sexta-feira, 30 de abril de 2010

Quem são as Guardiãs Pombas Gira?


Vamos falar bem reduzidamente o que seriam as Guardiãs Pombas Gira:
Se os Guardiões Exus são marginalizados, mais ainda são as senhoras Guardiãs Pombas Gira.
Há muitas pessoas que as associam com prostitutas, ou simplesmente, mulheres que gostam de se expor aos homens e sedentas por sexo. As distorções e preconceitos são características dos seres humanos quando eles não entendem corretamente algo, querendo trazer ou materializar conceitos abstratos, distorcendo-os. Essas nossas irmãs em Deus nada mais são que espíritos desencarnados, que como os Exus, viveram na Terra e hoje, por afinidade fluídica, militam como mais uma corrente de trabalho portentosa dentro da Umbanda.
Não temos culpa se certos “médiuns” medíocres dão passividade para quiumbas ou mesmo fingem uma incorporação de uma Guardiã Pomba Gira, para serem aceitos e terem suas opiniões e mesmo trejeitos aceitos pela comunidade religiosa. Com certeza, exteriorizam somente aquilo que suas mentes doentias acham serem certos.

acham serem certos.
Dentro da hierarquia das Guardiãs Pombas Gira, estão divididas em níveis diversas outras Pombas Gira, da mesma forma que as demais legiões. É claro que em alguns casos podem ocorrer que uma delas em alguma encarnação tivesse passado pela experiência dolorosa de ser uma prostituta, mas, isso não significa que as Guardiãs Pombas Gira tenham sido todas prostitutas e que assim agem. As que foram, hoje estão integradas na Umbanda, a fim de realizarem a grande reforma íntima através da caridade e do mediunismo redentor.
Não se torna uma Guardiã Pomba Gira pelo simples fato de se ter errado perante as Leis Divinas. Afinal, quem nunca errou na vida? Ser uma Guardiã Pomba Gira exige preparo, conhecimento, magia, discernimento e muito amor. É mais uma corrente de trabalho espiritual na Umbanda, onde espíritos seletos atuam na faixa vibratória que mais se afinizam.
As Guardiãs Pombas Gira não são a representação da sexualidade e nem da sensualidade, mas sim frenam os desvios sexuais dos seres humanos e direcionam essas energias para a construção da espiritualização, evitando a destruição espiritual e material de cada ser.

A sensualidade desenfreada destrói o homem: a volúpia. Este vício moral é alimentado pelos encarnados e desencarnados pela invigilância das Leis de Deus, criando um ciclo ininterrupto, caso as Pombas Gira não atuem neste campo emocional, frenando-o e redirecionando-o.
As Guardiãs Pombas Gira são grandes magas e conhecedoras das fraquezas humanas. São executoras da Lei.
Cabem as Guardiãs Pombas Gira esgotar os vícios ligados ao sexo, equilibrando o ser humano.
Gostaríamos de salientar que as Guardiãs Pombas Gira não são Exus fêmeas como dizem muitas das literaturas encontradas, mas sim, é mais uma das hierarquias de Deus;
Tudo que se refere ao estudo sobre os Guardiões Exus vale também para as Guardiãs Pombas Gira, ou seja, elas se manifestam na Umbanda através de espíritos incorporados as suas hierarquias. Elas são elementos mágicos ativados através de oferendas e elementos religiosos quando ativados num Templo. Também são agentes da Lei de Deus que podem ser ativadas pela Lei Maior. Os Guardiões Exus vitalizam/desvitalizam, as Guardiãs Pombas Gira esgotam o emocional ou despertam o desejo.

As Guardiãs Pombas Gira de Trabalho são tão maravilhosas quanto os Guardiões Exus. Elas realizam curas até mesmo de enfermidades dadas como incuráveis, desmancham trabalhos de magia negra, resolvem problemas, nos dão conselhos preciosos de como bem dirigir nossas vidas, enfim, fazem tudo pelas pessoas bem intencionadas que as procuram para a prática da caridade. È uma pena que ainda existam pessoas que as procuram somente para desmanchar relacionamentos amorosos ou conquistar alguém.

Como nossos irmãos Guias Espirituais, os Guardiões Exus, e as Guardiãs Pombas Gira, quando terminarem o círculo de trabalhos espirituais e permanência nas correntes de trabalho na Umbanda irão para uma faixa de espiritualidade superior, e serão conduzidas pelas Leis do Eterno Amor para o seu verdadeiro destino, a sua perfectibilidade e a verdadeira e eterna felicidade nas moradas do Senhor. Por isso, considerando que as Guardiãs Pombas Gira são criaturas como nós, filhos de Deus, considerando que bem orientadas por Orixás, e Guardiãs Pombas Giras de Lei trabalhem somente para o bem, devemos tratá-las com todo carinho, respeito, procurar compreendê-las e conduzi-las (as não esclarecidas. As que estão iniciando o seu caminho rumo a espiritualidade maior) para o caminho da redenção.

A Legião das Guardiãs Pombas Gira atuam:
• Nas descargas para neutralizar correntes de elementares/elementais vampirizantes, bem conhecidos como súcubus e íncubos, que atuam negativamente, por meio do sexo, fazendo de suas vitimas verdadeiros escravos das distorções sensuais.
• Cortando trabalhos de magia sexual negativa e as ditas “amarrações”, pois ninguém deve se ligar a ninguém a força. Isto é considerado pelos tribunais do astral como desvio de carma e as sanções para aqueles que realizam tais trabalhos são as mais sérias possíveis.
• Cortando trabalhos de magia negra, pois não é permitido pela Lei Divina que as pessoas ou espíritos possam fazer o que bem entenderem, ainda mais ferindo o Livre Arbítrio alheio.
• Neutralizando correntes e trabalhos feitos para desmanchar casamentos.
• Trabalham incansavelmente no combate as hostes infernais, quando estas procuram atingir injustamente quem não merece.
• Trabalham no combate das viciações que escravizam os médiuns, protegendo-os das investidas do baixo astral, quando se fazem merecedores.
• Fazem à proteção dos Templos onde habita a Espiritualidade Maior, principalmente onde se pautam pelo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
• Combatem a leviandade, promovendo a firmeza que trás o respeito através do poder da palavra. Tais atributos e a harmonia de seus efeitos combinados, trazem a serenidade mental, onde os Sagrados Orixás atuam, pois quem não sabe o que pensa, não sabe o que diz.
• Trabalham incansavelmente fazendo de um tudo para que seus médiuns possam galgar graus conscienciais luminosos perante a espiritualidade maior, equilibrando-os, auxiliando-os, mas jamais são coniventes com os desmandos de seus pupilos, corrigindo-os, às vezes, implacavelmente, para que possam enxergar seus erros e retomarem a senda da Luz.

• A Guardiã Pomba Gira, como entidade de trabalho, não são e nunca foram espíritos lascivos, tenebrosos, viciados, atrasados e maldosos, como muitos querem doutrinar.
• A Guardiã Pombas Gira atuam no combate aos quiumbas (na medida do possível ajudando-os a evoluir) e no combate das energias desvairadas e viciantes; nas cobranças e nos reajustamentos emotivos e passionais; nas cobranças da Lei Divina (carma); nas emoções e nas ações dos indivíduos.
• As Guardiãs Pombas Giras conhecem profundamente os mais íntimos segredos dos seres humanos e que apesar dos absurdos em seus nomes, ainda assim, nos auxiliam a evoluir, esperando pacientemente à hora de nossa maturidade.
• A Guardiã Pombas Gira são valorosas Guardiãs da Antiga Sabedoria, da Tradição da Umbanda. Não são vulgares. São guerreiras, heroínas, protetoras e grandes magas.
Lembre-se que nenhuma Guardiã Pomba Gira jamais atua negativamente na vida de qualquer ser, promovendo desuniões, feitiçarias, magias negras, fofocas, maledicências e toda sorte de coisas ruins. Infelizmente a maldade é um imperativo humano. Quando um ser humano, negativamente invoca o poder da Guardiã Pomba Gira, não é a entidade em si que vai atender ao seu pedido maléfico, mas sim, a força Pomba Gira, força magnética ígnea telúrica, que vai ser acionada e utilizada. Seria a mesma coisa que utilizarmos à força elétrica; podemos usá-la para o bem ou para o mal. A força é a mesma, mas não tem vontade própria.
Vamos agora usar de um artigo maravilhoso (de autor desconhecido), adaptando-o, e encontraremos que é a fiel imagem da uma mulher. E isso é ser a Senhora Guardiã Pomba Gira:
SER GUARDIÃ POMBA GIRA….

• Ser Guardiã Pomba Gira é viver mil vezes em apenas uma vida, é lutar por causas perdidas e sempre sair vencedora, é estar antes do ontem e depois do amanhã, é desconhecer a palavra recompensa apesar dos seus atos.
• Ser Guardiã Pomba Gira é caminhar na dúvida cheia de certezas, é correr atrás das nuvens num dia de sol e alcançar o sol num dia de chuva.
• Ser Guardiã Guardiã Pomba Gira é chorar de alegria e muitas vezes sorrir com tristeza, é cancelar sonhos em prol de terceiros, é acreditar quando ninguém mais acredita, é esperar quando ninguém mais espera.
• Ser Guardiã Pomba Gira é identificar um sorriso triste e uma lágrima falsa, é ser enganada e sempre dar mais uma chance, é cair no fundo do poço e emergir sem ajuda.
• Ser Guardiã Pomba Gira é estar em mil lugares de uma só vez, é fazer mil papéis ao mesmo tempo, é ser forte e fingir que é frágil pra ter um carinho.
• Ser Guardiã Pomba Gira é se perder em palavras e depois perceber que se encontrou nelas, é distribuir emoções que nem sempre são captadas.
• Ser Guardiã Pomba Gira é comprar, emprestar, alugar, vender sentimentos, mas jamais dever, é construir castelos na areia, vê-los desmoronados pelas águas e ainda assim amá-las.
• Ser Guardiã Pomba Gira é saber dar o perdão, é tentar recuperar o irrecuperável, é entender o que ninguém mais conseguiu desvendar.

• Ser Guardiã Pomba Gira é estender a mão a quem ainda não pediu, é doar o que ainda não foi solicitado.
• Ser Guardiã Pomba Gira é não ter vergonha de chorar por amor, é saber a hora certa do fim, é esperar sempre por um recomeço.
• Ser Guardiã Pomba Gira é ter a arrogância de viver apesar dos dissabores, das desilusões, das traições e das decepções.
• Ser Guardiã Pomba Gira é ser mãe dos seus filhos e dos filhos dos outros e amá-los igualmente.
• Ser Guardiã Pomba Gira é ter confiança no amanhã e aceitação pelo ontem, é desbravar caminhos difíceis em instantes inoportunos e fincar a bandeira da conquista.
• Ser Guardiã Pomba Gira é entender as fases da lua por ter suas própria fases. É ser “nova” quando o coração está a espera do amor, ser “crescente” quando o coração está se enchendo de amor, ser “cheia” quando ele já está transbordando de tanto amor e “minguante” quando esse amor vai embora.
• Ser Guardiã Pomba Gira é hospedar dentro de si o sentimento de perdão, é voltar no tempo todos os dias e viver por poucos instantes coisas que nunca ficaram esquecidas.
• Ser Guardiã Pomba Gira é cicatrizar feridas de outros e inúmeras vezes deixar as suas próprias feridas sangrando.
• Ser Guardiã Pomba Gira é ser princesa aos 20, rainha aos 30, imperatriz aos 40 e especial a vida toda.

