecedoras do que estão passando.


Dentro de suas mentes obnubiladas pela dor e sofrimento, querem uma solução rápida, mágica, que as façam verem-se livres e felizes.


A segunda vertente diz respeito especificamente ao sentimento do solicitante. Muitos pedem que “a pessoa amada volte”. Ora, sabemos que quem ama realmente deseja somente o bem do ser amado, portanto não irá fazer um pedido desta natureza. Outras pessoas pedem que “fulano” perca o emprego, pois ele precisa trabalhar e o “fulano” está atrapalhando; ou então pedem pelo desencarne de “beltrano”. Francamente!


Mas, esses “trabalhos” funcionam?
Certamente que sim! Não para todos, mas para muitos ou alguns. Mas no fundo, no fundo, é imprescindível que haja absoluta harmonia entre o solicitante, o executante, a "vítima" e o astral inferior. Portanto obter o resultado desejado apenas confirma a absoluta sintonia entre essas quatro coisas.


Mas quem executa esses trabalhos em nível astral?
Espíritos que trabalham com forças trevosas, de baixo padrão vibratório e alta densidade perispiritual. Espíritos altamente ligados à matéria, ao mundo encarnado. Não são desprovidos de inteligência, muito pelo contrário, são desprovidos de luz, de esclarecimentos da verdade eterna, de amor. Espíritos que saudosos de seus tempos na terra ainda precisam se alimentar, fumar, beber, urinar, defecar, sentem-se encarnados ainda, sentem dor, prazer sexual, etc. E para satisfazerem as suas necessidades fisiológicas e outras intenções maléficas, reúnem-se em torno de encarnados que poderão, por similitude vibratória, atendê-los em seus desejos e aspirações.


Muitos se agregam aos médiuns que por sua invigilância, cedem lentamente a essas aspirações. Eles são ardilosos, chegam a fazerem-se passar por Exu, dando ao médium a impressão de estar sendo assistido pelo seu próprio Exu. Por isso é tão importante que o médium estude sempre e mantenha-se empenhado no caminho do bem e da caridade.


Dentro de sua ousadia, esses obsessores envolvem o médium dando-lhe “poderes” e sensações prazerosas em nível de terra. Atendem rapidamente as necessidades mais mundanas do médium e se apresentam como “solucionadores” de diversas questões. Mas ainda não é aí que começa a cobrança. O médium empolgado desvia-se ainda mais, começa a procurar lugares onde haja o mesmo tipo de afinidade vibratória, e tudo que estudou recebe outra conotação. Começa a atender pessoas em casa e se diz pai ou mãe no santo e a pedir, sugestionado pelos obsessores, os elementos que irão satisfazer as necessidades deles, e não vê nada de mal em cobrar também pelo trabalho que irá executar. Afinal ele também tem as suas próprias necessidades (jóias, carro novo, casa, etc), mas ter um emprego onde ganhe o seu sustento que é bom, nem pensar, pois não teria tempo para se dedicar com afinco ao serviço ao astral inferior (aliás uma das primeiras exigências dele).


A pessoa que foi pedir, poderá ou não receber a “graça”, ou seja, a solução tão desejada, mas certamente ela receberá algumas tantas companhias que turvarão ainda mais sua mente já tão conturbada e perturbada pela dor. Neste caso em especial, não receber a “graça” é que é a verdadeira graça, pois pode ser um sinal de que a pessoa não está tão envolvida assim com a espiritualidade inferior.


O segundo aspecto desta questão é quando envolvem o sagrado nome da Umbanda nestes trabalhos. A Umbanda não se presta a este tipo de coisa. Quem assim o diz está desviado de seu caminho. A Umbanda trabalha justamente para combater o astral inferior e não compactua com obsessor, mas o orienta e doutrina, ao contrário também do que muitos pensam. Portanto quem cobra por seus "serviços mediúnicos" e compactua com esses pensamentos desviados, não é umbandista, porque a Umbanda é a prática da caridade pela caridade, na busca da evolução.


No embate contra o astral inferior a primeira linha que é utilizada pela Umbanda é a linha de Exu e Pomba Gira, porque são as entidades determinadas pelo Astral Superior para esse trabalho em função de suas características vibratórias, sua enorme capacidade de manipulação energética e seu profundo conhecimento das armadilhas do astral inferior. Exu trabalha para ascender às hostes superiores, ou seja, para um dia vir a ser um Caboclo ou Preto Velho, portanto jamais irá se deixar seduzir por armadilhas que ele tão bem conhece. Além do mais, Exu trabalha sob as ordens de espíritos superiores que são os enviados de Orixá. Logo, por dedução simples e lógica não faz sentido a afirmação de que Exu faz tanto o mal quanto o bem, que não sabe diferenciar um do outro; isso significaria inocência, coisa que está longe de ser uma das características de Exu; além de significar que Exu seria um idiota, e não um espírito de luz, guardião e defensor.


Exu é passional?
Sim, Exu é passional, mas não é bobo e muito menos violenta o livre arbítrio de ninguém. Portanto, Exu não bate, não exige oferenda especial nenhuma, utiliza sim os elementos oferendados (padé e bebida alcoólica), única e exclusivamente para manipular as energias volatilizadas para a consecução dos objetivos propostos pelo Astral Superior, e o mesmo não propõe que o Exu beba através de seu médium, mas que manipule a essência dos elementos oferendados em favor dos seus comandados, estes sim mais apegados as necessidades terrenas.


Eis o motivo de Exu ser tão mal compreendido. Eis o motivo da Umbanda ser tão execrada. As pessoas leigas e os médiuns desprovidos de esclarecimento e orientação, deixam-se levar por exemplos pouco louváveis e acabam misturando as coisas.


O tempo que alguns médiuns perdem em querer aprender “fuxicos”, oferendas e agrados para os Orixás e etc, deveriam usar para elevarem o seu próprio padrão vibratório e se tornarem dignos de se dizerem umbandistas.


Mas nada acontece por acaso, pois todas as vezes que a Umbanda é atacada ela ressurge, tal qual fênix, das cinzas dos médiuns invigilantes, através da força dos que realmente amam a Umbanda."

Mãe Iassan Ayporê Pery
Dirigente do Centro Espiritualista Caboclo Pery


Mensagem a ser publicada no livro
"Umbanda - Mitos e Realidade" (no prelo)