sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Nome Esotérico





Todas as Tradições Iniciatórias ensinam que existe um "Nome Supremo" que é a "Chave de Todo o Conhecimento". Ensinam que cada Ser, animado ou inanimado, possue seu "Nome Verdadeiro" no qual se acha contida sua essência, sua colocação e função na Harmonia Universal. Comecemos então pelo nome...


Na Tradição Iniciatória Egípcia, o Deus Rá assim se enuncia:


-"Eu sou aquele que tem muitos nomes e muitas formas. Meu Pai e Minha Mãe me revelaram meu verdadeiro Nome; este permanece escondido em meu corpo, desde que nasci, para que nenhum poder mágico seja dado a quem pretender lançar-me um sortilégio."


E era por isso que os Egípcios possuíam dois nomes: o "Pequeno Nome", destinado ao público; o "Grande Nome" que era dissimulado. Para os Egípcios a "Palavra" ou o "Nome" era um vasto conjunto combinatório e um complexo material que lhes permitia agir sobre a Realidade, através de Símbolos Mágicos, com uma precisão que podemos avaliar em se sabendo que no texto inscrito na Pirâmide de Unas, 5ª Dinastia Egípcia, cerca de 2.600 anos A. C., distingüem-se Sete Princípios Básicos que formam o Ser Humano :


Ka = o Duplo suportado pela Múmia;
Khu = a Luminosidade da Essência do Fogo;
Niwu = o Sopro exalado no último suspiro;
Ba = A Alma Ave capaz de elevar-se ao "Além" no Poente;
Khaibit = A Sombra Negra que podia sair do túmulo;
Sa = o Fluído Vital Sagrado;
Nome = o Som, cujo poder mantinha reunidas todas estas formas.


Do mesmo modo e baseado no mesmo princípio esotérico, a Magia Egípcia afirmava que o "Feixe das Almas múltiplas" que formam o "Ser Humano", podia ser desassociado sob a entoação mágica negativa de seu "Nome Secreto".
No sarcófago de Hr'Hatep, lê-se: -"Meu Nome partiu, deixei este mundo!" - É por isso que o Nome Iniciatório não deve ser pronunciado em vão, pois tal ato torna seu portador vulnerável à ação de seus inimigos.
Na Bíblia, interpreta-se que Deus deu "Nome" à toda sua Criação e, no episódio da Torre de Babel, Ele "desce" à Terra para confundir a linguagem dos Homens para que não se tornem iguais a Ele. Para os Gnósticos, o conhecimento correto do "Nome" dado por Deus à sua Criação é tão importante que muito poucas pessoas estão em condições de possuir este conhecimento. Na Cabala, o Deus de Israel criou o Universo através de 10 números e 22 letras e a virtude mágica da ordem Divina: -"Faça-se Luz", emana das próprias letras que a compõem. Entre povos, que insistimos de chamar de "primitivos" , existem os mesmos conceitos sobre o "Nome." Sir James Frazer, em seu célebre livro "O Ramo Dourado", observou que, entre diversos povos antigos, existe a profunda crença de que: -"O Nome pode servir de intermediário, tal qual o cabelo, as unhas, os excrementos ou qualquer outro fluído do corpo, para fazer com que a Magia atue sobre esta pessoa."
Deste modo, a maioria dos conhecimentos mágicos se baseia no fato da "Palavra" ser considerada como uma "Força" atuante, não existindo distância alguma entre o "Objeto" e a "Palavra" que o exprime, entre o "Indivíduo" e seu "Nome".
Assim, as "Palavras" são dotadas de uma "Força" real e concreta, bastando pronunciá-las para que sua ação se exerça. Mas, isto só é real numa "Linguagem Revelada" na qual os "Nomes" não são meros símbolos das coisas, mas sim a expressão da realidade de suas estruturas reais.
Portanto, tenha em mente, que o seu nome de "batismo", dado por seus pais, não foi exatamente uma escolha ao acaso deles. Você, antes de reencarnar, influenciou seus pensamentos para que o seu nome traduzisse e trouxesse as energias afins à sua missão terrena.
Infelizmente nossas linguagens modernas não são mais que desbotadas reminiscências das linguagens sagradas de outrora, tais como o Wattan, o Zend, o Sânscrito e o próprio Hebraico, apesar de que, ainda hoje, estes dois últimos sobrevivem, com o Hebraico sendo usado na Kaba-lah e o Sânscrito usado no Tantrismo.
Um outro destes Alfabetos Sagrados - o Wattan - sobrevive na Magia Talismânica do Esoterismo de Umbanda - o Aumbhandan, na qual também a "personalidade esotérica" de uma pessoa também deve ser acobertada por dois nomes:


1.. O "Nome Iniciatório" ou "Grande Nome" que, absolutamente acobertado de revelações indiscretas, protegerá o "magista" em seus "trabalhos de magia", isto é, se ele houver passado do Plano Exotérico (aberto/público) para o Plano Esotérico (velado/fechado), através de uma autêntica Iniciação em sua Faixa Religiosa, seja ela qual for. Portanto, só pode ser passado da Mestre para Discípulos;
2.. O "Nome Esotérico" ou "Pequeno Nome" que, embora restrito, pode ser público. Ainda que de formação esotérica, este "Pequeno Nome" deve ser enunciado pessoalmente em suas Orações particulares e ou Oferendas Propiciatórias e, até, pode tornar-se público como titulação (Iniciando, Iniciado, Médium, Swami, Professor, Mestre, Tatá, Vodunsi, Lama, Baba, Xaman) visando proteger sua personalidade normal exotérica em seus "trabalhos" e relacionamentos espirituais, esotéricos ou religiosos. Este "Nome Esotérico" deve ser "levantado", decodificado, analisado e, novamente, codificado misticamente à partir de seu próprio nome completo de batismo, em sua Figuração Mantrânica, Figuração Simbólica e na Figuração Essencial, usando para tal feito o mais antigo dos Alfabetos Sagrados - o Alfabeto Wattan - tão antigo que o seu maior estudioso, o sábio francês Saint-Yves D'Alveydre, analisando-o e decodificando-o em sua monumental obra científica "L'Archéomètre", denominou-o por Alfabeto Adâmico, tão perto o situou da Aurora da Humanidade.
Com votos de profunda paz nos seus pensamentos, irradiante alegria nos seus sentimentos e harmonia nas suas ações, com prosperidade, força e minha benção.


THASHAMARA
O ETERNO APRENDIZ

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