• Ser Guardiã Pomba Gira é conseguir encontrar uma flor no deserto, água na seca e labaredas no mar.
• Ser Guardiã Pomba Gira é chorar calada as dores do mundo e em apenas um segundo já estar sorrindo.
• Ser Guardiã Pomba Gira é subir degraus e se os tiver que descer não precisar de ajuda, é tropeçar, cair e voltar a andar.
• Ser Guardiã Pomba Gira é saber ser super-homem quando o sol nasce e virar cinderela quando a noite chega.
• Ser Guardiã Pomba Gira é acima de tudo um estado de espírito, é ter dentro de si um tesouro escondido e ainda assim dividi-lo com o mundo.

REVELAÇÃO DE UMA GUARDIÃ POMBA GIRA

Mensagem psicofônica da Senhora Pomba Gira Sete Encruzilhadas – Médium: Luely Figueiró
Nós andamos agitadas nas encruzilhadas, não estamos gostando do que certos escritores mal informados, que apenas cruzam pelos terreiros e que nem possuem a experiência de incorporação ou de trabalhos dentro da curimba de uma Pomba Gira, se arvoram em falar sobre nossa corrente, sobre nossos trabalhos.
Nos comentam como se fossemos lixo do astral ou menos espíritos apaixonados. Como se bastasse apenas nos oferecer elementos físicos, grosseiros materiais, para fazermos a vontade de todas as criaturas da face da Terra.

Pessoas que escrevem sem possuir o menor gabarito espiritual para comentar os mistérios da hierarquia de um espírito.
Nós estamos realmente agitadas no espaço que ocupamos e muito trabalhamos para formar a corrente deste aparelho, para que ela pudesse verdadeiramente receber a vibração e o ensinamento de todo o trabalho de uma Pomba Gira. Vocês não duvidem e não confundam as coisas que vocês vêem por aí. Aprendam se quiserem a ter o merecimento da proteção e do trabalho de uma Pomba Gira, seus giras.
Pomba Gira é gente já com gabarito de incorporação no exército divino, e quem já se encontra incorporado, como elemento deste exército, para a elaboração de evoluções maiores; não é sofredor nem lixo do espaço e nem desavisado e muito menos apegado a elementos tão físicos e baixos como querem nos apregoar.
Tenham mais humildade para aceitar as coisas do grandioso Senhor, que elabora no dia-a-dia a evolução dos universos siderais e não só o vosso.
Não pensais, pois, que sois o centro do universo, porque não sois não. Em todas as horas, em todos os momentos, o grande Senhor nos envia provas através, até mesmo, de aparelhos mediúnicos que nos deixam perplexos, bestializados com os que eles fazem como simples aparelhos e nada mais.
Porque eles são meros veículos de forças maiores; aqui, neste planeta, somos espíritos de certa envergadura, com milênios de aprendizado; nos chamam de Pomba Gira; poderiam ter-nos colocado outros nomes, não importam os nomes que nos tenham colocado.
Nós vos saudamos aqui na Terra, com esta indumentária; respeiteis e saibais compreender nossa natureza espiritual, para que não sejam publicadas aberrações que visem apenas ao comércio medíocre sobre o trabalho sagrado e santificante que traçamos para evolução de todos os paranormais em comunicação conosco.

Isto é de rara importância para todos aqueles que dirigem seus médiuns, seus filhos.
É de rara importância, queridos, que coloqueis sempre a vossa destra sobre os nossos enviados, filhos de Santo, com uma certa humildade e conhecimento de que todos os irmãos que se comunicam através de sua coroa são espíritos já incorporados num exército divino para elaborar uma tarefa de amor e fraternidade e de respeito por vossas vidas e não de desrespeito, porque este sempre parte de vós e não de nós.
Se existem nos planos do baixo astral desrespeitosos Eguns, é porque daqui partiram assim sem o merecimento de serem incorporados em nossas milícias. São esses pobres vagabundos do astral menor que necessitam mais de orações e caridade.
Vós, como chefes de terreiro e guias menores da Terra, que colocais sobre o peito montões de colares para assim serem reconhecidos, pois sois vós que devereis organizar os trabalhos. Sim, de mãos interpostas conosco, os irmãos do outro lado.
Para estes Eguns e sofredores, estes vagabundos, desairosos e desvairados dos espaços, sejam socorridos e não enlameados com vossos propósitos mesquinhos.
Muitas vezes, tomados por vossas vaidades, não sabeis reconhecer quem pisa dentro de vosso terreiro.
Aquele que é sofredor, aquele que é um mistificador de uma Pomba Gira verdadeira.
Porque a vossa vaidade vos cobre os olhos e vosso peito envergado de tantas “guias” não vos permite ver; cuidado…
Por hoje é só."

(Dona Sete)

*Fonte: Exus e Pomba Gira na Umbanda – Simbolismo e Função - Autoria do Pai Juruá.
Texo cedido gentilmente por Pai Juruá.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

As sete verdades do Bambú


Depois de uma grande tempestade, o menino que estava passando férias na casa do seu avô, o chamou para a varanda e falou:
Vovô corre aqui! Me explica como essa figueira, árvore frondosa e imensa, que precisava de quatro homens para balançar seu tronco se quebrou, caiu com o vento e com a chuva... este bambu é tão fraco e continua de pé?
Filho, o bambu permanece em pé porque teve a humildade de se curvar na hora da tempestade.
A figueira quis enfrentar o vento.
O bambu nos ensina sete coisas.
Se você tiver a grandeza e a humildade dele, vai experimentar o triunfo da paz em seu coração.
A primeira verdade que o bambu nos ensina, e a mais importante, é a humildade diante dos problemas, das dificuldades.

Eu não me curvo diante do problema e da dificuldade, mas diante daquele, o único, o princípio da paz, aquele que me chama, que é o Senhor.
Segunda verdade: o bambu cria raízes profundas.
É muito difícil arrancar um bambu, pois o que ele tem para cima ele tem para baixo também.
Você precisa aprofundar a cada dia suas raízes em Deus na oração.
Terceira verdade: Você já viu um pé de bambu sozinho? Apenas quando é novo, mas antes de crescer ele permite que nasça outros a seu lado (como no cooperativismo). Sabe que vai precisar deles.
Eles estão sempre grudados uns nos outros, tanto que de longe parecem com uma árvore.
Às vezes tentamos arrancar um bambu lá de dentro, cortamos e não conseguimos. Os animais mais frágeis vivem em bandos, para que desse modo se livrem dos predadores.
A quarta verdade que o bambu nos ensina é não criar galhos.
Como tem a meta no alto e vive em moita, comunidade, o bambu não se permite criar galhos.
Nós perdemos muito tempo na vida tentando proteger nossos galhos, coisas insignificantes que damos um valor inestimável.
Para ganhar, é preciso perder tudo aquilo que nos impede de subirmos suavemente.

A quinta verdade é que o bambu é cheio de “nós” ( e não de eu’s ).
Como ele é oco, sabe que se crescesse sem nós seria muito fraco.
Os nós são os problemas e as dificuldades que superamos.
Os nós são as pessoas que nos ajudam, aqueles que estão próximos e acabam sendo força nos momentos difíceis.
Não devemos pedir a Deus que nos afaste dos problemas e dos sofrimentos.
Eles são nossos melhores professores, se soubermos aprender com eles.
A sexta verdade é que o bambu é oco, vazio de si mesmo.
Enquanto não nos esvaziarmos de tudo aquilo que nos preenche, que rouba nosso tempo, que tira nossa paz, não seremos felizes.
Ser oco significa estar pronto para ser cheio do Espírito Santo.
Por fim, a sétima lição que o bambu nos dá é exatamente o título do livro: ele só cresce para o alto.
Ele busca as coisas do Alto.

Essa é a sua meta.



Livro - Buscando coisas do alto

quarta-feira, 21 de abril de 2010

ENTRECRUZAMENTOS


OXALÁ - A LUZ DO SENHOR DEUS
O Arcanjo Tutor e mediador divino dessa vibração é "Gabarael".

As entidades que se apresentam sob essa vibração não costumam atuar diretamente na mecânica de incorporação, e no grau de Orixá-menor essas entidades se apresentam como " caboclos " , que a partir dos respectivos entrecruzamentos vibratórios se denominam:

Urubatão da Guia ---------------- representante direto de Oxalá

Guaraci ------------------------------ intermediário para Ogum

Guarani ------------------------------ intermediário para Oxossi

Aymoré ------------------------------ intermediário para Xangô

Tupi ----------------------------------- intermediário para Yorimá

Ubiratan ----------------------------- intermediário para Yori

Ubirajara ---------------------------- intermediário para Yemanjá

Algumas das entidades no grau de guia, se apresentam como: ( Caboclo Águia Branca,Caboclo Itinguçu, Caboclo Girassol,Caboclo Nuvem Branca, Caboclo Guarantan,Caboclo Poty e outros).

E no grau de protetor alguns dos diversos nomes que são utilizados por essas poderosas entidades são: (Caboclo Guaraná, Caboclo Malembá, Caboclo Água Branca, Caboclo das águas Claras, Caboclo Jacutinga, Caboclo Lírio Branco, Caboclo da Folha Branca, Caboclo Ibitan e outros).


Ogum - O GUERREIRO CÓSMICO PACIFICADOR

O Arcanjo Tutor e mediador divino dessa vibração é "Samuel".

As entidades que se apresentam sob essa vibração atuam constantemente na mecânica de incorporação, e seus trabalhos ativos visam o chamamento ( os clarins de Ogum ) e o abarcamento, buscando restabelecer a fé e a Lei única.

No grau de Orixá-menor, essas entidades se apresentam como " caboclos ", e a partir dos entrecruzamentos vibratórios se denominam:

Ogum de Lei ---------------------- representante direto de Ogum

Ogum Rompe-Mato ------------- intermediário para Oxossi

Ogum Beira Mar------------------ intermediário para Xangô

Ogum de Malé -------------------- intermediário para Yorimá

Ogum Megê ----------------------- intermediário para Yori

Ogum Yara -------------------------intermediário para Yemanjá

Ogum Matinata --------------------intermediário para Oxalá

Algumas das entidades no grau de guia, se apresentam como:( Caboclo Tira-teima, Caboclo Humaitá, Caboclo 7 Ondas, Caboclo 7 Lanças, Caboclo Icaraí, Caboclo Estrela do Oriente e outros).

E no grau de protetor alguns dos diversos nomes que são utilizados por essas poderosas entidades são: (Caboclo Espada Dourada, Caboclo do Escudo Dourado, Caboclo Oraí, Caboclo Angarê, Caboclo Karatan, e outros).



Oxossi - O CATEQUIZADOR DE ALMAS
O Arcanjo Tutor e mediador divino dessa vibração é " Ismael ".

As entidades que se apresentam sob essa vibração no grau de Orixá-menor , raramente atuam na mecânica de incorporação. No grau de guias e protetores essas entidades depois das de Ogum, constituem na atual fase do movimento umbandista, o segundo maior número de entidades atuantes na mecânica de incorporação.

No grau de Orixá-menor, essas entidades se apresentam como " caboclos ", e a partir dos entrecruzamentos vibratórios se denominam:



Arranca-toco ------------------- representante direto de Oxossi

Cobra Coral ---------------------intermediário para Xangô

Tupynambá ----------------------intermediário para Yorimá

Juremá --------------------------- intermediário para Yori

Pena Branca ------------------- intermediário para Yemanjá

Arruda ---------------------------- intermediário para Oxalá

Araribóia ------------------------ intermediário para Ogum



Algumas das entidades no grau de guia, se apresentam como: (Caboclo Tupiara, Caboclo Flecha Dourada, Caboclo 7 Estrelas, Caboclo 7 Folhas, Caboclo Folha Verde, e outos).

E no grau de protetor alguns dos diversos nomes que são utilizados por essas poderosas entidades são: (Caboclo Jupurá, Caboclo Mata Verde, Caboclo Aratan, Caboclo 3 Penas, e outros).



Xangô - O SENHOR DIRIGENTE DAS ALMAS
O Arcanjo Tutor e mediador divino dessa vibração é " Mikael ".

Xangô é o senhor da justiça e da balança kármica na Ordem da Coroa Divina, sendo senhor da balança é também o senhor das almas e por essa razão que, o Arcanjo Mikael ( Arcanjo tutor de Xangô ) conhecido como São Miguel Arcanjo se eternizou na epopéia Lúcifer X Satã que narra a queda dos espíritos do reino virginal.

No grau de Orixá-menor, essas entidades se apresentam como "caboclos", e a partir dos entrecruzamentos vibratórios se denominam:



Xangô kaô ------------------------- representante direto de Xangô

Xangô Pedra Preta ------------- intermediário para Yorimá

Xangô 7 Cachoeiras ----------- intermediário para Yori

Xangô 7 Pedreiras -------------- intermediário para Yemanjá

Xangô Pedra Branca ----------- intermediário para Oxalá

Xangô 7 Montanhas ------------- intermediário para Ogum

Xangô Agodô --------------------- intermediário para Oxossi

Algumas das entidades no grau de guia, se apresentam como: (Caboclo do Sol e da Lua, Caboclo Pedra-Roxa, Caboclo Cachoeira, Caboclo Ventania, Caboclo Rompe Fogo e outros).

E no grau de protetor alguns dos diversos nomes que são utilizados por essas poderosas entidades são: ( Caboclo Quebra-Pedra, Caboclo Itapiranga, Caboclo Sumaré, Caboclo do Raio, Caboclo Pedra-Verde e outros).



Yorimá - POTÊNCIA REINANTE DA LEI
O Arcanjo Tutor e mediador divino dessa vibração é " Yramael ".

As entidades da vibração de Yorimá no grau de protetor, guia ou até Orixá-menor quando encontram filhos de fé de boa vontade, atuam na mecânica de incorporação e se expressam como pais-velhos, condutores e sábios, que nos orientam como búsulas norteadoras pelos caminhos da vida, e nos medicam no corpo e na alma quando necessitamos .

No grau de Orixá-menor, essas entidades se apresentam como "pretos-velhos", e a partir dos entrecruzamentos vibratórios se denominam:



Pai Guiné ----------------------- representante direto de Yorimá

Pai Congo D´Aruanda ------ intermediário para Yori

Pai Arruda ---------------------- intermediário para Yemanjá

Pai Tomé ------------------------intermediário para Oxalá

Pai Benedito -------------------intermediário para Ogum

Pai Joaquim --------------------intermediário para Oxossi

Vovó Maria Conga -----------intermediário para Xangô



Algumas das entidades no grau de guia, se apresentam como: (Pai Chico das Almas,Vovó Angola, Pai João D' Angola, Pai Congo do Mar, Vovó Cambinda de Guiné e outros).

E no grau de protetor alguns dos diversos nomes que são utilizados por essas poderosas entidades são: (Pai Tibúrcio, Pai Celestino do Congo, Pai Cipriano, Pai João da Caridade, Pai Chico Carreiro, Vovó Barbina e outros).



Yori - POTÊNCIA MANIFESTADA
O Arcanjo Tutor e mediador divino dessa vibração é " Yoriel ".

As entidades da faixa de Yori no grau de protetor, guia ou Orixá-menor quando encontram veículos de boa vontade, atuam na mecânica de incorporação e promovem consultas renovadoras que proporcionam alegria e harmonia aos consulentes.

No grau de Orixá-menor, essas entidades se apresentam como "crianças", e a partir dos entrecruzamentos vibratórios se denominam:

Tupãnzinho ------------------ representante direto de Yori

Yariri -------------------------- intermediário para Yemanjá

Ori ----------------------------- intermediário para Oxalá

Yari --------------------------- - intermediário para Ogum

Damião ---------------------- -intermediário para Oxossi

Doum --------------------------intermediário para Xangô

Cosme ------------------------ intermediário para Yorimá

Algumas das entidades no grau de guia, se apresentam como: (Mariazinha, Chiquinho, Paulinho, Aninha, Ricardinho, Crispim e outros).

E no grau de protetor alguns dos diversos nomes que são utilizados por essas poderosas entidades são: (Estrelinha D' Angola, Dominguinho, Dounzinho, Jureminha, Joãozinho da Praia e outros).



Yemanjá - A SENHORA DA VIDA

O Arcanjo Tutor e mediador divino dessa vibração é " Rafael ".

As entidades que se apresentam sob essa vibração, assim como as entidades de Oxalá, raramente atuam na mecânica de incorporação pois, trabalham por cima, organizando e dando novos rumos ao movimento umbandista. Nos graus de protetor e guia estas entidades ocasionalmente atuam nos terreiros.

No grau de Orixá-menor, essas entidades se apresentam como " caboclos ", e a partir dos entrecruzamentos vibratórios se denominam:



Cabocla Yara ---------------------- representante direto de Yemanjá

Cabocla Sereia do Mar --------- intermediário para Oxalá

Cabocla do Mar ------------------- intermediário para Ogum

Cabocla Indayá -------------------- intermediário para Oxossi

Cabocla Yansã -------------------- intermediário para Xangô

CAbocla Nanã Burukum -------- intermediário para Yorimá

Cabocla Oxum --------------------- intermediário para Yori

Algumas das entidades no grau de guia, se apresentam como: (Cabocla Cinda, Caboclo do Mar, Cabocla 7 Luas, Cabocla Juçanã, Cabocla Jandira e outros).

E no grau de protetor alguns dos diversos nomes que são utilizados por essas poderosas entidades são: (Cabocla Lua-Nova, Cabocla Rosa-Branca, Caboclo da Praia, Cabocla Jacy, Cabocla da Concha Dourada, Caboclo 7 Conchas e outros).

domingo, 18 de abril de 2010

Faz caridade fio, faz caridade fio!


Faz caridade fio, faz caridade fio!

Assim era as fala do negro Ambrósio através do aparelho mediúnico que lhe servia de canal para fazer proseador.

Não era a primeira que aquele consulente ouvia esse conselho do Pai Velho, já havia se passados oito meses desde o primeiro dia que aquele senhor tinha adentrado ao terreiro, passando a fazer parte da assistência, sempre voltando ao negro Ambrósio para tirar suas duvidas.

Naquele dia ele estava decidido. Iria perguntar ao Velho porque toda vez que falava com ele escutava o mesmo conselho? Será que como espírito não estava vendo que ele já estava fazendo sua parte?

Esperou ansioso a sua vez. Aquela noite seria especial, seria diferente das outras, aquele encontro marcaria uma nova etapa no caminhar daquele senhor.

Como sempre fazia, mais por repetição do que mesmo por convicção, se ajoelhou diante do negro Ambrósio e foi dizendo:


- Benção vô Ambrósio, hoje venho lhe pedir uma explicação para melhor entender o que o senhor me diz.

- Oxalá te abençoe meu fio! Negro Ambrósio fica feliz com sua presença e gosta de fazer proseador com todos os fios que aqui vem.

- Meu vô, como o senhor mesmo sabe já faz algum tempo que venho a essa casa e falo com o senhor. Como já lhe disse não tenho uma situação financeira ruim, ao contrário, nunca tive problemas dessa ordem o que sempre me facilitou uma vida com fartura e bem-estar desde a infância.

- Certo meu fio, negro Ambrósio já tem cunhecimento de tudo isso que suncê falou.

- É meu vô, por essa razão gostaria de lhe perguntar porque o senhor toda vez que fala comigo me aconselha a fazer a caridade? O senhor não já sabe que faço isso todo mês entregando gêneros alimentícios aos que estão carentes? Além do que, na minha empresa mantenho uma creche para os filhos dos meus empregados para que assim possam trabalhar com mais tranqüilidade. Por isso gostaria que me explicasse o porquê desse conselho, dentro da minha consciência cumpro com meu compromisso.

- É verdade meu fio, tudo isso que suncê falou pra negro veio, faz parte de seu compromisso e fio cumpre direitinho sua parte. Porém fio esse compromisso faz parte de seu social. Suncê alimenta o corpo material que precisa de sustentação pra ficar de pé, pois se não for assim fio tem prejuízo, só que o fio também precisa distribuir o pão espiritual e assim fazer a caridade.

- Não entendi meu vô seja mais claro? Que caridade espiritual é essa?

- É a mesma que esse meu aparelhinho faz aqui no terreiro. Suncê precisa assumir sua condição de médium.


Espantado, disse o senhor: como é que é vô Ambrósio o senhor está me dizendo que tenho compromisso com a mediunidade na Umbanda é isso?


- É isso sim, meu fio. Suncê tem compromisso com essa banda.


Ante as muitas verdades que ele já tinha ouvido, nunca uma afirmação estava tanto a lhe remoer a alma. Como seria possível? Achava bonito a Umbanda, gostava do cheiro das ervas e do cachimbo dos vôs, mais daí então a ser médium era demais para ele.

Mesmo de forma acanhada buscando aparentar tranqüilidade aquele senhor disse ao vô:


- Meu vô acho que há um equívoco, pois nunca senti nada a respeito da mediunidade.

- Num sentiu porque se prende e que não quer dizer ou suncê acha que nego veio não vê o companheiro de Aruanda que lhe acompanha e que hoje está dando autorização pra fazer esse conversado? Meu fio diz que gosta do cheiro das ervas e desse terreiro - o que é uma verdade - mas o que fio não se vê é dobrando o corpo para prestar a caridade, deixando assim que seu Pai Preto também lhe traga lições para seu caminhar. Então meu fio, enquanto suncê não entender, nego veio vai continuar repetindo o conselho: faz caridade fio, faz caridade fio! Mesmo que tenha que arrepetir isso por muitas veis, pois água mole em pedra dura fio, tanto bate inté que fura. Olha fio! Eu tenho um compromisso moral com esse companheiro de Aruanda que te acompanha e te agaranto que não será de minha parte que não será cumprido. Pensa no que esse veio te falou e dispôs vem prosear novamente, pois o passo de veio é miudinho e devagarzinho, só tem uma coisa fio: o tempo corre e espero que suncê queira aproveitar enquanto tá desse lado de cá!


Aquele senhor se levantou da frente de negro Ambrósio sem dizer mais nenhuma palavra, seria preciso tempo para digerir tudo que ele tinha ouvido.

Oito meses se passaram depois daquela prosa, ninguém no terreiro tinha visto novamente aquele senhor na assistência.

Era 13 de maio, gira festiva de preto velho, os trabalhos tinham se iniciado. Negro Ambrósio olhava para a porteira do terreiro como se estivesse a esperar por alguém e assim cantarolava “acorda cedo meu fio, se com velho quer caminhar, olha que a estrada é longa e velho caminha devagar, é devagar, é devagarinho quem anda com preto velho nunca ficou no caminho”. Acostumados com a curimba os filhos da corrente repetiam os versos sem perceber que naquele dia a entonação estava mais dolente. Mais um filho de Zambi venceria uma etapa, mais um seria libertado.

E foi olhando para a porteira que negro Ambrósio viu aquele senhor adentrar no terreiro, com os olhos rasos d’água e de joelhos se postar assim dizendo: Vô Ambrósio se é verdade que tenho essa tal mediunidade aqui estou para aprender a fazer caridade, nesses 8 meses minha vida perdeu a alegria, relutei muito para chegar aqui novamente e não nego que fugi por vergonha se ainda houver tempo...

Aquele senhor nem chegou a ouvir a resposta do negro Ambrósio. Do seu lado já se encontrava um negro que de forma doce e amorosa assim falou: Meu fio a quanto tempo espero por esse momento, por esse reencontro. Vamos trabaiá meu fio nas bênçãos de Zambi e na fé de Oxalá!

Diante dos filhos daquela corrente, aquele homem branco, de olhos claros, quase translúcidos, alto, dava passagem nesse momento a mais um preto velho e foi curvando aquele corpo que se ouviu a voz da entidade assim dizer: Bendito e louvado sejam o nome de nosso Pai Oxalá! Saravá negro Ambrósio! Pai Joaquim das Almas se faz presente nesse Gongá!


- Saravá Pai Joaquim!


E daquele dia em diante mais um filho começava a sua caminhada. Mais um chegava a corrente da casa. Mais uma estrela passou a brilhar nos céus de Aruanda!


Saravá Preto!!!


História contada por Vovô Ambrósio.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Pondo a Mão na Cabeça.


Babá, Babalorixá, Babatundé, Pai-de-Santo, Chefe de Terreiro, Coordenador e quantas mais, para se definir uma relação?

Num dado momento da vida, espontânea ou forçosamente, os seres sentem falta de algo, como se fosse um sinalizador para o seu aprendizado, quando teorias e práticas já não satisfazem os seus anseios conscientes ou inconscientes.

Tenho em mente, que o verdadeiro Mestre Espiritual de cada um, está em seu interior, acompanhando, torcendo, ensinando, protegendo, inspirando enfim, esforçando-se em conduzir-nos à novas expectativas e perspectivas de vida, nesta e em outras jornadas. Entretanto, num dado momento, estamos com uma “cegueira espiritual”, que não nos deixa enxergar determinados princípios e valores, visto que estamos mais sensíveis às energias não positivas, quais sejam: ira, leviandade, receio, soberba, egoísmo, arrebatamento e luxúria; que por estarem mais acessíveis através da forma e que são mais facilmente percebidas pelo nosso estado de instinto, nosso “estado animal”. Apesar do nosso crescimento através do conhecimento, aquilo que mais “toca a pele”, realmente, é o que mais move ou comove. Talvez, seja aquela característica de “São Tomé”, proporcionada pelas experiências que ferem e machucam, pois para se perceber e sentir os aspectos mais sublimes, abstratos, que são sutis, só com o aprendizado da vida ou melhor, de vidas...

Se o ser está num momento em que tem dificuldade de perceber, no próprio interior, princípios e valores, incansavelmente procurados através dos tempos, para construção de uma comunidade fraterna; bem como o desejo de compartilhar princípios construtivos, que poderão ser traduzidos através dos atributos da fortaleza, do respeito, do entendimento, da sabedoria, da justiça, do conselho e da pureza surge, para esse aprendizado de vida, o personagem do Mestre, que num dado momento é representado por um ser, que trás conhecimentos e experiências, vivenciadas nesta e em outras jornadas, para auxiliar aquele que se torna seu Discípulo a encontrar o seu verdadeiro Mestre, o Mestre Interior.

A figura do Mestre, quando não compreendida na sua essência, muitas vezes trás uma conotação disforme, especialmente quando se acredita em que não se está naquela posição, se está em uma “posição inferior”. O mais impressionante é quando são formatados estereótipos que se baseiam em uma relação de domínio e submissão, consciente ou inconsciente, onde se empregam a manipulação, coerção e domínio.

Por sua vez, deve-se ter em mente, que um Mestre, nas lides espirituais, não é um deus e muito menos um ser infalível. Também, deve-se ter em mente, que:

· O Mestre, por estar na condição de ser encarnado, tem limites.

· O Mestre pleno é mito.

· A presença do Mestre é sempre relativa em função de momentos diferentes.

· O Mestre pode ser real, um terceiro; ou aparente, o interior.

· O Mestre existe até o ponto em que ele é reconhecido como tal.

· O Mestre não procura Discípulos.



Logo, “para cada rebanho, haverá sempre o melhor pastor”...



Devido a heterogeneidade dos seres, a relação do Mestre com o seu Discípulo, é uma “via de mão dupla”, pois se existem vários Discípulos, existem conhecimentos, comportamentos, atitudes, experiências e vivências diversas. Portanto, o Mestre inteligente, também “tira a sua casquinha” de aprendizado.



"Pondo a mão na cabeça"

Nas muitas tradições, bem como no Movimento Umbandista, percebe-se a “filiação espiritual”, que poderá estar sendo construída através dos tempos ou atender em um momento específico as vontades superiores, concretizando uma relação, mesmo que efêmera, atendendo aos desígnios de Deus.

Quando surge a relação, Mestre e Discípulo, crê-se no início de a formação de uma egrégora de realidade, onde os seres são estimulados a perceber o quê, o porquê, o como, o quando e o onde, que fazem parte indissociável de consciências, de sentimentos e de ações. Mas, infelizmente, os seres ficam mais atentos aos aspectos “mágicos”, que na realidade são da forma, do que aos aspectos não mágicos, de natureza superior, que realmente farão a diferença no futuro. Assim, em função de cada Tradição, os ritos quando não percebidos como uma perspectiva de abertura para o crescimento individual, representando um portal ou degrau, tornam-se na realidade, um símbolo de domínio e submissão, que em muitos casos chegam ao absurdo da relação “senhor e escravo”, que por desinformação, muitos acreditam ser imutável, até a mudança da vontade daquele que o fez.

“Por a mão na cabeça” não encontrará ressonância se a “cabeça não for oferecida”, pois para ambas as partes, é um ato consciente, onde se pressupõe responsabilidades mútuas. E, por assim representar, é natural que haja nos grupos afins ou seja, aquele que coordena um grupo, “põe a mão na cabeça” e aquele que quer fazer parte do grupo, “oferece a sua cabeça”. Entretanto, deve ficar claro que os termos acima são simbologias, pois existem várias formas de se proceder nesta relação, mais ou mesmos dogmáticas, mais ou menos informais, mais ou menos ritualizadas e mais ou menos rápidas. Há de se compreender que, a relação paternal ou filial, como queira, pressupõe ensinamentos e trocas de conhecimentos, comportamentos e atitudes, visando o crescimento e descoberta interior, sempre.

Então, deve ficar claro que um pequeno ato, se não houver vontade de ambas as partes, não provoca a ligação, pois como seres individualizados, exercitamos a vontade. Em síntese, “por a mão na cabeça”, traduzindo a relação Mestre e Discípulo, promove a uma auto-descoberta.

Com votos de profunda paz na mente, alegria nos sentimentos e harmonia nas ações. Prosperidade, Força e Benção.



Mestre Thashamara
Um eterno aprendiz

A Umbanda na visão de um Eterno Aprendiz


Embranquecimento da Umbanda
O que há de mito e verdade sobre o "embranquecimento" da Umbanda? A primeira vista, mais parece uma espécie de boato que corre pelos terreiros sem que os adeptos da religião saibam efetivamente a origem, a quem interessar, ou quais seriam os objetivos dessa hipótese? "O povo aumenta, mas não inventa". Portanto, responder a essas questões vai exigir uma pesquisa atenta sobre o processo de institucionalização e legitimação do Movimento Umbandista ao longo do século XX.

É verdade! Tentaram "embranquecer" a Umbanda. Mas é igualmente verdadeiro que tentaram, antes, "embranquecer" a população brasileira. Na segunda metade do século XIX, com o fim do tráfico negreiro e a expansão da lavoura cafeeira para o oeste paulista, buscou-se alternativas à mão de obra servil. A opção escolhida foi investir na vinda de imigrantes europeus para trabalharem como assalariados. O historiador Thomas Skidmore explica no livro "Preto no Branco – Raça e Nacionalidade no Pensamento Brasileiro", que o projeto migratório atenderia também ao desejo da aristocracia imperial em "purificar" o sangue da povo, uma vez que o pensamento da época pregava o superioridade da raça branca.

Na década de 1930, com o fim da hegemonia da elite agrária e a implantação do Estado Novo, a ideologia vigente precisou se adaptar ao projeto nacional-desenvolvimentista instaurado por Getúlio Vargas. O caráter mestiço da população brasileira passou a ser valorizado, pois a viabilidade sócio-econômica do Brasil decorreria, justamente, da existência de uma "democracia racial" que inibiria a possibilidade de conflitos raciais, étnicos e culturais, tão comuns em outros países. Gilberto Freyre, em "Casa Grande e Senzala", forneceu o suporte teórico à nova ideologia, tentando nos convencer que a escravidão no Brasil não havia sido tão cruel.

Neste contexto nacional, o movimento umbandista ganhou corpo e estruturou-se a fim de obter o status de religião brasileira. Primeiro, criou-se a Federação Espírita de Umbanda (1939), atual União Espírita de Umbanda do Brasil, cujo objetivo primordial era servir de interlocutor entre os templos filiados, o Estado e a sociedade. Depois, promoveu-se o Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda (1941), cuja finalidade era a unificação do culto e a normatização de uma doutrina mínima. O Congresso traria, também, à luz explicações de cunho científico que pudessem desmistificar algumas práticas mágicas, como a utilização de banhos com ervas, defumadores, charutos, cachimbos, bebidas alcoólicas, pólvora, punhais etc.; e, ainda, correlacionaria a origem da Umbanda a um tempo remoto, imemorial que, sem negar a herança africana, transcenderia a própria África escravizada: Lemúria, Atlântida, Vedas, Índia e Egito.

Ao analisarmos o conteúdo simbólico das comunicações apresentadas durante o Congresso de 1941, observa-se que os intelectuais de Umbanda, em busca de legitimidade, tentaram construir uma identidade mais próxima do "cientificismo" kardecista do que das "primitivas" religiosidades africanizadas. A estratégia adotada, estava em sintonia com a conjuntura política, pois a ditadura Vargas via com bons olhos a religião Espirita, muito mais do que a Católica. Cabe lembrar que, na época, os terreiros de Umbanda eram obrigados a ser registrados nas Delegacias de Polícia e que era obrigatório a inclusão da palavra Espírita no nome do templo para se efetivasse do tal registro, liberando o funcionamento do terreiro.

Sobre o conteúdo das palestras promovidas pelo Congresso de Umbanda, recomendamos a leitura do artigo do historiador Artur César Isaia, O Elogio ao Progresso na Obra dos Intelectuais de Umbanda. O autor debruçasse principalmente sobre as teorias apresentadas por Martha Justina, que defendia o caráter evolutivo da Umbanda; e Diamantino Coelho Fernandes, que acreditava que a religião era oriunda do lendário continente da Lemúria.

Para Justina, a "Lei de Umbanda também segue seu curso evolutivo, saindo das grotas, das furnas, das matas, abandonando os anciões alquebrados, fugindo dos ignorantes, vem nessa vertigem louca de progresso, infiltrar-se nas cidades para receber o banho de luz da civilização". Já Fernandes, sugeria que os negros africanos haviam aprendido os fundamentos da Umbanda a partir do contatos com os povos orientais, herdeiros das tradições iniciáticas da Lemúria. A riqueza desses ensinamentos, entretanto, acabara deturpada nos rituais Banto e Yorubá. "Desde que estudiosos da doutrina de Jesus se dedicaram a pesquisar os fundamentos desta grande filosofia (...), o Espiritismo de Umbanda readquiriu o seu prestígio milenar, assim como o acatamento e respeito das autoridades brasileira".

Outro argumento apresentado por Fernandes para justificar o discurso de antigüidade foi a etimologia do vocábulo Umbanda, ao qual o autor remete ao Sânscrito. "Sua etimologia deriva de Aum-Bandhã, isto é, o limite no ilimitado". E, ainda, em outra tese apresentada pelo umbandista Batista de Oliveira, a Umbanda remontaria ao Antigo Egito. O autor afirmava que a religiosidade africana que chegou ao Brasil era o resultado de uma "deturpação" provocada pela fuga dos sacerdotes egípcios durante a perseguição dos povos invasores. "Os sacerdotes espalharam-se desordenadamente por toda terra e suas tradições, que eram transmitidas oralmente, foram se deturpando". Roger Bastide, em As Religiões Africanas no Brasil, refuta as teorias que associam a Umbanda ao Egito, à Índia, ou a mitológica Lemúria, argumentando que se tratam de explicações evasivas e etnocêntricas que visam afastar as tradições da África negra, vista como atrasadas pela cultura do homem branco ocidental.

Paralelamente ao processo de embranquecimento da Umbanda ocorreu um movimento complementar de "empretecimento" do Kardecismo. Segundo o antropólogo Renato Ortiz, no livro A Morte Branco do Feiticeiro Negro, alguns kardecistas estavam insatisfeitos com a excessiva intelectualização do kardecismo. As manifestações da "macumba" lhes despertaram gradativamente o interesse. Entretanto, se por um lado, aceitavam a contribuição de Pretos-Velhos e Caboclos nas sessões de mesa "branca"; por outro, não admitiam a presença de elementos que eram incompatíveis com as concepções "evoluídas" do kardecismo. A apropriação do ritual da macumba foi, portanto, seletiva e depuradora, eliminando-se tudo o que chocava as mentalidades esclarecidas, como o sacrifício de animais, as oferendas de comida e bebida aos espíritos, o uso de fumo e o emprego de instrumentos de percussão.

Foram descartados aqueles elementos considerados primitivos e muito próximos da matéria, contudo, não se podia descartar todo o conjunto de instrumentos e objetos rituais mobilizados nos cultos. Se, por um lado, o Kardecismo oferecia um arcabouço doutrinário capaz de articular, numa nova estrutura, práticas religiosas desvinculadas de antigos mitos; por outro lado, para justificar a permanência de determinados elementos materiais nos ritos, recorreu-se a um discurso "científico", onde noções de química e física coexistem com a astrologia, o ocultismo e a teosofia.

Para Ortiz, a Umbanda representou uma solução original, pois ofereceu um liame de continuidade entre as práticas mágicas populares e a ideologia espírita, tendo como fio condutor a reinterpretação dos valores tradicionais da cultura afro-brasileira segundo um novo código fornecido pela sociedade urbana e industrial. Assim, o autor explica que as transformações sociais do início do século XX estimularam, praticamente ao mesmo tempo, o aparecimento de dois movimentos distintos: o "embranquecimento" da cultura afro-brasileira, a partir do anseio de ascensão social das classes mais populares; e o "empretecimento" da cultura européia, a partir do consentimento da presença de elementos da "macumba" nas sessões kardecistas.

A relação entre a história recente do Brasil e o surgimento da Umbanda é abordada constante na obra dos primeiros pensadores da religião e assume um caráter claramente evolucionista. Na visão destes, o surgimento do movimento umbandista integraria um plano do "astral superior" visando ao aprimoramento moral e material dos brasileiros. Por exemplo, Diamantino Trindade, ao contextualizar o surgimento da Umbanda, acentua que o advento do regime republicano e a libertação dos escravos representariam etapas necessárias para o aparecimento de uma religião tipicamente brasileira.

Entretanto, se o surgimento da Umbanda integrava um processo evolutivo no caminho da construção de uma civilização baseada nos ideais da racionalidade e do progresso, nada mais necessário do que a separação total da nova religião de tudo o que tangenciasse práticas tidas como "atrasadas". A Umbanda assumia a herança afro-indígena, aproximando-se de uma representação sincrética da nacionalidade, própria do pensamento de uma parcela da intelectualidade brasileira na primeira metade do século XX, ao mesmo tempo que acentuava em seu discurso as cores do evolucionismo de matiz kardecista.

Assim, a valorização do passado afro-indígena existiria somente dentro de uma perspectiva processual. Isto é, valorizavam-se o índio e o negro como importantes elementos formadores da nacionalidade, mas sob a ótica da evolução constante, capaz de "aprimorar" o que de "selvagem" e "bárbaro" prendia-os a um passado distante da civilização. Nesse sentido, os intelectuais umbandistas desenvolveram todo um discurso denunciador de práticas fetichistas e supersticiosas, avessas ao progresso e a civilização. Aluizio Fontenelle, por exemplo, fazia questão de afirmar que a Umbanda "pura" retirava de todas as religiões existentes na terra somente aquilo que fosse sublime e perfeito.

Ser umbandista, portanto, não é apenas "sacudir o frasco" nos terreiro e "dar cabeça" ao guia. Antes precisa conhecer a religião que se pratica. Muitos, na verdade, estão umbandista, o que é muito diferente de Ser. Antes de jogarmos pedra naqueles que nos antecederam, acusando-os de racistas, temos que entender que o "embranquecimento" da Umbanda foi uma estratégia necessária para aquele momento histórico. Precisava-se vencer o preconceito e a discriminação promovida pela sociedade. Foi a ação dos primeiros pensadores da Umbanda que afastou os terreiros das delegacias e que fez com que o IBGE inclui-se no senso de 1960 a Umbanda na lista de religiões praticadas no País. A pacificação da Umbanda com os cultos mais africanizados ocorreu durante o 2º Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda, realizado em 1961.

Portanto, não foi Matta e Silva que tentou promover o "embranquecimento" da Umbanda ao publicar o livro "Umbanda de Todos Nós", em 1956. Se a obra de Matta e Silva ganhou notoriedade foi pelo seu empenho em estudar a religião a qual praticava e de compartilhar o seu conhecimento com quer quem que seja. É, inclusive, apontado pelo antropólogo Renato Ortiz como o autor da doutrina mais coerente.

Pai Matta ou Mestre Yapacani, que tem no seu processo de desenvolvimento mediúnico, como todo bom nordestino, passagens pelo Catimbó, bem como, foi médium da Tenda Espirita São Jorge, segundo informações de seu atual diretor Pedro Miranda. Matta e Silva, foi um pesquisador autodidata de nossa religião e não um mero reprodutor de conceitos e pré- conceitos. Lutou contra o uso comercial da Umbanda, contra as práticas que alimentam o baixo espiritismo e, principalmente, contra a ignorância do corpo mediúnico.

Afinal, por que se tem medo da Faculdade de Teologia Umbandista? Não temos vínculos com esta instituição e nem procuração para falar em seu nome, mas acreditamos que é no meio acadêmico que a prática cotidiana dos terreiros será melhor pensada. Ninguém espera ver Pai-velho de toga e nem Caboclo manuseando notebook , mas é a academia que dará legitimidade às práticas populares. Se até Exú costuma dizer que já foi padre, médico e advogado, por que não se pode estudar a Teologia de Umbanda? Para finalizar, deixamos aos leitores que chegaram até aqui, uma passagem que ocorreu com a pesquisadora norte-americana Diana Brown: quando esteva no Brasil estudando os rituais de Umbanda, em um dos muitos terreiro que visitou, a antropóloga acabou por "incorporar", de repente, um belo caboclo, com direito a brado e tudo mais. Fato este, que a deixou muito desconcertada. Não será esse mesmo desconcerto que incomoda a tantos umbandistas: a hipótese de virem a sentar nas carteiras de uma sala de aula?

Com votos de profunda paz nos seus pensamentos, irradiante alegria nos seus sentimentos e harmonia nas suas ações, com prosperidade, força e minha benção.

Umbanda do Cruzeiro do Sul.
THASHAMARA - O ETERNO APRENDIZ.
http://www.nativa.etc.br/umb_conceito_questoes_021.html

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Não seja de vidro


O melindre costuma causar estragos nas relações humanas.
Por excesso de sensibilidade, amizades são rompidas e grupos se desfazem.
A pessoa melindrosa ofende-se com muita facilidade.
Ela identifica intenções ofensivas nas coisas mais banais.
Uma simples brincadeira ou uma palavra mal escolhida podem fazê-la sentir-se gravemente ofendida.
Uma criatura tão delicada, fica sempre atenta aos atos e dizeres dos outros.
Se encontra qualquer coisa remotamente parecida com uma crítica, melindra-se.
Esse modo específico de sentir revela uma grande vaidade.
O melindroso imagina-se o centro das atenções aonde quer que vá.
Acredita que os outros se preocupam em excesso com ele.
Justamente por isso, pensa que tudo o que é feito ou dito a sua volta refere-se a sua pessoa.
E a realidade é que os homens gastam muito pouco tempo preocupando-se de forma definida com seus semelhantes.
Cada qual tem sua vida e seus problemas.
Salvo se você for uma sumidade em determinada área, provavelmente os que o rodeiam não se ocupam particularmente com seus atos.
Fora de seu grupo familiar, raramente alguém se detém para esmiuçar seu proceder.
E quando o faz, é por breve tempo.
Não se imagine o centro do mundo.
Os outros não falam ou agem com o firme propósito de ofendê-lo.
Eles nem pensam muito em você.
Não seja de vidro no trato com os semelhantes.
Não veja ofensas onde elas não existem.
Preocupe-se com a essência das coisas.
O corre-corre do mundo moderno nem sempre permite que tudo seja dito ou feito com a suavidade desejável.
Certamente você também não pensa inúmeras vezes em cada palavra que diz.
E igualmente não pauta sua vida pelo interesse de atingir os que o rodeiam.
Muitos de seus atos e palavras podem ser mal interpretados.
Ocorre que quem procura razão para sentir-se ofendido certamente encontrará.
Trata-se principalmente de um estado de espírito.
Conscientize-se dessa realidade.
Não se imagine mais importante do que na realidade é.
Viva com leveza e bonomia.
Se alguém criticar algo que você tenha feito, não se ofenda.
Não torne tudo pessoal.
A crítica nem sempre é destrutiva.
Aceite que você às vezes falha. As observações dos amigos podem auxiliá-lo a ser melhor.
Procure tolerar sem melindre, mesmo alguma observação maliciosa a seu respeito.
Em um ambiente descontraído, com freqüência alguém é motivo de piadas.
Trata-se de uma dinâmica especial de certos locais.
E a intenção raramente é ofender.
Tanto é assim que se altera constantemente o alvo da troça. É necessário que os participantes de um grupo ou meio social tenham liberdade uns com os outros.
Evidentemente, há limites para tudo.
Mas sem uma certa dose de sinceridade e espontaneidade, resta somente a formalidade e a hipocrisia.
Em um clima hipócrita, nada de real se cria e ninguém se sente seguro e à vontade.
Assim, seja leve em seu viver.
Não se ofenda a todo instante, por tudo e por nada.
Isso apenas o isolará de seus semelhantes, sem qualquer resultado útil.
Pense nisso.

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

Cada um, POR SEUS COMPORTAMENTOS, mostra e divulga o que a umbanda que defende lhe ensina ou a que tipo de "umbandas" se juntou!(by C. Zeus)

Bem reflexivo, não?

terça-feira, 13 de abril de 2010

MAGIA NA UMBANDA


A umbanda é magia: magia não é privilégio de ninguém. Magia é a arte de manipular a natureza criando campos de força. E é exatamente isso que fazem os Guias nos Templos Umbandistas. Juntam elementos para criar, desde um simples patuá, até uma enorme energia positiva para destruir outra da mesma intensidade, criada por espíritos malignos. Magia não tem receituário nem dicionário. Magia é magia. Apenas é lamentável o mau uso do termo magia.

Todas as pessoas que trabalham na Umbanda são pequenos magos. Uns conscientes e outros inconscientes, mas, direta ou indiretamente, praticam a magia. Por ignorância tem gente matando cabritos, comendo carne crua e alguns, pasmem, praticando a magia do sexo, esta a mais burra e inexistente magia. São pessoas desorientadas e pervertidas usando o nome da magia para saciar seus instintos grotescos. Isto nada tem a ver com a verdadeira magia e muito menos com a Umbanda. Os Guias são sábios magiadores do BEM.



Magia do álcool

A cachaça, o vinho, a cerveja e etc..., têm função magística. No plano astral, servem para fins que fogem, na maioria das vezes, completamente à nossa compreensão. Pela volatilidade do álcool, apresenta eterização para desintegrar morbos e campos de forças mais densos. Espírito não vem no terreiro para beber. Um Exu Senhor Tranca Ruas das Almas, inquirido sobre a necessidade do espírito beber respondeu: - “se quisesse beber não viria nos terreiros. Iria freqüentar os bares onde vivem os alcoólatras e lá arranjaria um copo-vivo (ermo usado para aqueles que são dominados por espíritos viciados em bebida).

Aqui vale um ensinamento. No mundo espiritual existe o principio da lei dos semelhantes, ou seja, o semelhante atrai o semelhante. Todo homem embriagado quase sempre está acompanhado de um espírito semelhante. O grande problema é que, como o espírito não pode ingerir a bebida, ele aspira, para sua satisfação, a emanação do álcool, razão pela qual o bêbado (copo-vivo), ingere enormes quantidades de bebida. Uma parte para ele e outra para o espírito. Interessante que esses espíritos protegem o seu doador, bem como nós fazemos com o copo que nos serve para beber água, mas quando não mais lhe serve, abandona a criatura em estado deplorável.

Magia da fumaça

Todas as religiões do mundo usam a fumaça como depurador das energias. A defumação é sagrada e consagrada pelo mundo inteiro, desde os monges tibetanos até os padres católicos. O turíbulo do Guia é o charuto, o cachimbo ou o cigarro.... Faz parte da cultura indígena e, por extensão, da umbanda. Não devemos confundir a fumaça do charuto com a defumação através de ervas ou bastões cheirosos. Ambos têm funções importantes na religião, mas são usados de forma diferente. Não devemos esquecer os vários tipos de fumaça usadas pelos espíritos. Além do charuto, o cachimbo do preto-velho, o cigarro comum das pombas-gira e alguns exus, também produzem o mesmo efeito.

Aqui cabe a mesma consideração, espíritos guias não fumam. A fumaça que se eteriza é que tem função magística...



Magia do som e do movimento

A música foi feita para as pessoas se amarem. O som mexe nossos sentimentos. E também fazia parte da cultura dos índios. É um mântra. Mas não é só isso. O som repercute no éter. Ele vibra. A fala mansa domina e a fala grosseira irrita. Ele tem um equilíbrio, regulando nossas emoções. Quando ouvimos uma música forte, sentimos força interior. Ficamos mansos e dóceis ao som de uma música suave. Quem não se lembra da suavidade da canção de ninar docemente cantadas por nossas mães? E quem não se lembra dos sustos e medos passados na infância por gritos histéricos de alguém? Imaginem estarmos sentados à beira de um rio, olhos fechados, ouvindo o gostoso barulho da água formando pequenas marolas, ainda premiado com o canto de um sabiá e outros pássaros e uma pequena brisa nos refrescando. É um sentimento ligado ao som e ao movimento. Agora estamos voltando para casa. Os carros em sentido contrário fazendo o ruído na janela, a buzina dos apressados motoristas tentando a ultrapassagem, com o som ligado em volume máximo, tocando um pagode imoral desses conjuntos comerciais ou as barulhentas guitarras dessas bandas histéricas. Nossas emoções, com certeza, serão diferentes.

O movimento tem o mesmo efeito do som. Reparem que um andar seguro, calmo e firme transmite uma personalidade segura. Um andar desordenado e atabalhoado agita as energias em sua volta. Vejam um exército marchando. O garbo dos soldados emociona a todos. Falei do andar. E a dança! Quantos efeitos ela causa. Quando se fala em espiritualidade nosso parâmetro é Jesus Cristo. Jesus era um homem sereno, de andar firme, gestos harmoniosos e voz suave, pausada e clara, o que em absoluto me faz pensar fosse um homem triste. Ao contrário, imagino tenha sido um homem levando sempre um sorriso a todos, mas nunca deve ter dado uma gargalhada. Nas suas caminhadas não devia cansar, pois seus passos deveriam ser firmes e uniformes, sem jamais correr. Se alguém me perguntasse qual o movimento mais equilibrado que pudesse conceber, responderia, sem hesitação: o levantar do braço de Jesus Cristo acompanhado de sua firme voz.

Assim devem ser os Pontos Cantados e as danças na Umbanda. Se os pontos não forem cantados dentro da sua harmonia, com a mentalização sagrada e religiosa de quem vibra mentalmente nas irradiações dos Orixás e Guias, se tornam um amontoado de sons, sem repercussão magística. É necessário que os pontos sejam mântras, cantados com respeito, amor e vibração. Não se trata de formar um coral ou de se fazer uma apresentação vocal. Trata-se de concentração, respeito e amor naquilo que se está fazendo: invocando, louvando e irradiando caritativamente as vibrações sagradas ou Guias de Trabalho da Umbanda.

O mesmo podemos dizer da dança, que deve ser invocatória, harmonizada pelos gestos às vibrações invocadas. Isto acontece na maioria dos ritos religiosos, principalmente no Oriente. Canto e dança no louvor e invocação do sagrado.



Magia da guia

A guia é um elemento de ligação entre o médium e o espírito ou vibração. Imanta-se um campo de força nela centralizado, criando uma eficiente proteção contra eventuais energias negativas.

Ela se torna um pára-raios, ou melhor, um pára-energias. Às vezes ela arrebenta pela atração de energias negativas e forte. Essa pequena guia serve para o médium, como para invocar e atrair energia negativas, num ato de caridade em relação aos outros. Elas devem ser fechadas com duas firmas que concentram a polaridade positiva e negativa. Poderão ter, presas, uma cruz de aço, ou outro emblema ou ponto riscado dado pelo seu Guia, ou Guia da casa em que você trabalha.

A guia deve ser feita de acordo com a vontade do Guia que a solicite. Guia não é colar e, muito menos, enfeite. Existem vários tipos de guias. As guias dos orixás do médium, que são feitas com contas da cor cultuada pelo terreiro. São contas de cristal ou louça, e suas miçangas podem ser distribuídas com bom gosto. Mas jamais exageradas ou grande. Deve ser usada pendurada no pescoço e nunca atravessada no ombro, pois isto é coisa para quem tem cargo e assim é determinado. Atravessar Guia simboliza chefia. As guias podem conter sementes de capiá, também conhecida como lágrimas-de-Nossa-Senhora, outras sementes como coronha (olho-de-boi), bambús, olho de caboclo, conchas e outros elementos marítimos e até penas coloridas, tudo de acordo com a solicitação da entidade, autorização do Templo e conforme a sua origem.

Os pretos-velho, normalmente, são mais simples em suas guias. Gostam de muita simplicidade e preferem a guia inteira de sementes de capiá e poucos elementos.



Magia do ponto riscado

A sagrada grafia dos orixás serve para identificar o espírito comunicante, para chamar falanges e construir campos de força.

Através do Ponto riscado a Entidade se identifica e cria o campo energético de trabalho da sua vibração. Quando uma Entidade risca o ponto ele exerce uma atividade magística de identificação, para o campo astral, de suas ordens e comandos de trabalho (se identifica), pede licença para trabalhar dentro dessa vibração e mantém o pólo magnetizador que atrai energias pesadas, neutralizando-as e envia energias saudáveis ao consulente.

Os Pontos riscados são também usados na invocação das Vibrações dos Orixás e para a formação das Mandalas magísticas de trabalho em prol da caridade.



Magia do ponteiro

Os antigos magistas já usavam a espada como elemento de grande importância em seus trabalhos de magia. Na verdade a ponta do aço é usada para explodir campos negativos de forças. Quando fincado, ele firma a magia, ou seja, firma o ponto. Todos os espíritos, na umbanda, fazem uso do ponteiro. É difícil identificar suas intenções quando "batem os ponteiros". Mas batem, e batem muito bem.



Magia do Templo Umbandista

O Templo Umbandista é a casa santa dos umbandistas. Nele se concentram todas as energias dos Orixás e Guias. Suas firmezas, o Congá, o Santuário, a Casa dos Exus, o respeito dos freqüentadores.

É o lugar onde cultuamos e desenvolvemos nossa espiritualidade através do emocionante encontro com o mundo dos espíritos, o outro lado da vida, a nossa Aruanda.



Magia da Disciplina e da Hierarquia

Uma pessoa muito culta me disse um dia: "gostei muito da Umbanda. Lá todos são deuses, ou seja, todos têm condição de fazer o milagre." A hierarquia na umbanda é respeitadíssima por todos os participantes. O pai (Babalorixá) dita as regras e a filosofia da casa, os pais e mães-pequenos são seus auxiliares diretos, as Ekédis cuidam da gira e dos médiuns e os ogans cuidam da disciplina e do conjunto de instrumentos usados no terreiro. Sobre a obediência à hierarquia o Caboclo das Sete Encruzilhadas disse: quem não sabe obedecer, jamais poderá mandar. Este conjunto de respeito forma a união e a integridade mágica da casa espiritualista de Umbanda. Sem disciplina rígida e séria uma Casa de Umbanda não prossegue seu trabalho sob os auspícios da Espiritualidade Superior. O que parece, às vezes, exagero do Pai ou Pais e Mães pequenos no sentido da manutenção da disciplina, do respeito ao terreiro e aos Guias, do respeito à hierarquia constituída, da não permissão de fofocas ou conversas fúteis, constitui-se, na verdade, no grande para-raio ou entrave à entrada de espíritos obsessores, zombeteiros, mistificadores que, em nome de uma suposta caridade sentimentalóide e adocicada, atuam criando confusões, brigas, desentendimentos, desânimos e queda da Casa Umbandista. Todo cuidado é pouco. Não importa que agrade ou desagrade. Quem tem o espírito de amor e busca um Templo sério e a verdadeira espiritualidade, que conduz à evolução, compreende, adere. Caso contrário, é melhor que fique de fora da corrente, pois o orgulho, a vaidade e a ignorância são instrumentos nas mãos dos inimigos invisíveis para a produção de parada ou desmoralização de um Grupo Espiritualista.

Diz André Luiz, pelo médium Chico Xavier que : "Caridade sem disciplina é perda de tempo".

A corrente é a grande força do Templo Umbandista. Na verdade, a corrente merece mais cuidados que as paredes e toda a estrutura física do Templo. Tudo gira em torno dela. Se um elo dessa corrente estiver fraco, pode desestruturar todo o trabalho e dar acesso às energias negativas que, muitas vezes, conseguem prejudicar a vida de muitas pessoas ligadas a essa casa espiritual. Devemos sempre lembrar: "Ninguém é tão forte como todos nós juntos".

Para manter a Corrente sempre iluminada a disciplina tem que ser rigorosa, e o seu princípio está no respeito à hierarquia. O membro da Corrente que não se sinta inserido nesse campo de atividade de acordo com as normas da Casa deve se afastar, pois será melhor para ele, e evitar-se-ão problemas futuros, bem como a possibilidade de entrada de quiumbas por tele-mentalização nesses médiuns desavisados.



Magia do Congá

O Congá é um núcleo de força, em atividade constante, agindo como centro atrator, condensador, escoador, expansor, transformador e alimentador dos mais diferentes tipos e níveis de energia e magnetismo.

É Atrator porque atrai para si todas as variedades de pensamentos que pairam sobre o terreiro, numa contínua atividade magneto-atratora de recepção de ondas ou feixes mentais, quer positivos ou negativos.

É Condensador, na medida em que tais ondas ou feixes mentais vão se aglutinando ao seu redor, num complexo influxo de cargas positivas e negativas, produto da psicosfera dos presentes.

É Escoador, na proporção em que, funcionando como verdadeiro fio-terra (pára-raio), comprime miasmas e cargas magneto-negativas e as descarrega para a Mãe-Terra, num potente efluxo eletromagnético.

É Expansor pois que, condensando as ondas ou feixes de pensamentos positivos emanados pelo corpo mediúnico e assistência, os potencializa e devolve para os presentes, num complexo e eficaz fluxo e refluxo de eletromagnetismo positivo.

É Transformador no sentido de que, em alguns casos e sob determinados limites, funciona como um reciclador de lixo astral, condensando-os, depurando-os e os vertendo, já reciclados, ao ambiente de caridade.

É Alimentador, pelo fato de ser um dos pontos do templo a receberem continuamente uma variedade de fluidos astrais, que além de auxiliarem na sustentação da egrégora da Casa, serão o combustível principal para as atividades do Congá (Núcleo de Força).

O Congá não é mero enfeite; tão pouco se constitui num aglomerado de símbolos afixados de forma aleatória, atendendo a vaidade de uns e o devaneio de outros. Congá dentro dos Templos Umbandistas sérios tem fundamento, tem sua razão de ser, pois é pautado em bases e diretrizes sólidas, lógicas, racionais, magísticas, sob a supervisão da espiritualidade.

segunda-feira, 12 de abril de 2010


"É força de pemba... é Lei

Se errou... se extraviou...

Ninguém pode dá caminho

Ninguém pode dá malei...


Só quem pode dá malei

É "preto-véio" de seu congá

Assim mesmo é preciso

Que se endireite e volte cá..."


Esse ponto nós o ouvimos (e jamais o esquecemos) de um certo "preto-velho", num antigo e extinto terreiro de um amigo e irmão de lei (já falecido) — médium de fato e de direito, numa ocasião memorável...

Resumamos o caso em foco, para podermos dizer ou dar positivamente, certo conselhos a certos médiuns...

"Preto-velho" estava firme no "reino" (o aparelho era bom mesmo — incorporava bem)... Desde que chegou, foi cantando... tirando sempre esse ponto acima...

Os "cambonos" — gente viva de idéia, traquejados, foram logo após algum tempo certificar-se do porquê desse ponto, com "preto-velho"...

Ele balançou a cabeça pra lá e pra cá, deu umas fumaçadas com seu "pito" e disse, usando o linguajar de guerra, mais familiar a todos os entendimentos: — "uai gente — suncês nun tão alembrado daquele fio daqui, o Fulano"?

Eles então logo lembraram desse caso e respoderam: — "estamos sim, meu velho"...

E "preto-velho" logo retrucou: — "pois bem — zi Fulano vem pur aí, tá case chegando nesse congá de preto-véio"... e acrescentou: — "óia fios, arrecebam ele bem, oviro? "...

E pôs-se a repetir esse ponto acima grafado...

Abramos um parêntese ligeiro, para recordarmos o tal caso de Fulano...

Como tantos outros em outros terreiro, nesse apareceu um filho-de-fé, doente, aflito, cheio de mazelas e confusões, principalmente na parte mediúnica espiritual, porque realmente era médium (dentro de seu grau) e vinha sofrendo mais por falta de apoio e boa orientação.

"Preto-velho" cuidou, tratou, reafirmou suas condições mediúnicas, enfim, levantou-o de todo...

Depois de muito tempo — já firme — fez o seu batismo de lei, ato que implica um juramento espontâneo, consciente da lealdade à faixa espiritual que o acolheu, zelou e levantou...

Mas — é o caso corriqueiro de centenas e centenas de médiuns ou de irmãos que procedem assim — a certa altura começou a se envaidecer e a ter ambições próprias de chefiar; tornou-se um tanto ou quanto arrogante, olhando os outros com superioridade.

Começou a criar casos. A fazer sessões por conta própria em sua casa, na casa dos outros médiuns mais ingênuos etc... A "ovelha" estava se desgarrando do "aprisco"...

Aconteceu o que, forçosamente, acontece nesses casos... Um choque hoje, outro amanhã e o ambiente do terreiro vai ficando "irrespirável" para tal médium e ele lá se foi... não obstante os conselhos de "preto-velho" — aos quais não deu muita importância... porque "pensava estar seguro, pois também não tinha seus protetores"?

Nesses casos — repetimos — que acontecem em profusão e não há Tenda que não se queixe disso, o médium extraviado segue sempre dois caminhos: — ou abre terreiro por conta própria ou começa a correr gira — de terreiro em terreiro... pois ele quer exibir seus "protetores", suas artes mágicas...

Com esse aconteceram as duas coisas e nada deu certo para ele (como não tem dado para os outros também — se saíram de uma gira digna, honesta, sincera)...

O terreiro que abriu, acabou fechando (quando não acaba fechando é porque descambou ou para o animismo estilizado ou para o vale-tudo) de tantos e tantos "estouros" e contratempos astrais, intrigas e outras coisinhas mais...

Daí começou a ficar desconfiado... e se auto-interrogava de consciência pesada: — "será que é força de pemba"? Quanto mais pensava, mais adquiria essa certeza. Mudou. Foi "correr gira"... Foi se apegar com outros...

Não deu certo... e iniciou uma romaria de terreiro em terreiro. Fez preceito de toda ordem (sim porque acabam caindo mesmo "nos tais terreiros que de umbanda só têm o nome" — até "camarinha" fazem), firmou "cabeça", fez o santo várias vezes.

Nada.

Aqueles contatos positivos que tinha lá no terreiro de "preto-velho" que ele traiu... nada... sumiram como por encanto.

As antigas confusões voltaram... na vida, no lar, nos negócios etc. Aí ele medrou mesmo de verdade... "será força de pemba" — meu Deus? — ruminava ela, dia e noite, com sua mente apavorada, sugestionada, perturbada...

Ainda suportou muito, por causa de sua vaidade, "de não querer dar o braço a torcer"... pensando na humilhação da volta...

Porém, acabou sendo mesmo aconselhado por outrem que já tinha passado por essa situação de decidiu-se...

Foi quando — nessa noite — resolveu voltar, assim como quem estava com saudade... querendo rever os velhos companheiros de lá...

E "preto-velho" cantava... sabia e cantava... esperando (ah! velho de fato e de direito)... quando apareceu ele — a "ovelha transviada". Desconfiado, "cabreiro", como se diz na gíria de terreiro...

Todos os companheiros antigos ficaram alegres (já estavam preparados), encorajaram-no apontando para o "preto-velho": — "olha Fulano, — o velho tá te esperando"...

Emocionado, aproximou-se da entidade amiga, ajoelhou-se e não disse nada... não tinha o que dizer, ou melhor, disse tudo nesse gesto de ajoelhar...

"Preto-velho" disse para ele — lembramos bem: — "levante, meu fio, só se ajoeia quando se reza pra Zamby ou pra Oxalá e esse "preto-'veio" não é merecedor disso".

Deu-lhe o "malei" que pedia; vários conselhos de conforto e voltou com outro pontinho (indefinível para muitos dos que ali estavam), com a mão por cima de sua cabeça.

Ei-lo:

"Na ladera de pilá

É... tombadô...

Bota fogo ni sapê

Pra nacê ôta fulô..."

Foi quando o médium arrependido não pôde e desabafou emocionadíssimo: — "eu sei, meu velho — foi força de pemba... sim sinhô"...

(Significado oculto do pontinho que o tal médium logo aprendeu: —

"na ladera de pilá", quis dizer: — "no caminho da vida espiritual-mediúnica"...

"É... tombadô...", quis dizer: — "caiu, derrapou, se extraviou, errou etc"...

"Bota fogo ni sapê", quis dizer: — "destrua sua mazelas morais, psíquicas, suas vaidades, seus erros"...

"Pra nacê ôta fulô", quis dizer: — "regenerar para criar outras forças novas, forças espirituais, morais etc"...)

Assim, extraindo desse caso o saldo moral, vamos dar alguns conselhos, nesse sentido. Cremos ser oportuno.

a) Irmão médium: — se você anda por aí, às tontas, fazendo "cabeça", se enterrando cada vez mais de "terreiro em terreiro" — não continue assim; volte para a sua Tenda, de vez que você sabe que ela é digna, se pauta na linha justa da caridade, da moral, da humanidade e da sinceridade. Por que fez isso? Cuidado! Você está prestes a entrar, se já não entrou, "na força de pemba... sim sinhô"...

b) Irmão médium: — você que saiu de sua Tenda ou terreiro, "fofocando" (desculpem o termo), cheio de vaidade, pensando ser o tal e até difamando o seu médium-chefe ou dirigente — cuidado com a força de pemba... sim sinhô!...

c) Irmão médium — você foi causa de quizila, conscientemente, em sua Tenda e de lá saiu, cheio de impáfia, pensando já ter os conhecimentos de lei "para abrir o terreiro ou agrupamento"?...

Você provou cisões — por causa dessa sua imbecil vaidade? Pois saiba: — "você semeou maus ventos e vai colher tempestades... se já não as colheu!"...

Você foi desleal e ingrato? Se você foi isso e o fez em gira de "preto-velho", você vai ver o que "é força de pemba... sim sinhô"...

Traição, ingratidão, deslealdade, difamação, não têm perdão — assim como você pensa!

Cuidado! "É na força de pemba... sim sinhô"... que você vai ver quanto está lhe custando ou vai custar tudo isso...

Quizilas (que você semeou no terreiro) em família? Abandono de amigos e traições?

Choques morais? Também podem lhe acontecer, porque, "força de pemba... é lei"... não "dorme" não senhor...

Você abriu terreiro? — com que ordens e direitos de trabalho?

Cuidado com o astral inferior que, na certa, já sabe que você é faltoso, está errado e com toda certeza já o envolveu e deu-lhe alguns "tombos"...

Você caiu, machucou-se, quebrou costelas, pernas, pés etc? Pensa que foi mero acidente? Coitado!...

Isso "é força de pemba... sim sinhô"... que o baixo astral aproveita pra lhe judiar — pois você está "desguarnecido", essa é que é a verdade...

Guias e protetores de fato não acobertam erros, vaidade, quizila, ignorância e deslealdade...

Obs: — Isso tudo não tem endereço certo. É pura doutrina. É recado do astral que estamos dando. Nós não temos casos especiais que nos tenham abalado a esse ponto. Nós estamos acima disso... Graças a Deus. Somos completamente indiferentes a certas "águas passadas"...

Quem mandou trair os sagrados compromissos que assumiu com "preto-velho"?...

"Preto-velho" é a Lei — representa as Ordens e os Direitos de Trabalho da Sagrada Corrente de Umbanda... mas, não é mau, nem castiga diretamente; mas sabe que "força de pemba... é a lei" que você infringiu, traiu e que tem de processar o seu curso de ação e reação normal, ou seja: — o que semeares, isso colherás...

E seus "guias e protetores"? — Na certa que você pode pensar que lhe estão dando cobertura. Qual!

Você está nessa altura é mesmo com um belo "quiumba", matreiro, velhaco, sugando-o, envolvendo-o, dominando-o... isso sim!
Quando se diz que o médium faltoso está "pembado" é porque ninguém pode dar jeito na situação dele (ninguém que botar a mão na cumbuca); nenhum Guia ou Protetor de outra "gira" pode interferir; socorrê-lo... pois "é força de pemba" mesmo que ele está enfrentando, é a lei interna moral-espiritual que infringiu e portanto... está sendo disciplinado...

Essa disciplina, às vezes, é sutil, porém, segura...

O médium errado leva anos até debaixo dela, enfrentando certos impactos, certos tombos duros, de um lado e de outro, sem se aperceber de que está "apanhando", mesmo porque "força de pemba é lei... sim sinhô"...

Muitos médiuns, de acordo com a gravidade de seus erros e com a dureza de seus corações, vão até ao suicídio... como já tem acontecido por esses "congás" afora...

"Segredos da Magia de Umbanda e Quimbanda"

W.W. da Matta e Silva - Páginas 135 a 141.

Livraria Freitas Bastos S.A. - 1994

Paz e Luz!

Rituais de Umbanda, segundo Ramatis.


Há tipos de rituais confundidos com a Umbanda que vão desde a pajelança, um tipo de xamanismo brasileiro em que o pajé incorpora em transe ritual com beberagem de ervas; o tambor de mina, em que se misturam cultos de diversas nações africanas com a pajelança para dar passagem às entidades de cura e para “tirar” feitiço; o catimbó, em que a fumaça da queima de certas folhas oferece êxtase, dando poderes “sobrenaturais” ao pajé e colocando-o em comunicação com os espíritos; o ritual de jurema, em que os “juremeiros” manifestam índios ousados, violentos e ardilosos ostentando enfeites de penas, cocares, tacapes, arcos-e-flechas, dançando em rito exterior que arrebata as populações carentes de assistência social e à saúde, com suas ervas e raízes curativas apresentando proezas fenomênicas entre fogo, brasa e cacos de vidros; bem como os rituais africanistas descaracterizados das matrizes ancestrais das antigas nações.
Afirmamos que nada disso é umbanda, enquanto movimento plasmado pelo Cristo Cósmico, que se irradia para a crosta terrícola do Astral superior. Umbanda é uma verdade que independe da vontade e das suscetibilidades feridas de lideranças sacerdotais que conspurcam seu nome sagrado com práticas que não são condizentes com a caridade referendada no Evangelho de Jesus.

Por outro lado, existem variados ritos, usos e costumes na umbanda; alguns um tanto fetichistas, outros um pouco distorcidos: aqui um grito exagerado, ali uma apoteose dispensável, acolá um médium envaidecido com o guia “infalível”, o consulente desejoso do milagre em seu favor, doa a quem doer. O hábil jardineiro do tempo extrai delicadamente os espinhos para não ferir as mãos. Nem tudo são belas e perfumadas rosas no jardim dos orixás. No atual movimento umbandista, isso é explicável pelo fato de não haver uma padronização ritualística ou codificação, o que, por sua vez, acaba “enxotando” os dogmas, tomando o movimento dinâmico e sempre evoluindo, como tudo no Cosmo. Oxalá e seus ditames prevêem o equilíbrio nessa diversidade.

É oportuno registrar que os costumes africanistas tribais de religiosidade ancestral aportaram no Brasil com acentuadas distorções de suas práticas originais. Já eram atacados pela Inquisição antes de as levas de escravos capturados serem jogadas nos fétidos porões das naus portuguesas. Via de regra, isso foi intensificado aqui pela continuidade da opressão do clero, que redundou em várias outras adaptações, com raras exceções que conseguiram manter os ritos primários incólumes. Impôs-se uma necessidade de sobrevivência da população negra explorada, “liberta” com a Lei Áurea, que ficou excluída do contexto social e entregue à própria sorte, sem nenhum apoio do Estado monárquico, que se curvava ao controle de um catolicismo arcaico e perseguidor (ambos se beneficiaram da pujança econômica oferecida pelo braço escravo). Finalmente livres, os negros se viram sem as moedas dos patrões que os alimentavam, sem o mínimo para a manutenção de suas vidas. Foram, circunstancialmente, “obrigados” a cobrar pela magia curativa que faziam gratuitamente aos sinhôs e sinhás no recôndito das senzalas de chão batido.

Dessa vez, estimulados pelos constantes pedidos dos próprios homens brancos que furtivamente saíam das missas e procuravam as choupanas dos ex-escravos alforriados, os quais subitamente se viram transformados em ilustres magistas de aluguel. Distorceram, portanto, as leis divinas e deu no que deu: o vil mercantilismo religioso que viceja culturalmente em todos os recantos desta nação atual, formando o carma grupal a ser queimado no futuro, assim como foi no passado.
Espíritos originários de outros orbes, aqui aportaram desde os primórdios do planeta e, depois da decadência atlante, com o passar dos séculos vieram a originar nações indígenas brasileiras que herdaram suas tradições mágicas, rituais e curadoras, atualmente canalizadas nas falanges de caboclos da Umbanda.
No início dos tempos no, época em que o orbe era uma massa ígnea coberta de vapores sulfurosos, a região que se solidificou mais rápido, tendo despontado posteriormente na superfície, foi onde hoje está localizado o Brasil. Na escala geológica do planeta, isso propiciou que a primeira crosta terrestre emersa do oceano primitivo fosse a pátria verde e amarela. Tal região foi a que se formou mais rapidamente, oferecendo condição propícia, na natureza que se forjou, para a encarnação de espíritos extraterrestres no ciclo hominal terrícola.

As tradições mágicas e xamânicas que nasceram nas tribos brasileiras de antanho antecederam todos os demais ciclos reencarnatórios que se efetivaram. Na verdade, essa “porta” de entrada espiritual planetária originou o conhecimento em todas as outras raças, nações e tribos antigas, não só da indígena formada primeiramente. Os payés (pajés) interpretavam os astros, liam as energias irradiadas e, por meio da natureza e do intercâmbio psico- astral com entidades incorpóreas de outros orbes, que vieram em suas vimanas (naves) intensamente até o auge da Atlântida, adquiriam instruções e eram governados do Espaço. Com certeza, a Umbanda pratica essa herança mágica ancestral, seja de caboclo, preto velho ou oriental; as aparências dos espíritos são meras formas e uma não é melhor que a outra. Os conhecimentos milenares ficam registrados no espírito e independem da nação, tribo ou raça, desde que isso se configure como ilusões, impressões transitórias do vaso da matéria que abriga uma coletividade encarnada.
Obviamente os espíritos que se enfeixam nas aparências de caboclos, ligados à antiga raça vermelha, assim o fazem prioritariamente para impressionar mediunicamente os sentidos psíquicos, não pelo fato de serem herdeiros das tradições mágicas, rituais e curadoras, uma vez que as outras “raças” dos espíritos também o são e que a vertente que a trouxe é e foi uma só e se espargiu pelas migrações provocadas ao longo da história e geografia terrenas.
No passado das civilizações, seja na Atlântida, Ásia, África, Europa, ou nas Américas, reencarnaram os mesmos espíritos em várias ocasiões. Eles traziam no inconsciente, o qual não se reportava às cores das peles ou raças que os abrigavam provisoriamente nos corpos físicos, a sabedoria antiga dos iniciados extraterrestres.
Ocorre que a transmissão dos saberes ocultos sempre foi velada, um tanto misteriosa ao homem comum, preocupado em saciar a fome e sem tempo para maiores abstrações filosóficas. Seria perigoso o magismo praticado pelos magos nos templos, se fosse aberto a todos. Por esse motivo, os Senhores da Luz Velada, espíritos de escolas de outros orbes que velavam pela transmissão dos conhecimentos mágicos, quando encarnados como instrutores atlantes, hierofantes egípcios, mabatmas indianos, pajés sul-ameríndios ou sacerdotes trïbais africanos, preservaram o saber tecendo histórias que viraram lendas para o povo, numa versão popularizada para as mentes brutas, tornando esse saber “palatável” oralmente à interpretação esotérica superficial das leis divinas que regem o micro e o macrocosmo. Fixaram em santuários, pirâmides, criptas e cavernas o que não era acessível ao primitivismo do povo absorvido pela sobrevivência num cotidiano inóspito. Mas, como a água da fonte, que se armazenar em recipientes diferentes, não deixa de ser a mesma água, assim é a umbanda: a diferença nos terreiros não significa desigualdade perante os orixás; ela vos une numa mesma essência e não vos separa na ilusão das formas.

Por isso, determinadas coisas podem ser entendidas como, os caboclos de Umbanda - Tupinambá, Tupiara, Tupiaçu, Tupimirim - que falavam o nheengatu e pertenceram às tribos mais evoluídas do planeta. Esse idioma é considerado desenvolvido pela lingüística, inclusive se comparado com as línguas atuais, isto acontece porque o som é pensamento e a sonoridade verbal o expressa. As imagens mentais antecedem a idéia e sua verbalização. Somente espíritos de grande conhecimento poderiam se adaptar a um idioma como o falado pelos tupi-guaranis. Essa tribo “primitiva” não era monossilábica e seu vocabulário era expressão das consciências espirituais extraterrestres, com os quais mantinham sintonia e de quem eram procedentes. No plano hiperfísico, atuavam os regentes dessa raça, espíritos de escol que vieram de Sírius para a Terra trazendo o intercâmbio com o mundo rarefeito interdimensional. Os espíritos que atuam na Umbanda, descendentes do portentoso tronco tupi e originários dessa estrela distante (Sírius), são exímios mensageiros e viajantes astrais. Por detrás de suas práticas xamânicas (sopros, benzeduras, baforadas, ervas, mandingas e mirongas), estão alinhadas verticalmente no éter, numa outra dimensão vibratória, naves espaciais de outros orbes, preexistentes à formação de vosso planeta, que auxiliam na evolução humana. A Terra não é destinada a ter uma raça dominante e uniforme. É natural que “blocos” de espíritos que reencarnam durante um período, numa determinada raça, fazendo-a evoluir, deixem de encarnar em uma forma e cor especificas para animar outras, instalando-se assim os ciclos de apogeu e declínio.
Existiram várias etnias no orbe, e atualmente existe uma miscelânea racial no planeta. A diversidade da Umbanda atrai esses espíritos por sua universalidade. Sendo um amálgama de todas as cores e formas raciais, é a mais universal das religiões e doutrinas mediúnicas da Terra; leva os homens fragmentados em sua relação com o Divino a um processo de unificação com Ele.

Os homens afoitos e zelosos das purezas doutrinárias criticam os caboclos da Umbanda quando assoviam, cantam, assopram e chilreiam como pássaros, baforando o charuto. A estreiteza de opinião oriunda do desconhecimento, aliado ao preconceito, favorece as “superioridades” doutrinárias e as interpretações sectárias. Os fundamentos dos mantras e seus efeitos curativos (vocalização de palavras mágicas) fazem parte dos ritmos cósmicos desde os primórdios de vossa civilização. Os vocábulos pronunciados, acompanhados do sopro e das baforadas, movimentam partículas e moléculas do éter circundante do consulente, impactam os corpos astrais e etérico, expandindo a aura e realizando a desagregação de fluidos densos, miasmas, placas, vibriões e outras negatividades.

Assim como as muralhas de Jericó tombaram ao som das trombetas de Josué, os cânticos, tambores e chocalhos dos caboclos desintegram poderosos campos de força magnetizados no Astral, bem como o som do diapasão faz evaporar a água. Os infra e ultra-sons do Logos, o Verbo sagrado deram origem ao Universo e compõem a tríade divina: som, luz e movimento. Como o macrocosmo está no microcosmo, e vice-versa, a pronúncia de determinadas palavras contra um objeto ou ponto focal no Espaço, mentalizando a ação que esse som simboliza, será potencializada a intenção pelo mediunismo do caboclo manifestado no médium, e energias correspondentes serão movimentadas. Ao mesmo tempo, cada chacra é uma antena viva dessas vibrações que repercutirão nas glândulas e nos órgãos fisiológicos, alterando os núcleos mórbidos que causam as doenças, advindo as “notáveis” curas praticadas na Umbanda. É comum religiosos e exímios expositores de outras doutrinas acorrerem a ela, sorrateiramente, às escondidas, com os filhos ou eles mesmos adoentados, ditos incuráveis pela medicina materialista, tendo sua saúde reinstalada, para depois nunca mais adentrarem um terreiro. A todos o manto da caridade dá alento, sem distinguir a fé fragmentada de cada um.
O homem tem memória curta, impregnada de personalidade temporária, o que é próprio da sua natureza encarnada e momentaneamente esfacelada diante do espírito atemporal que o anima.


Fonte de Pesquisa: A Missão de Umbanda - Norberto Peixoto p/ Ramatis